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    Arquivo: Edição de 30-01-2007

    SECÇÃO: Opinião


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    O cidadão sofre...

    A polémica à volta dos transportes públicos na Área Metropolitana do Porto e, nomeadamente a nova Rede dos STCP, preencheu as páginas dos jornais no mês de Janeiro deste novo ano.

    Primeiro, foi o "ruído" levantado pela publicitação do Relatório do Tribunal de Contas, cujas conclusões de uma auditoria realizada à gestão da Empresa Metro do Porto, não eram lisonjeiras para o seu Conselho de Administração. Depois o debate que se lhe seguiu, acerca do modelo de gestão a adoptar pela Empresa e as vantagens de um maior profissionalismo e maiores responsabilidades do Estado no controlo da mesma. Finalmente a opção do Conselho de Administração da Sociedade de Transportes Colectivos do Porto (STCP), quanto ao formato da nova rede de transportes, cuja controvérsia, à data da redacção destas linhas, ainda se mantém.

    A propósito, já reparou o leitor quão necessário se torna, a entrada em funcionamento da Autoridade Metropolitana dos Transportes para planear e regular os transportes públicos no Grande Porto!

    Deixemos por ora, a Empresa Metro do Porto, o seu financiamento e modelo de gestão e dediquemos a nossa atenção à nova rede dos Transportes Colectivos do Porto.

    Como se sabe a Empresa decidiu implementar uma nova Rede para substituição da existente, com base nos seguintes pressupostos ou novas realidades, que conseguimos detectar:

    – A existência da rede de Metro,

    – A redução do número de utentes que utilizam as suas carreiras na cidade do Porto;

    – A concessão a privados de algumas linhas, nomeadamente nos concelhos da periferia.

    Foram estas, aparentemente, as razões que estiveram na base da redução e redistribuição das carreiras dos transportes públicos.

    Entretanto, diga-se desde já, que os estudos que levaram a alterar a rede foram efectuados no tempo da anterior Administração e, as suas conclusões, só não passaram do papel, porque a gestão dos STCP foi, entretanto, substituída.

    A actual Administração limitou-se pois, a pôr no terreno o projecto elaborado anteriormente, ainda que com ligeiras adaptações. Fê--lo, acreditando, que o mesmo, respondia a uma nova realidade, a que se juntam certamente, argumentos de ordem económico/financeiros próprios de um País em situação difícil e, em que o rigor é, ou deve ser também, um desafio para quem gere a coisa pública.

    Como se sabe, o Estado transfere milhões de Euros para a Empresa, a título de indemnizações compensatórias, dado o serviço público relevante que a STCP presta aos utilizadores da sua rede que são na sua maioria pessoas de pequenos recursos.

    Cometeram-se, entretanto alguns erros. Em primeiro lugar, esqueceram os responsáveis que as carreiras dos STCP vão a locais onde não existem transportes públicos alternativos.

    Em segundo lugar, os contactos com as autarquias do Grande Porto, vieram a revelar-se, desajustados dos interesses das populações.

    A propósito das Autarquias, fica-nos a sensação que o diálogo dos STCP com estas entidades foi ligeiro, subalternizando-se as consequências de uma má programação. Daí a indignação, as manifestações dos cidadãos e os bloqueios aos autocarros!

    E com razão!

    É que, esqueceu a Administração dos STCP, que os serviços que presta se dirigem a uma camada populacional com algumas fragilidades sociais, que comprou casa porque tinha a escola, o infantário e o transporte à porta e, de um dia para o outro, viu ser alterado o percurso, criando às famílias//utentes um novo problema a adicionar às dificuldades da sua vida quotidiana.

    É que, não pode, nem deve ser ignorado, que os serviços prestados pelos STCP, têm uma componente social e, mesmo ambiental que se deve realçar.

    Tenho para mim, que houve alguma precipitação, no tempo e, na forma, como foi lançada a nova rede dos STCP.

    Não está em causa a necessidade de reformar a anterior rede – a existência do Metro, só por si, justificaria a reformulação - mas também é necessário que se diga que a mesma devia "entrar ao serviço" após o amadurecimento e faseamento da mesma.

    Ao que sabemos, a Administração dos STCP, já promoveu algumas alterações ao projecto inicial da nova Rede - louve-se a iniciativa – e, certamente saberá encontrar o equilíbrio entre uma boa gestão e as expectativas da população.

    É o caso de Ermesinde. Ocorreram manifestações da população contra a supressão de carreiras que servem a zona de Sonhos, Há dez anos tinha acontecido festa rija dos residentes pela chegada dos STCP. Hoje, sem nada que o justificasse, cortaram-lhe o acesso a esse direito. Como é possível?

    Por: Afonso Lobão

     

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