Linux mais a fundo (2)
Neste artigo falaremos sobre vários detalhes do GNU/Linux, para que o leitor o conheça mais a fundo e entenda melhor como funciona.
Cada assunto será discutido brevemente, porém existe mais documentação disponível. Quando houver um link num destes assuntos, poderá encontrar tal documentação seguindo o link. (*)
Shell
O Shell é um programa que permite interagir com o sistema operativo através de comandos digitados no teclado. No DOS, o shell é o command.com, que permite utilizar comandos como: dir, del, cd, ...
No GNU/Linux o Shell mais famoso que existe é o BASH, pois o mesmo possui vários recursos que facilitam a interacção do utilizador com o Linux.
Para um utilizador normal, o shell aparece com o símbolo $, onde ele pode digitar comandos. Assim:
localhost:~$
Para o root, aparece o símbolo #, assim:
localhost:~#
Obviamente, esta diferença é para alertar o utilizador se ele está como root (para evitar problemas de segurança).
Montando e desmontando
Montar (mount) e desmontar (unmount) são usados para activar e desactivar devices, respectivamente. Por exemplo, para usar um drive de CD-ROM tem que se colocar um CD no drive e montá-lo com o comando mount . Depois que acabar de usar, deve-se desmontá--lo com o comando unmount .
Alguns devices montáveis são:
Disquetes
CD-ROM
Discos Rígidos
Directórios compartilhados por rede (usando NFS).
Para montar o CD-ROM, por exemplo, eu primeiro vejo em que IDE ele está e se é Master ou Slave. No exemplo a seguir, suponho que ele esteja na primeira IDE e seja Slave, ou seja, ele é representado pelo device /dev/hdb. Então, uso (ou crio) um directório vazio, que neste exemplo será o /cdrom. Entro (login) como root usando o comando su e executo:
#mount /dev/hdb /cdrom
A raiz do CD fica em /cdrom, que é o Ponto de Montagem (mount point). Depois para desmontar executo:
#unmount /cdrom
A disquete para montar seria:
#mount /dev/fd0 /floppy
Para desmontar:
#unmount /floppy
Um detalhe importante é que só se poderá desmontar o device se o mesmo não estiver em uso e se não estiver no directório onde o montou.
Permissões de arquivos
Quando se executa:
$ ls -l
São listados todos os detalhes dos arquivos do directório corrente. Entre estes detalhes estão as permissões dos arquivos. Estas permissões, basicamente, são representadas por três letras: r, w e x.
A letra r indica que o arquivo pode ser lido. A letra w indica que o arquivo pode ser apagado e alterado. A letra x indica que o arquivo pode ser executado (executável).
Porém, as permissões são divididas em três partes: dono do arquivo, grupo do arquivo e todos os utilizadores. Para cada parte, têm-se as três letras: r, w e x.
Então as permissões ficam no máximo assim:
-rwxrwxrwx
O primeiro rwx são as permissões do dono do arquivo.
O segundo rwx são as permissões do grupo do arquivo.
O terceiro rwx são as permissões de todos os utilizadores do sistema.
Quando houver um -, ao invés de uma das letras, isto quer dizer que a permissão que corresponde aquela letra está desactivada.
Exemplo:
$ls -l intro9.amaker
-rw-rw-r— 1 luke luke 9695 Feb 2 23:40 intro9.amaker
Neste exemplo o dono do arquivo (luke) pode ler e alterar/apagar (rw) o arquivo, mas não pode executar, pois a letra x não está presente (desactivado). O grupo do arquivo (luke) também só pode ler e apagar/alterar (rw). Já todos os outros utilizadores podem apenas ler o arquivo ®.
X Window System
O X Window System (ou X11) é um projecto iniciado há mais de dez anos atrás com o intuito de fornecer aos sistemas UNIX uma interface gráfica padrão.
O X11 é basicamente uma biblioteca (Xlib) que permite o total controlo sobre janelas, rato, teclado e vídeo. Tal biblioteca facilita a criação de programas que gerenciam isto tudo. Estes programas são chamados de Window Managers (Gerenciadores de Janelas).
O Linux, sendo baseado em UNIX, também adopta o X11 como sua interface gráfica padrão. O grupo XFree86 foi quem criou a versão do X11 gratuita para o Linux. Na página deles encontra-se tudo o que precisa para se ter o X a funcionar no seu PC: http://www.xfree86.org . A última versão do X11 possui suporte a várias placas de vídeo, inclusive 3D.
Sobre o X Window System correm todos os Window Managers que conhecemos:
WindowMaker
Enlightenment
SawMill
Icewm
(*) Texto extraído e adaptado de http://olinux.uol.com.br/artigos/285/5.html
Por: André Souza
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