Os segredos do aleitamento materno...
Durante séculos o aleitamento materno foi o único meio de sobrevivência inicial do Ser Humano. Todos os outros mamíferos continuam a amamentar as suas crias. Para cada mamífero o melhor leite é o da própria espécie. Contudo, actualmente, a sociedade industrializada teima em modificar esta prática natural. Os hipermercados enchem-se de bonecas com biberões, propagandas alusivas ao aleitamento artificial com bebés saudáveis, próprios de uma sociedade “moderna”... tudo contribui para um abandono precoce do aleitamento materno.
Será que não existem vantagens na amamentação? Ou será que desconhecem os segredos do aleitamento materno?...
Reavivando memórias, passo a enumerar algumas vantagens da amamentação com leite materno:
• Favorece o desenvolvimento do bebé;
• Favorece um bom relacionamento com a mãe (“vínculo”);
• Está sempre disponível a uma temperatura adequada;
• É facilmente digerível, diminuindo o aparecimento das famosas “cólicas” próprias do bebé;
• Protege o bebé de algumas infecções;
• Pode adiar uma nova gravidez;
• Não tem custos;
• Ajuda a prevenir o cancro da mama, do útero e anemia materna.
Contudo, deve-se salientar que existem variações na composição do leite materno. Assim, o colostro é o leite produzido pela mãe nos primeiros dias após o parto. É espesso e de cor amarelada ou transparente. O leite maduro aparece após alguns dias (aproximadamente dois a quatro dias). A quantidade de leite produzido é muito maior, tornando as mamas da mãe pesadas e endurecidas. Este processo é conhecido como a “subida do leite”.
O LEITE INICIAL
E O LEITE FINAL
Mas o leite materno ainda guarda alguns segredos...
Sabia que o leite do início e do fim da mamada é substancialmente diferente? De facto, o leite inicial é produzido em maiores quantidades e fornece uma grande quantidade de proteínas, lactose, e outros nutrientes. É no leite inicial que o bebé recebe toda a quantidade de água de que necessita. É por esta razão que um bebé alimentado só à mama não precisa de beber água antes dos quatro a seis meses de idade. O leite final parece mais branco do que o leite inicial porque contém mais gordura. É nesta gordura que o bebé vai buscar a maior parte da energia de que necessita. Resumidamente, podemos afirmar que o leite inicial e o leite final fazem um par excelente: um abastece a água e o outro a energia. O primeiro “mata” a sede e o segundo a fome.
Muitas mães referem que têm pouco leite. O fluxo do leite materno depende dos pensamentos da mãe, dos seus sentimentos e da frequência das mamadas. Quanto mais o bebé mama mais leite é produzido.
Concluindo, com sugestões motivadoras: a amamentação tem sucesso na maior parte dos casos se:
• A mãe se sentir bem consigo mesma;
• O bebé pegar correctamente na mama e fizer uma boa sucção;
• O bebé mamar frequentemente e o tempo que desejar;
• O ambiente for de apoio à amamentação.
Amamentar é um acto exclusivo da mulher, na sua condição de mãe, que necessita ser devidamente valorizado e incentivado pela sociedade... por cada um de nós!
Por: Sandrina Ferraz*
* Sandrina Bernardete da Silva Oliveira Ferraz é enfermeira especialista em Saúde Materna e Obstétrica e conselheira em Aleitamento Materno.
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