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Edição de 30-04-2024
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    Arquivo: Edição de 28-02-2007

    SECÇÃO: Cultura


    Nos 20 anos da morte de José Afonso

    Não quer “A Voz de Ermesinde” deixar passar em branco sem umas breves palavras, a passagem dos 20 anos – a 23 de Fevereiro –da morte do poeta e cantor José Afonso.

    Nascido a 2 de Agosto de 1929, em Aveiro, partiu com três anos e meio para Angola, onde vive cerca de três anos e inicia a sua instrução primária. Regressado brevemente a Aveiro, parte para Moçambique em 1937, mas volta, no ano seguinte, a Portugal. Em 1940 vai para Coimbra prosseguir os estudos. É aí que se encontra com a tradição musical de Coimbra, que há-de vir a desenvolver e renovar de forma genial.

    Quebrando uma tradição de não intervir directamente no seu fórum online, “A Voz de Ermesinde” decidiu tomar aí a palavra e desafiar os leitores a pronunciarem-se sobre a figura singular do poeta e cantor.

    José Afonso nunca foi um homem do espectáculo. Esteve sempre acima. Mas a ele (ao Zeca) não se reconhece apenas o génio musical que indubitavelmente foi, a qualidade poética dos seus textos, a sua voz quente e arrebatadora, a sua dimensão enquanto cantautor mundialmente reconhecido, a sua intervenção apaixonada e permanente pelos valores da fraternidade e utopia, que o fez perseguido no Portugal antes de Abril e mesmo mal-amado nos tempos que lhe sucederam. Todos aqueles que o conheceram de perto lhe reconheceram uma solidariedade sem limites, uma disponibilidade imensa, uma ética sempre exigente para consigo e para com os outros. E tornou-se – genuinamente – um símbolo que perdurará na memória de todos.

    “A Voz de Ermesinde” gostaria de ouvir, dos mais velhos aos mais novos dos nossos leitores, que memória, que sentimento, que ideias lhes provoca a figura ímpar de José Afonso.

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    UTOPIA

    Cidade

    Sem muros nem ameias

    Gente igual por dentro

    gente igual por fora

    Onde a folha da palma

    afaga a cantaria

    Cidade do homem

    Não do lobo mas irmão

    Capital da alegria

    Braço que dormes

    nos braços do rio

    Toma o fruto da terra

    E teu a ti o deves

    lança o teu

    desafio

    Homem que olhas nos olhos

    que não negas

    o sorriso a palavra forte e justa

    Homem para quem

    o nada disto custa

    Será que existe

    lá para os lados do oriente

    Este rio este rumo esta gaivota

    Que outro fumo deverei seguir

    na minha rota?

     

     

    este espaço pode ser seu Este espaço pode ser seu Este espaço pode ser seu
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