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Edição de 31-03-2024
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    Arquivo: Edição de 30-04-2007

    SECÇÃO: Destaque


    COMEMORAÇÕES DO 25 DE ABRIL EM ERMESINDE (ORGANIZADO PELA JUNTA DE FREGUESIA DE ERMESINDE)

    Debate com a presença de Manuel Loff

    Nas celebrações do 25 de Abril, a Junta da Freguesia de Ermesinde pôde contar com a presença do historiador Manuel Loff que, no Auditório da Escola Secundária de Ermesinde, no passado dia 23 de Abril, deu uma lição de mão cheia a alunos e professores sobre o que era a vida antes e depois do 25 de Abril.

    Entre outros temas referiu a guerra colonial, razão entre outras, primeira para o descontentamento dos Portugueses, nomeadamente os mais jovens.

    Durante os 13 anos que durou a luta sangrenta, foram enviados para África 920 mil homens. Entre 1961 e 1968 esses homens cumpriam dois anos de serviço militar, no mínimo metade na Guiné, Angola ou Moçambique.

    Em 1968, o Governo duplicou o tempo do serviço militar e os homens enviados então eram aquartelados e isolados no meio do mato – grupos de 150 – estavam a 60 ou 70 km da primeira vila, percurso que demorava horas e horas a percorrer devido à instalação de minas no caminho.

    Ao longo de 13 anos os Portugueses nunca foram consultados para darem uma opinião sobre como resolver aquela guerra.

    Durante esse tempo, 800 mil portugueses emigraram par França, arriscando em caso de serem apanhados pena de prisão e envio para o campo de batalha.

    Em 13 anos morreram l0 mil portugueses, só em 1971 morreram em Angola entre 600 a 800 soldados.

    Ainda hoje não se consegue saber quantos africanos morreram.

    120 mil portugueses regressaram com stress/trauma, e são incapazes de ouvir rebentar um foguete ou um barulho mais fora do normal. Dormem muitos deles com armas debaixo do travesseiro e assustam-se, entrando mesmo em pânico, quando ouvem uma discussão mais acesa ou que envolva um maior número de pessoas.

    Em 1973, o Estado Português gastou 43% do seu orçamento na guerra colonial.

    Só depois do 25 de Abril, todas as mulheres e todos os homens puderam votar livremente. Antes apenas existia um partido - União Nacional – afecto ao Governo, e as eleições eram fraudulentas. Foi dado o exemplo das eleições de 1958, onde um dos candidatos era o General Humberto Delgado e, numa mesa de voto (em Gondomar), depois de contados os votos, verificou-se que o resultado era a favor do General, tendo aí obtido cerca do dobro dos votos; após recontagem, o resultado foi invertido.

    A percentagem de analfabetismo era elevada, interessando ao regime a continuação desta situação.

    700 homens, com o apoio da população, terminaram com este regime.

    Por: AVE/JFE

     

     

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