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Edição de 31-03-2024
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    Arquivo: Edição de 30-10-2006

    SECÇÃO: Editorial


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    Como vamos melhorar a Educação?

    Na busca de uma solução

    Não é uma questão de hoje, nem de há trinta nem cinquenta anos, é uma questão que surge em todos os momentos de mudança, seja ela política, social ou económica. Mas neste mundo globalizante, de grandes fossos culturais, tecnológicos, económicos, políticos e religiosos, tentar pautar a educação por uma base democrática e de igualdade de oportunidades para todos é ainda muito complicado, para não dizer utópico.

    Ao acreditarmos cegamente no progresso como solução única de bem-estar ao impor uma cultura ocidental, racional ao mundo inteiro, ao contribuirmos para a criação do mito de que a sociedade capitalista tinha nas suas mãos a solução para o mundo, criando uma máquina infernal com capacidade de produção infinita cuja sociedade de consumo iria sem dificuldade dar saída a todo o tipo de produção, incorremos num verdadeiro erro. O sistema de ensino herdado dessa época pós-industrial está a provar que falhou e entretanto acabamos por reconhecer outros métodos, outros saberes. Hoje não faz mais sentido falar apenas em cultura mas em culturas.

    Estamos mais uma vez numa encruzilhada que não pode ser resolvida de ânimo leve, não chega copiar um ou outro exemplo descontextualizado da nossa situação de atraso social, económico e cultural em que uma grande parte dos nossos alunos ainda é filho ou neto de analfabetos que vivem em casas onde nunca entra um livro, onde não se lê um jornal, por vezes mal alimentados, filhos de famílias desestruturadas.

    Como educar, como encontrar o caminho mais adequado ao tempo que vivemos? Uns têm tudo, família, cultura educação, e outros nada, mesmo nada, nem a expectativa de um emprego!

    Encontrar um equilíbrio entre situações tão díspares, é esse o grande desafio para todos os educadores, professores ou não.

    A história da humanidade e da cultura está intimamente ligada à história da educação e será sempre assim. Independentemente dos objectivos gerais a atingir e definidos por pedagogos, eles estão sempre em mudança e terão que estar conscientemente, com o tempo, nunca por modas, por razões efémeras ou oportunistas por vezes aliciantes.

    Quando falamos de educação para este país podemos e devemos estudar sistemas utilizados noutros países, analisar esses e os nossos, onde falhámos, se a responsabilidade pelo insucesso escolar é apenas do sistema escolar, dos programas, da formação dos professores..., mas preocupa-me que, por vezes de uma forma leviana, embarquemos pelo caminho mais fácil, estabelecendo roturas profundas na sociedade, difíceis de recuperar.

    Será que os nossos alunos, pais, futuros empregadores, sabem por que é preciso frequentar a escola e para que serve a educação?

    Por: Fernanda Lage

     

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