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    Arquivo: Edição de 30-05-2006

    SECÇÃO: Editorial


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    Avaliar... o ensino

    Mais um ano lectivo a chegar ao fim e, com el,e as preocupações dos alunos, pais e professores.

    Os alunos, e por vezes os pais, fazem contas e mais contas a ver se conseguem as médias necessárias para entrarem no curso que querem, na Universidade mais conceituada, mais próxima de casa, no curso que acreditam que contribuirá para a sua realização pessoal, aquele que se abre a porta à realização dos seus sonhos, ou talvez aquele que alguém decretou que está na moda, que dá um estatuto social compatível com as suas aspirações e da sua família.

    De qualquer modo é sempre um momento de reflexão para todos, alunos e professores.

    È muitas vezes nestas alturas que os alunos compreendem como as médias têm importância, que os pais se apercebem que o seu filho não é o melhor do mundo, que o professor equaciona o que falhou (os que pensam nestas coisas, e há alguns...), mas equacionam muitas outras coisas, porquê este cansaço!?

    Porquê este desânimo!?

    Será que aqueles que ocupam lugares-chaves neste país não reconhece a existência dos bons professores?

    Não entendem que ao nivelarem todos pelos maus exemplos criam desânimo e descrença?

    Que a própria comunicação social, ao fazer eco desta postura contribui para a falta de respeito e consideração duma classe que se vê confrontada com todas as consequências de uma sociedade em crise, onde a cultura é algo muito distante do maior número de portugueses.

    É nesta situação, em que a percentagem de pais que acompanham e vão à escola é mínima, que o Ministério se lembrou que a avaliação dos professores passa também pela avaliação dos pais. Os pais são muito bem vindo à escola, aqueles que participam, que pensam, que conseguem dialogar, esses sim, compreendem o trabalho do professor,... e os outros?

    Como resolver o insucesso escolar? Eis a grande preocupação dos governos, dos professores e da população em geral quando se vêem confrontados com outros países, especialmente os do norte da Europa. É muito simples, esses países iniciaram processos de alfabetização há muitos anos, alguns mesmo antes do séc. XVIII.

    Em 1850, nos países escandinavos, na Alemanha e mesmo em França e Inglaterra, o analfabetismo situava-se entre 10% a 30%. No princípio do séc. XX em Portugal, 78% da população não sabia ler nem escrever.

    É curioso lembrar que no início da ditadura a escolaridade obrigatória baixou de quatro para três anos.

    Quando Portugal tentava dar cumprimento à obrigatoriedade da escolaridade básica de 6 anos e tinha 30% de analfabetos, os países mais avançados da Europa atingiam 80% da população com a escolaridade secundária.

    Por muito estranho que nos pareça, Portugal está num momento único destes últimos 200 anos...

    Em 2001 cerca de 45% da população portuguesa entre 18 e 24 anos não tinha concluído o ensino secundário e não se encontrava na escola ou a frequentar uma formação profissional.

    E quem são os empresários portugueses, que formação têm? Há emprego para profissionais qualificados? Não seria por aí que incitávamos os nossos jovens a frequentarem cursos profissionais?

    Com uma população de um grande número de desempregados, com um nível global cultural muito baixo, como pode grande parte da população pensar, ser crítico, avaliar?

    É neste panorama que os pais dos nossos alunos vão avaliar professores!?

    NOTA: Dados estatísticos recolhidos da obra “Educação 2020”, de Fernando Medina.

     

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