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    Arquivo: Edição de 30-07-2006

    SECÇÃO: Saúde


    Sistema de triagem de Manchester

    Foto MANUEL VALDREZ
    Foto MANUEL VALDREZ
    A problemática do serviço de atendimento permanente, leva a repensar as práticas da sua utilização de forma a garantir uma eficiência dos serviços, uma satisfação por parte dos utilizadores e dos profissionais de saúde.

    As exigências de hoje, não só da tecnologia, mas também da satisfação profissional, passando pela qualidade de atendimento dos utentes, constituem fortes razões para estudar e investir na organização dos Serviços de Urgência.

    A triagem num Serviço de Urgência é uma variação do processo de triagem militar ou de desastres. Trata-se de um processo de distribuição ou classificação de pacientes de acordo com a necessidade para o tratamento de emergência e potencial de danos adicionais.

    A procura do Serviço de Urgência aumentou dramaticamente desde 1850, e esta tendência tende a continuar. O número e a gravidade crescentes das condições dos pacientes, parecem transformar a triagem em uma das actividades mais importantes no Serviço de Urgência. Um Serviço de Urgência sem triagem tem pouco controle sobre os efeitos do grande número de doentes e a vasta gama de problemas.

    A Triagem de doentes num Serviço de Urgência compreende vários objectivos, que passam por avaliar o paciente logo na sua chegada, anteriormente ao registo, obter um breve relato acerca da queixa actual e dos dados objectivos, realizar uma breve avaliação física, dar prioridade ao atendimento dos pacientes críticos, determinar a área de atendimento em nível primário, isto é, área clínica, ou então de especialização médica, iniciar intervenções terapêuticas e de diagnósticos. Se é de urgências que se trata, então não faz sentido atender os utentes pela ordem de chegada, pois nem todos têm a mesma urgência.

    É necessário implementar uma metodologia de trabalho que seja coerente, que respeite a boa prática médica em situações urgentes, seja fiável, uniforme e objectiva ao longo do tempo e passiva de auditoria (inclusive externa).

    Acredita-se que o Sistema de Triagem de Prioridades de Manchester cumpre todos os requisitos acima descritos permitindo a identificação da prioridade clínica e a definição do tempo alvo recomendado até à observação médica caso a caso, quer em situações de funcionamento normal do Serviço de Urgência quer em situações de catástrofe, sendo estes os objectivos da triagem de prioridades.

    O Sistema de Triagem de Prioridades de Manchester trata-se de um sistema que foi concebido e implementado em Manchester (Inglaterra) e desde então adoptado como norma em vários hospitais do Reino Unido, Irlanda, Holanda e Canadá.

    Trata-se de um sistema de apoio à decisão na triagem a doentes de urgência, que identifica a prioridade clínica e define o tempo recomendado até a observação pelo médico. Os doentes, até aqui atendidos na urgência por ordem de inscrição, passam com o novo sistema a ser recebidos por um profissional de saúde, que é neste caso o enfermeiro, cuja avaliação dos casos clínicos determina que os menos graves esperem mais tempo para ser atendidos.

    O método consiste em identificar a queixa inicial (de apresentação) e seguir o respectivo fluxograma de decisão (existem ao todo 52 que abrangem todas as situações possíveis). O fluxograma contém várias questões a serem colocadas pela ordem apresentada (com definição exacta dos termos) que constituem os chamados discriminadores.

    A consciência do método é tal que, mesmo que seja escolhido um fluxograma alternativo ou por ventura menos correcto, o resultado final em termos de prioridade clínica será igual.

    Cada utente é classificado numa das cinco categorias de urgência designadas por cores. Para cada cor existe um tempo máximo de espera previamente definido:

    Os “vermelhos”, “laranjas” e “amarelos” ficam logo do lado de dentro do Serviço de Urgência e os outros voltam para a sala de espera.

    Os “azuis” são considerados aqueles que não deveriam ir ao hospital. Dados recentes apontam que cerca de 40% dos doentes que recorrem ao Serviço de Urgência não tinham necessidade de ir aos hospitais.

    Nos hospitais quem atende são os enfermeiros, fazendo estes a triagem com base num protocolo previamente estabelecido, logo que o doente chega, após o momento de inscrição o enfermeiro faz a sua avaliação e encaminha o doente de acordo com os resultados.

    Por: Sónia Cristina Pinto Briga*

    *Enf.ª Especialista em Enfermagem Médico-Cirurgica

     

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