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    Arquivo: Edição de 15-06-2007

    SECÇÃO: Opinião


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    De novo a regionalização

    A propósito da nossa Região e dos seus problemas, dois factos despertaram a minha atenção, e certamente a de muitos leitores do jornal, no decorrer da última quinzena. Primeiro, foi a entrevista do Professor Marques dos Santos, Reitor da Universidade do Porto, em que assumiu um discurso optimista e pró-regionalização e, de seguida, a conferência “A Europa e as Regiões”, organizada pelo Jornal de Notícias para assinalar os 120 anos de existência daquele prestigiado diário e na qual participaram figuras de relevo da vida política nacional e europeia.

    Finalmente, parece que as “Forças Vivas” da Região começam a mexer e a organizar-se de uma forma credível e sustentada, demonstrando as vantagens da descentralização. Ao contrário do passado, em que os partidos lideraram (mal) o processo que veio a conduzir ao referendo, desta vez são Instituições, da chamada sociedade civil, a promoverem o debate necessário à sensibilização do eleitorado para as vantagens e inconvenientes da regionalização do País. É o debate indispensável para a obtenção do consenso reclamado pelo primeiro-ministro para que o processo de regionalização possa avançar, a médio prazo, com sucesso.

    O “Jornal de Notícias”, um dos maiores, senão mesmo o maior diário do País, cumpre o seu papel de informar e formar os seus leitores sobre os problemas da Região Norte, parecendo querer participar do movimento que deseja fazer renascer uma zona do País em perda económica e com graves problemas sociais. É de aplaudir a iniciativa da Direcção do Jornal e da sua Administração que, aliás, tem como líder da empresa proprietária, um homem do norte e por isso não insensível aos sucessos ou insucessos da sua Região, quando promove iniciativas que envolvem o Presidente da Comissão Europeia, o Governo e figuras de prestígio do Porto.

    É preciso criar uma cultura da Regionalização e, melhor do que ninguém, a disponibilidade de um grande Órgão de Comunicação Social para abrir diariamente as suas páginas aos assuntos que interessam à Região, dando conta aos seus leitores, na sua maioria localizados no Norte, das dificuldades que actualmente sentem as pessoas e as empresas que aqui se localizam.

    Presta, indiscutivelmente um serviço relevante e nem por isso deixa de ser um grande Jornal de circulação nacional. É um bom exemplo para outras Empresas do mesmo ramo que, na nossa opinião, deveriam ser mais activas na divulgação de temas que interessam à zona norte. A educação dos nossos jovens, a (re)qualificação dos trabalhadores , o apoio às pequenas e médias empresas, o combate às bolsas de pobreza, são aspectos a considerar. O Norte vive momentos de dificuldade e, mais do que nunca, é necessária a cooperação de todos: Associações Empresariais, Universidades, Mulheres e Homens da Ciência, da Cultura, das Letras e do Desporto, Partidos Políticos e Comunicação Social, para que se “promova uma verdadeira estratégia regional, sem ficar à espera de Lisboa”.

    “Esqueçamos o discurso da lamúria” diz o Reitor da Universidade do Porto.

    Se isto é verdade comecemos por reclamar da API (Agência Portuguesa para o Investimento) e do seu Presidente uma melhor atenção para o Norte e para a necessidade de se trazerem para a Região mais investimentos, que melhorem o tecido produtivo e criem postos de trabalho.

    Então não é verdade que 50% das verbas do QREN (Quadro Referência Estratégica Nacional) se destinam a aplicar no Norte? A estratégia regional que se reclama está a ser concertada envolvendo todos os parceiros? E a localização da API no norte do País não tem um significado? E qual o papel da Direcção Regional de Economia?

    Que responda quem souber, sendo certo que os problemas que a Região atravessa exigem um grande esforço de todos os actores no encontrar do rumo certo, para recolocar o Porto e o Norte no lugar que lhe é devido.

    E a Imprensa Diária e Regional têm aqui um papel de relevo!

    PS: Por dificuldades de ordem profissional e durante alguns meses, interromperei a colaboração que venho dando ao Jornal.

    Por: Afonso Lobão

     

     

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