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Edição de 31-03-2024
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    Arquivo: Edição de 30-05-2007

    SECÇÃO: Destaque


    Poema

    Na cidade do Porto muito granito

    Entre névoas sombras e cintilações

    A cidade parece firme inexpugnável

    E sólida – mas habitada

    Por súbitos clarões de profecia

    Junto ao rio em cujo verde se espelham as visões

    Assim quando eu entrava no paço do bispo

    E passava a mão pela pedra rugosa

    O paço me parecia fortaleza

    Porém a fortaleza não era

    Os grossos muros de pedra caiada

    Nem os lintéis de pedra nem a escada

    De largos degraus rugosos de granito

    Nem o peso frio que das coisas inertes emanava

    Fortaleza era o homem – o Bispo –

    Alto e direito como torre

    Ao fundo da grande sala clara: fortaleza

    De sabedoria e sapiência

    De compaixão e justiça

    De inteligência a tudo atenta

    E na face austera por vezes ao de leve o sorriso

    Inconsútil da antiga infância

    Por: Sophia de Mello Breyner Andresen (1998)

     

     

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