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    Arquivo: Edição de 30-05-2007

    SECÇÃO: Saúde


    Dores cervicais

    As dores cervicais, à semelhança das dores lombares, são dores bastante incapacitantes que têm uma evolução gradual, excepto no caso de traumatismos, e produzem uma forte diminuição da qualidade de vida. São dores que têm uma variação multifactorial para o seu aparecimento e que quando não são corrigidas as causas pela qual a dor se manifesta, a evolução pode ser bastante rápida.

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    Tal como acontece nas dores lombares, as dores cervicais atingem sobretudo traumatizados, idosos, obesos, sedentários, indivíduos com escolioses vertebrais e profissionais que passam longas horas em posturas erradas.

    A coluna cervical é formada por sete vértebras denominadas de C1, C2, C3 até C7 e, entre cada uma das vértebras, existe um disco intervertebral que funciona como um amortecedor, absorvendo as forças de compressão às quais as vértebras estão sujeitas. Estas vértebras articulam-se com a cabeça na sua parte superior em C1 e com a coluna torácica em C7. Esta parte da coluna vertebral é bastante instável e é graças a essa grande instabilidade que conseguimos fazer diversos movimentos de grande amplitude. Mas esta instabilidade é controlada por factores que a limitam, tais como: músculos, ligamentos, cápsulas articulares, etc.. Todas estas estruturas são fundamentais na preservação do bom funcionamento da nossa cervical. Se um destes factores falhar aparecem as dores, que normalmente têm diferentes formas de se manifestarem. Pode ser através de uma “moideira” desconfortável ou dor forte na região do pescoço e ombro, dores de cabeça, dores irradiadas (formigueiros/dores que percorrem os membros superiores), dores conjugadas com sessão de “ourado” e dor no final do movimento, por exemplo, quando olhamos para o céu, pois ao permanecermos com a cabeça em extensão, temos dor. Todos estes sintomas nos indicam diferentes causas para a dor.

    As causas da dor tem diferentes formas de serem interpretadas e a recorrência a diferentes profissionais de saúde pode levar a uma confusão da real seriedade e causa da patologia. A causa é sempre a mesma maspara tratarmos as patologias poderemos recorrer a diferentes abordagens. Como fisioterapeuta, privilegio a vertente biomecânica de toda a estrutura e considero que a dor tem origem sempre em alterações da dinâmica das articulações e músculos envolventes.

    Sendo assim, as dores cervicais podem ter origem em alterações de funcionamento das articulações ou dos músculos que podem obrigar a coluna cervical a “trabalhar” de forma errada. Este trabalho incorrecto leva ao aparecimento das artroses cervicais, das discopatias, das hérnias discais, da compressão dos nervos que saem da coluna, das disfunções do tronco da artéria vertebral e das contracturas dos músculos do pescoço e ombros.

    No tratamento destas patologias é muito importante fazer uma análise cuidadosa, perceber exactamente qual a causa mais provável e aliviar a dor sem descuidar os factores que originam a doença. A diminuição da dor é fundamental e deve ser sempre o primeiro passo seguido de procedimentos que irão contrariar os mecanismos de lesão. A abordagem da lesão passará sempre por técnicas de controlo da dor, posturas correctivas, exercícios terapêuticos, relaxamento muscular, mobilização articular e ensino ao paciente. No entanto, é importante alertar o leitor para algumas considerações muito importantes: as alterações na cervical por vezes têm origem em patologias já existentes na lombar, sendo nestes casos importante informar o profissional se já teve dores lombares antes do aparecimento destas dores cervicais, se já existir hérnias discais na grande maioria das situações só com a cirurgia ou com uma ginástica postural correctiva eficaz é que podemos atenuar as dores sentidas.

    A coluna vertebral é uma estrutura muito complexa e funciona como um prolongamento do nosso cérebro. Para além disto tem uma função vital na capacidade de nos movimentarmos e é rodeada por estruturas vitais para o nosso bem-estar.

    Tente estar atento aos seus sintomas, aqui tal como em tudo, é melhor prevenir que remediar.

    Por: Rui Marques, fisioterapeuta na Cerma, Ermesinde.

     

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