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    Arquivo: Edição de 15-04-2008

    SECÇÃO: Psicologia


    A IMPORTÂNCIA DA SAÚDE MENTAL

    O lado negro da depressão: suicídio

    Este é um espaço de reflexão e diálogo sobre temas do domínio da Psicologia, que procurarei dinamizar com regularidade, trazendo para aqui os principais problemas do foro psicológico que afectam pessoas de todas as idades. Na qualidade de psicóloga estou disponível para os leitores de “A Voz de Ermesinde” me poderem colocar as questões que desejarem ver esclarecidas, através de carta para a redacção deste quinzenário ou para o seguinte “e-mail”: [email protected]

    A depressão pode considerar-se uma epidemia silenciosa, dado o risco de suicídio que acomete grande parte destes doentes.

    Trata-se de uma doença que se caracteriza por afectar o estado de humor de uma pessoa, deixando-a com um predomínio anormal de tristeza.

    Todas as pessoas podem ser afectadas, mas as mulheres são duas vezes mais propensas ao desenvolvimento de estados depressivos.

    É comum estas pessoas sentirem-se desvalorizadas, culpabilizadas por acontecimentos alheios, e fracassadas em vários aspectos da sua vida. Dificuldades cognitivas também são de recorrência comum, e verifica-se que estes doentes têm tendência para exacerbar as consequências dos problemas com que se confrontam no dia-a-dia.

    O sofrimento que tudo isto origina conduz a pessoa a um desânimo tal, do qual pensa não ter saída.

    É frequente que estes doentes tenham pensamentos suicidas, e o desejo de passar ao acto é marcado pela inutilidade que a pessoa sente face a si e aos outros. É este aspecto que faz com que a depressão seja das principais causas do suicídio, principalmente nas pessoas que vivem com uma menor rede social de apoio.

    Importa recordar que a tendência para o isolamento é uma consequência desta doença, o que origina um ciclo vicioso que resulta da perda de esperança em melhorar, naqueles que desprezam os sintomas e não procuram tratamento médico adequado.

    Segundo um estudo americano, chegou-se à constatação de que cerca de 1/5 das pessoas que sofre de depressão tenta suicidar-se, e outros 47% pensam pôr fim à vida mesmo antes de lhes ser feito o diagnóstico.

    Porém, o suicídio não costuma ser espontâneo ou impulsivo, trata-se de uma situação premeditada, elaborada e planeada detalhadamente, com escolha do meio, hora e local para realizar o acto.

    As taxas de suicídio costumam ser mais elevadas nas pessoas viúvas, solteiras e divorciadas, naquelas que não têm filhos, e não pertencem à religião católica.

    Portugal passou de cerca de 500 suicídios por ano, no final da década de 1990, para 1200 em 2002, e 1100 no ano seguinte. Esse aumento ultrapassa os 100% e está a deixar a comunidade médica apreensiva, com receio de se voltar a reviver os anos negros das décadas de 1930 e 1980, altura em que o número de suicídios aumentou exponencialmente.

    Por tudo isto, importa, antes de mais, estar-se atento aos factores de risco que podem despoletar este acto fatalista, dar apoio e orientar estes doentes para tratamento o mais precocemente possível.

    Por: Joana Dias

     

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