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    Arquivo: Edição de 31-05-2023

    SECÇÃO: Cultura


    ENTREVISTA COM A PROFESSORA GABRIELA BARROS NO RESCALDO DA ESTREIA OFICIAL À FRENTE DO GRUPO MIX DANCE

    «Saí de coração cheio e feliz por elas e por mim»

    PROFESSORA GABRIELA BARROS
    PROFESSORA GABRIELA BARROS
    O recém inaugurado Auditório da Senhora da Paz, em Alfena, encheu na noite de 20 de maio último. O motivo desta “casa cheia” foi a exibição do espetáculo “Uma Viagem pelos Musicais... desde os Anos 70 até aos dias de hoje”, interpretado pelo grupo Mix Dance, valência da Associação Académica e Cultural de Ermesinde (AACE).

    Este espetáculo (que aqui reproduzimos em algumas imagens) teve a particularidade de assinalar a estreia do jovem grupo da AACE sob a orientação de Gabriela Barros, por outras palavras, o evento foi como que colocar em prática o trabalho dos quatro meses de trabalhos que esta professora de dança leva com o grupo. E como se tratou do primeiro espetáculo pensado e idealizado por Gabriela Barros que foi dado a conhecer publicamente, o nosso jornal trocou algumas palavras com a professora, que no final saiu «feliz e de coração cheio» por si e pelas suas alunas.

    A Voz de Ermesinde (AVE): O espetáculo “Uma Viagem pelos Musicais... desde os Anos 70 até aos dias de hoje” foi o batismo da professora Gabriela Barros na orientação do grupo Mix Dance. Nesse sentido, perguntámos como é que viveu esta estreia?

    Gabriela Barros (GB): Bem, foi muito intensa e emocionante ao mesmo tempo. O espetáculo deu muito trabalho no sentido em que queria que as minhas Mix fossem felizes a dançar mas ao mesmo tempo com o maior rigor e coordenação possível.

    No final tudo valeu a pena e saí de coração cheio e feliz por elas e por mim.

    AVE: A apresentação deste espetáculo foi o culminar de quatro meses de trabalho da professora Gabriela na condução desta valência da AACE. Como é que foram estes seus primeiros quatro meses a trabalhar com estas meninas?

    GB: Foram quatro meses de muito trabalho. No início foi complicado para mim interiorizar o que elas estavam habituadas a fazer e o patamar em que estavam. Tentei ao máximo moldar-me a elas para que eu conseguisse chegar ao ponto de trabalho que eu acho interessante. Tracei um caminho e com muito diálogo e trabalho com elas, sempre juntas, conseguimos construir a base daquilo que eu considero ser o Grupo Mix Dance. Elas esforçaram-se muito e foram evoluindo ao tempo de cada uma e nada me deixa mais feliz do que ver que realmente todo o esforço e dedicação começou a dar frutos.

    Agora é continuar a trabalhar para conseguirmos sempre mais e melhor.

    AVE: O que é que a professora Gabriela trouxe de novo a este grupo? Por outras palavras, o que procurou, ou procura, implementar através da sua visão e experiência profissional que possa trazer mais valias ao grupo?

    GB: Bem, a base delas era um jazz… eu procurei implementar um misto de jazz, contemporâneo e moderno. A longo prazo quero que elas adquiram mais conhecimentos técnicos para depois podermos usar nas coreografias e se tornarem bailarinas mais completas e consistentes.

    Outro ponto mesmo importante para mim, e que foi uma grande vitória neste espetáculo, foi elas se habituarem a ter uma coreografia e ter de a trabalhar, sempre com a minha ajuda, claro, mas cada uma encontrar o seu caminho, a sua individualidade, expor as suas dúvidas e no final fazer uma coreografia do início ao fim confiantes e por sua própria iniciativa. Coisa que não acontecia, pois estavam habituadas para além de fazer sempre o mesmo, a dançarem por “imitação”.

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    AVE: Voltando a falar do espetáculo, como é que foi ver o auditório completamente cheio, e já agora em que é consistiu este “Uma Viagem pelos Musicais... desde os Anos 70 até aos dias de hoje”?

    GB: Foi mesmo muito bom, não só para mim mas como também para elas… sentir que de alguma forma todos os presentes apoiaram e confiaram no nosso trabalho e no final aplaudiram de pé. Ainda há um longo caminho a percorrer como já referi mas depois desta estreia tenho a certeza que estamos no caminho certo. O espetáculo foi pensado e idealizado por mim com base em algumas experiências que já tinha tido ao logo da minha vida como bailarina.

    Achei que o tema lhes iria trazer alegria e motivação e ao mesmo tempo, perante o ponto em que elas se encontravam eu conseguir alcançar algo sólido e introduzindo já alguma técnica.

    Acho que o resultado final fala por si. Não podia ter encaixado melhor nelas.

    AVE: Quanto ao futuro, quais são os próximos passos (espetáculos) do grupo Mix Dance? Em suma, o que podemos esperar do que aí vem?

    GB: Para já, temos já agendado atuar já no dia 27 de maio num espetáculo solidário dos Bombeiros Voluntários de Ermesinde, posteriormente também atuaremos na Expoval e na Feira do Livro, sendo que estas atuações vão partir sempre deste primeiro espetáculo que fizemos.

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    A longo prazo prevemos realizar um espetáculo de Natal que já está a ser pensado, mas que para já não posso adiantar muito, pois as ideias ainda não estão 100% sólidas.

    AVE: Por fim, será que a Gabriela Barros nos podia fazer uma breve descrição da sua experiência/trajeto profissional enquanto professora de dança?

    GB: Eu comecei a dançar ballet clássico aos 3 anos e realizei todos os exames da Royal Academy of Dance desde o Pré Primary até ao Grau 8. Posteriormente, e a par do ballet clássico, iniciei no Moderno, onde realizei os exames de graus 4, 5, 6, Bronze, Silver e Gold pela Imperial Society of Teachers of Dancing. Tenho ainda uma formação de um ano, embora não certificado em Jazz. E por fim, realizei o curso de intérprete de dança contemporânea no Balleteatro Contemporâneo do Porto.

     

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