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    Arquivo: Edição de 28-02-2007

    SECÇÃO: Cultura


    A obra de Alvarenga

    Foto ARQUIVO
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    Fernando Alvarenga nasceu em Ermesinde, a 14 de Abril de 1930. Rumou a Angola em 1969, de onde regressou já após o 25 de Abril, em 1975. A sua vivência africana teve uma importância determinante na sua vida e na sua obra.

    O seu primeiro livro de poemas – “Poemas para a Distância Quebrada” antecede, contudo, a experiência africana, tendo sido publicado no Porto, em 1966.

    Em “Vector”, n.ºs 1 (1971) e 2 (1972) , em Nova Lisboa (agora Huambo) vê publicados, entre outros, os seus primeiros trabalhos do período africano. E é também nessa época que funda as edições Idealeda. É já com esta chancela que virá a ser publicado, posteriormente, o seu livro de poemas “Hoje na Madrugada” – poesia do último triénio colonial – (Publicações Idealeda, Nova Lisboa, 1972). Seguem-se-lhe, sempre em Nova Lisboa, “Do Konjeve a Nzinga-a-Cuum”, (1975), “Dizer País” (com David Mestre, ainda 1975). De regresso a Portugal, é publicada, no Porto, 1977, a antologia “25 Poemas de Fernando Alvarenga” (Publicações Idealeda).

    “Meus Cantos de Ainda” – poesia do último triénio colonial português – (Porto, Publicações Idealeda), surge em 1985, sendo distinguida pelo Júri do Prémio de Originais de Autores Portugueses da Associação Portuguesa de Escritores.

    Seguem-se-lhe “A Mãe por um Menino” (Editorial Notícias, Lisboa, 1994), “O Íris da Cinza” – rimance colonial – (Idealeda, Lisboa, ainda 1994), “Na Gávea de um Lírio” – cantos coloniais de amor – (Idealeda, Porto, 1998), e “Treze Poemas para a Mãe” (edição de “Palavra em Mutação”, Porto, 1999).

    A sua obra ensaística é mais tardia, tendo-se iniciado em livro com “A Arte Visual Futurista em Fernando Pessoa” (Editorial Notícias, Lisboa, 1984). Virão depois “A Socialização da Arte em Fernando Pessoa” (AJHLP, Porto, 1985), “Os Afluentes Teórico-Estéticos do Neo-Realismo Visual Português (Afrontamento, Porto, 1989 – tese de Mestrado *), “A Arte nas Estéticas de «Orpheu»” (Editorial Notícias, Lisboa, 1994), “José Régio Perante o Neo-Realismo” (incluído parcialmente na obra colectiva “Ensaios Críticos sobre José Régio” – Edições Asa, Porto, 1994).

    Entre outras podem apontar-se ainda colaborações suas nas revistas “Colóquio|Artes”, “Mealibra”, “O Escritor” (revista da Associação Portuguesa de Escritores), “Boletim –Centro de Estudos Regianos”.

    O volume comemorativo do Centenário de Pessoa, editado pela Secretaria de Estado da Cultura, inclui duas contribuições suas.

    Se o mérito de Alvarenga como crítico é incontroverso, como o demonstra a diversidade e a qualidade das publicações que o acolheram e a edição das obras a que meteu ombros, já quanto à sua poesia, entendemos o dever de um reparo.

    Fernando Alvarenga é o autor de uma obra singular que ficou profundamente marcada, como dissemos, pela sua vivência africana, o que, aliás, constitui uma marca singular que o coloca num espaço de uma intensa (quase diríamos tórrida) relação luso-africana, como está bem patente em livros como “Hoje na Madrugada”, Meus Cantos de Ainda”, “O Íris da Cinza” ou “Na Gávea de um Lírio”. Este é o aspecto marcante e distintivo da sua poesia, que leva o crítico Carlos Teiga (Lourenço Marques, hoje Maputo, em 1972, a considerá-lo «o primeiro criador de rimances africanos em língua portuguesa».

    Outro aspecto nada negligenciável da intervenção de Fernando Alvarenga é a sua permanente intervenção crítica e teórica como editor//poeta, que o leva a participar em diversos movimentos e a fundar vários grupos ou revistas de poesia, como são o caso de “Aganipe”– Tertúlia Aganipiana (Porto, por volta de 1960), “Paisagem” (Porto, pela mesma época, isto é, antes da sua aventura africana), “Vector” – Grupo Literário Vector (Nova Lisboa, 1971) e “Idealeda” – Ateneu Literário e Artístico Idealeda (Nova Lisboa, 1972).

    Ao longo da sua vida literária, esteve também sempre ligado a movimentos associativos de escritores, como a Sociedade Portuguesa de Ciências, Artes e Letras – Academia Portuense, Associação de Jornalistas e Homens de Letras do Porto ou a Associação Portuguesa de Escritores.

    Além de “A Voz de Ermesinde”, Fernando Alvarenga foi colaborador de vários outros jornais, como “O Correio do Douro”, “Jornal das Aves”, “Jornal de Notícias”, “Jornal de Letras e Artes”, “A Província de Angola”, “Prisma”, “Diário de Luanda”, “Convivium”, “Planalto”, “Convergência”, “Ecos do Norte”, Rádio Clube do Huambo, “Diário Popular” e “República”.

    Por: LC

     

     

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