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    Arquivo: Edição de 15-01-2007

    SECÇÃO: Opinião


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    Valongo à espera de melhores dias

    Assistimos à entrevista do Senhor Presidente da Câmara Municipal a um dos canais de televisão, para falar, supostamente, sobre a actividade desenvolvida no nosso Município, durante o Ano que agora finda.

    Constatámos o esforço quase titânico do jornalista para “sacar” ao autarca informação que justificasse ao auditório a referida entrevista.

    Confessamos que não gostámos do que ouvimos. Poucas novidades, as tradicionais queixas de falta de dinheiro e os lamentos pelo aparente esquecimento a que foi votado o Concelho de Valongo, pela Administração Central, preencheram o espaço do programa.

    Longe vão os tempos de um Presidente assaz lutador e empreendedor! Ao invés assistimos aos desabafos de um político desencantado e desgostoso com a perda de influência junto dos órgãos decisores. E, a atestar tudo isto, está o facto de ter assumido publicamente que este é o seu último mandato não se recandidatando, por isso, nas próximas eleições autárquicas. E esta foi a única novidade anunciada no decorrer do programa. E com consequências dramáticas no seio da maioria, a acreditar no que se vai ouvindo…

    O Plano de Actividades e Orçamento recentemente rejeitados pela Assembleia Municipal e pelo segundo ano consecutivo reflectem, já esse estado de espírito que se vive, hoje, no executivo camarário. Aparentemente, sem capacidade de negociação e, nas mãos das oposições, os governantes do município aguardam agora que estas apresentem propostas de alteração.

    PROPOSTAS PARA

    A VIABILIZAÇÃO

    DO ORÇAMENTO

    Acreditamos mesmo que essas propostas vão surgir e que permitirão a viabilização do Orçamento. Esperamos que essas mudanças não sejam meras operações de cosmética ou, efectuadas à custa da retirada de projectos a desenvolver nas freguesias, como é o caso de Campo, onde a Via Distribuidora se apresenta como uma necessidade premente, não só, para a dinamização da zona industrial, mas também, para desviar o grande movimento de camiões que atravessam diariamente a Vila, com incómodos, para a população residente.

    Caso tal não aconteça – a viabilização do Orçamento – é preciso que se diga que não há nenhum drama na sua rejeição. Outras autarquias vivem, ou viveram, situações idênticas - gestão por duodécimos –, sem grandes reflexos no desenvolvimento da actividade municipal. Importa, desde já, dizer que a decisão da Assembleia Municipal significa, apenas:

    «a - A execução do PPI (Plano Plurianual de Investimentos) e do Orçamento em vigor no ano anterior com as modificações que já tenham sido introduzidas até 31 de Dezembro;

    b - A realização, apenas, dos projectos contemplados no ano anterior, com as modificações que, entretanto, lhes tenham sido introduzidas até 31 de Dezembro, sem prejuízo dos limites das correspondentes dotações orçamentais».

    UM PAPEL MAIS VALORIZADO

    DA ASSEMBLEIA MUNICIPAL

    Convém, ainda, referir que as receitas do Orçamento para o ano de 2007, têm «uma redução de 4,97% em relação ao ano anterior».

    A acreditar nos números apresentados e a manter-se a reprovação do Orçamento, os valores mensais (duodécimos) disponíveis serão mesmo de montante superior aos "previstos" para o próximo ano. E os subsídios às Instituições e Colectividades do Concelho manter-se-ão… Apenas se exige à Autarquia uma gestão mais rigorosa. E aqui o papel fiscalizador da Assembleia Municipal passa a ser mais valorizado, na medida em que o Executivo se sentirá (mais) obrigado a prestar contas da sua actividade.

    O tempo dos títulos de caixa alta nos jornais diários em que se anunciavam iniciativas bombásticas já lá vai; hoje, é a discrição na gestão à espera que o tempo passe. Sejamos justos. O partido do poder na Câmara Municipal viveu sempre à sombra do seu Presidente, da sua influência e do seu “saber estar”.

    Fizeram-se coisas erradas, é certo, mas é bom que se releve aquilo que foram melhorias significativas no concelho.

    Hoje já não é assim. O dinamismo, o entusiasmo e o poder de iniciativa desapareceram. O órgão Câmara Municipal mais parece uma Comissão Administrativa - um poder transitório – aguardando ansiosamente que o voto popular venha alterar o "status quo" da actual administração do município. Valongo é hoje, uma terra, à espera de melhores dias …

    Por: Afonso Lobão

     

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