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Edição de 31-03-2024
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    Arquivo: Edição de 15-11-2010

    SECÇÃO: Educação


    O DESAFIO DA VIDA (EDUCAÇÃO & SAÚDE)

    A importância de respirar pelo nariz

    O nosso desafio é esclarecê-lo e ajuda-lo a superar os obstáculos da vida para ser feliz. Somos uma equipa transdiscipliar e é para isso que existimos. Tem o nosso apoio em www.felicity.com.pt ou [email protected]

    Foto SERGEY LAVRENTEV - FOTOLIA
    Foto SERGEY LAVRENTEV - FOTOLIA
    Como é do conhecimento geral, a respiração é um processo fisiológico dedicado à troca de oxigénio e dióxido de carbono com o meio ambiente e é uma função vital, que nos acompanha desde os primeiros segundos de vida até aos últimos. Esta frequência tão alta é o que a torna, a par da mastigação, um dos processos fisiológicos mais importantes para desenvolvimento das funções, músculos e ossos do crânio e face.

    Fisiologicamente estamos preparados para utilizar a via nasal, como a principal, para o processo respiratório. Quando a entrada de ar ocorre por esta via encontramos vantagens como a filtração, humidificação e aquecimento do mesmo. Estas características são promotoras de um sono adequado, crescimento facial harmonioso, maior concentração intelectual, e menores infecções do foro otorinolaringológico (amigdalites, otites, etc.). A par destas vantagens ainda podemos considerar que, quando a respiração ocorre via nasal, possibilita que a criança tenha a sua boca encerrada e estruturas como a mandíbula, bochecha, lábios e língua se encontrem numa posição de repouso adequada.

    Apesar de todas as vantagens e propensão fisiológica para a respiração nasal, esta nem sempre ocorre ou é possível. Na base da respiração pela boca, podemos encontrar situações de obstrução da via nasal e faríngea (desvio do septo nasal, rinites, sinusites, aumento de volume de adenóides e amígdalas, etc.) e//ou situações de flacidez muscular ou hábitos orais inadequados. Relativamente a estas situações, é importante referir que é normal, em qualquer criança, que respire pela boca por curto período de tempo. É considerado um problema quando esta situação se torna um hábito.

    No momento em que a respiração oral se instala, como um hábito, as consequências podem variar de acordo com a causa deste hábito, idade da criança e o tempo de instalação desta alteração. Este hábito poderá ter como consequências as alterações a forma e posicionamento de estruturas rígidas (ossos faciais e dentição), função e posicionamento dos músculos orais e faciais (lábios, bochechas, língua, etc.) e postura global. As alterações provocadas pela respiração oral poderão ainda, a um nível mais visível, ter repercussão na fala, mastigação, deglutição (acto de engolir).

    Alguns dos sinais que poderão ajudar a identificar uma criança com esse mau hábito são: olheiras constantes; dorme de boca aberta constante mente; durante o dia e actividades tem os lábios entreabertos ou está com a língua fora da boca; está constantemente com os lábios ressequidos; fica rouco muitas vezes.

    Quando uma criança é identificada com este hábito é extremamente relevante que se efectue uma intervenção em equipa. O Otorrinolaringologista será o profissional responsável pela avaliação médica das causas deste hábito, e, por exemplo, em casos de adnoidites ou amigdalites, será o profissional responsável pela decisão sobre uma intervenção cirúrgica ou farmacológica. O Médico Dentista concentra a sua análise nos casos em que o hábito esteja a provocar alterações do crescimento facial ou dentário e pondera a melhor conduta em relação à idade e situação clínica individual do paciente. Em determinados casos, o Fisioterapeuta poderá ter um papel relevante na intervenção, quando se trate de um caso com alterações posturais associadas ou outras alterações respiratórias. O Terapeuta da Fala será o responsável pela reeducação/treino/normalização do padrão e modo respiratório, funções como a deglutição e mastigação, articulação verbal (fala) e motricidade orofacial (músculos da face e boca), sempre com o objectivo final de estabelecimento de um equilíbrio entre as funções e estruturas orofaciais.

    É extremamente importante que cada vez mais, os profissionais que contactam com crianças e pais estejam sensíveis a esta questão, uma vez que, ao longo do desenvolvimento da criança se torna mais difícil reverter este hábito e diminuir os impactos por ele causado.

    Por: Fábio Reis (*)

    (*) Terapeuta da fala

     

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