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    Arquivo: Edição de 15-04-2008

    SECÇÃO: Local


    Cartas ao Director

    Orvalhadas de Abril

    Correndo pelas fragas agrestes, vindas das fraldas da serrania, as águas puras e cristalinas correm para o remanso e romântico das pradarias onde mansa e calmamente desfilam beijando os ramos dos salgueiros, em direcção à foz e à junção com as suas análogas marítimas.

    Comparando o romantismo das amendoeiras em flor com o florir das giestas campestres, é a poesia das amplas manchas floridas das maias em flor, por Trás-os-Montes, Beiras, Alentejo, etc.. É um mundo de cores, branco e amarelo. Salgueiros e Maias. Conjugados trazem-nos à memória o nosso saudoso Capitão de Abril Salgueiro Maia, que nos devolveu a Democracia. O bom oficial que tudo arriscou com os seus companheiros e nada quis em troca. Recusou benesses e mordomias, condizente com a sua inteligência, humildade e dignidade. Hoje, lá onde estiver, deve estar muito triste por verificar que os seus ideais foram espezinhados por muitos daqueles em quem confiou. Não todos. Mas o seu País, a sua Democracia está empobrecida, pelo núcleo dos oportunistas que a mimam com a corrupção; as injustiças; o desemprego selvagem; a pobreza; o delapidar dos bens públicos e a economia agonizante. Mas...ainda paraíso dos novos ricos, parasitas da sociedade.

    Os cravos murcham, as Maias perderam o seu esplendor, os Salgueiros banham-se em águas poluídas e lodosas do mau ambiente nacional. A Primavera está mais triste, porque na Primavera também partiste e nos deixaste mais sós. Sei que também brincaste em Ermesinde. Também aqui és lembrado. O teu grande nome, numa minúscula rua. Aqui no lugar dos Sonhos, os sonhos de um herói, desculpa; mas perdidos tantos sonhos dói. Também este teu companheiro das nossas brincadeiras de infância no tempo das maias floridas, “sonha” e deseja que caminhes sob um tapete de flores, ladeado de cravos vermelhos e de todas as cores. Porque nós por cá, caminhamos na tua Democracia crivada de espinhos. Mas os Homens e Mulheres do nosso País, os Democratas honestos caminham de mãos dadas para que a Democracia que nos legaram não caia na rua e se erradiquem as injustiças. E a escrita é uma arma da Paz, da consciência e também do Amor ao próximo. Obrigado Fernando! Não te esquecemos!

    Por: João Dias Carrilho

    Ermesinde 08-04-2008

     

     

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