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    Arquivo: Edição de 30-10-2009

    SECÇÃO: Educação


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    O DESAFIO DA EDUCAÇÃO

    Crianças que não param!

    O grande desafio que se coloca aos pais é a procura de melhores respostas para as diferentes situações ao longo do desenvolvimento dos seus filhos.

    Este espaço pretende informar e responder a questões generalizadas na área do desenvolvimento da linguagem e da aprendizagem e suas implicações no percurso escolar. Para um maior esclarecimento: [email protected] ou www.elisabetepinto.com

    Actualmente, a hiperactividade é uma das maiores problemáticas da infância e da adolescência, razão pela qual a relembramos. Desta vez para acrescentar algumas orientações práticas que nos são frequentemente solicitadas. A designação científica mais actual é a de Perturbação de Hiperactividade com Défice de Atenção (PHDA). Esta perturbação tem sido alvo de grande interesse e atenção por parte de professores, psicólogos, médicos, educadores e investigadores, pois tem um forte impacto na vida escolar e familiar de um número significativo de crianças.

    A PHDA caracteriza-se por problemas de desatenção, hiperactividade e impulsividade. Relativamente ao diagnóstico de PHDA, o DSM-IV-TR refere que esta perturbação requer a presença persistente e perturbadora de, pelo menos, seis sintomas duma lista de dezasseis, metade destes relacionados com problemas de atenção, e a outra metade relacionada com problemas de hiperactividade/impulsividade. Para a realização do dignóstico é necessário que os sintomas se manifestem em mais do que um contexto (por exemplo escola e casa). Resumidamente, o diagnóstico da PDHA baseia-se nos seguintes aspectos: presença conjunta de sintomas básicos: falta de atenção, inquietude e mobilidade excessiva; estimativa da gravidade dos problemas, tomando como referência a idade e o nível intelectual da criança; avaliação do carácter permanente ou situacional das alterações; observação directa dos sintomas; ausência de psicose e distúrbio afectivo; início precoce e persistência temporal dos sintomas (García, 1999).

    Foto LEAH-ANNE THOMPSON
    Foto LEAH-ANNE THOMPSON
    A avaliação deve ser realizada em equipa, constituída por um psicólogo e um médico e deve incluir a entrevista e a aplicação de questionários à criança/adolescente, aos pais e aos professores, se necessário a realização de exames médicos e a observação directa do comportamento nos contextos de vida do sujeito (Lopes, 2004).

    Os pais de crianças com PHDA não se devem sentir culpabilizados e incompetentes no que diz respeito à educação dos seus filhos. A investigação revela que as causas do PHDA estão maioritariamente relacionadas com factores internos, tais como alterações do desenvolvimento cerebral (Lopes, 2004).

    Em relação à intervenção no PHDA, esta inclui a medicação e a intervenção psicológica ao nível do comportamento. Para além do acompanhamento profissional é importante o acompanhamento no dia-a-dia, tanto na escola como em casa.

    Na escola existem algumas estratégias de intervenção na sala de aula que os professores podem utilizar, tais como: reforçar ou recompensar pelos bons desempenhos (comportamentais ou académicos): o reforço deve ser por exemplo uma actividade que a criança goste e não um reforço material; evitar ameaças, castigos e repreensões; realizar tarefas com poucos passos e pedir à criança para repetir ao professor as instruções que lhe foram dadas; evitar tarefas repetitivas; relembrar as regras da sala de aula (DuPaul & Stoner, 1994; García, 1999).

    Também em casa os pais podem utilizar algumas estratégias de intervenção parental: dar instruções breves, precisas e concretas; tornar as tarefas mais atraentes e motivadoras; dar recompensas imediatas (por exemplo um elogio, um gesto de afecto ou uma recompensa material) quando a criança realiza as tarefas e cumpre as regras de forma a que esta compreenda a relação da recompensa com o comportamento que teve; redireccionar o comportamento da criança para objectivos futuros e não apenas para a recompensa imediata; estabelecer hábitos regulares tais como horários estáveis das refeições, do sono, do lazer, da realização dos trabalhos de casa. Salienta-se a importantância da utilização das mesmas estratégias independentemente do contexto e que ambos os pais utilizem os mesmos métodos, de forma a haver consistência, proporcionando assim uma maior segurança aos filhos (Barkley, 2000; García, 1999).

    Para que a intervenção seja eficaz é importante que o trabalho seja realizado equipa, entre os profissionais, os pais e os professores, havendo assim uma colaboração e cooperação que promove a confiança nas crianças e que facilita o seu progresso.

    Por: Elisabete Pinto*

    * com Joana Pinto (psicóloga)

     

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