CDU apresenta Lino Soares como candidato a presidente da Câmara
Em breve cerimónia de apresentação que decorreu na noite do passado sábado, dia 21 de Maio, no Fórum Vallis Longus, na capital do concelho, a CDU deu a conhecer as personalidades que irão encabeçar a lista candidata à Câmara Municipal de Valongo. Lino Soares, coordenador da organização concelhia do PCP será cabeça de lista para o Executivo municipal, enquanto Sofia de Freitas, independente, presidente da Direcção do Núcleo Cultural e Recreativo de Valongo, irá encabeçar a lista candidata à Assembleia Municipal de Valongo. A cerimónia contou com a presença e a palavra de Eugénio Reis, membro do Comité Central do PCP, que com o seu discurso encerrou a sessão.
Com o Fórum Vallis Longus muito desguarnecido de assistência, e numa cerimónia breve, que não deve ter consumido nem meia hora aos presentes, a CDU apresentou os seus cabeças de lista para as eleições autárquicas a nível concelhio.
A cerimónia teve início com umas palavras muito breves do mandatário da candidatura concelhia, José Viegas, que entregou de imediato a palavra a Lino Soares, o primeiro a intervir e o orador que acrescentou informação mais pertinente à sessão. José Viegas, no decorrer da sessão viria também a fazer o elogio de Eduarda Ferreira, a última eleita da CDU para a Câmara de Valongo e, muito particularmente, de Faria Sampaio, uma referência incontornável do partido no concelho.
Também Lino Soares se lhes referiria, tal como, muito brevemente, a Serafim Vieira, o último cabeça de lista â Câmara valonguense.
O coordenador concelhio do PCP terminaria a sua intervenção anunciando que a CDU iria fazer uma campanha esforçada, freguesia a freguesia, e apontando como objectivo da candidatura a eleição de um vereador.
Apresentou depois as grandes linhas orientadoras da campanha, que agrupou em sete pontos principais.
Começou por destacar «a defesa do carácter público de serviços essenciais prestados» pelo município, rejeitando a estratégia de apropriação privada de gestão da água e «o primado do interesse público sobre o particular».
Em concreto, neste domínio Lino Soares apontou como objectivo «a rescisão do actual acordo existente entre a Câmara de Valongo e a empresa multinacional Veoli, que se apresenta no nosso concelho com o nome de Águas de Valongo».
Como segundo ponto, salientou «a defesa de uma política de correcto planeamento e gestão», que assegure a construção de espaços urbanos humanizados, com os equipamentos adequados à vida social e à preservação ambiental. Nesse sentido, a CDU propõe-se intervir ao nível do PDM, «de forma a manter e reforçar a defesa dos solos agrícolas e florestais» ainda existentes, e combatendo a especulação imobiliária.
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Manuel Valdrez |
Como exemplos negativos, a CDU aponta o caso da Nova Valongo, e propõe-se apresentar uma proposta de enquadramento florestal da área não construída, envolvendo a Biblioteca Municipal, e os futuros Tribunal e edifício camarário.
Como terceiro ponto, a CDU aborda a questão social no concelho, «o mais pobre da Área Metropolitana», com o desemprego a crescer, baixos níveis de formação (escolar e profissional), a existência de falsas zonas industriais, que não passam de entrepostos de «mercadorias produzidas noutras regiões e noutros países». A ameaça de encerramento da LEAR,«empresa que recebeu avultadas contrapartidas do Governo e da própria Câmara Municipal» e o encerramento fraudulento de empresas são também abordados nas Linhas Orientadoras da candidatura.
A política ambiental foi o tema que se seguiu no documento apresentado por Lino Soares, que tocou nos aspectos do saneamento básico e recolha e tratamento de lixos, na despoluição do Leça e do Ferreira, na necessidade de intervenção nas ETARs de Campo de Ermesinde, na promoção da educação ambiental e na defesa da criação do Parque Natural do Douro Litoral (incluindo a classificação como áreas protegidas das serras de Santa Justa, Pias, Castiçal, Flores e Banjas).
A intervenção de Lino Soares abordou ainda a promoção das actividades associativas, no domínio cultural, recreativo, desportivo, popular e cívico, a defesa do transporte público (com a proposta da utilização do ramal ferroviário de Ermesinde a Leixões, com envolvimento directo entre Campo, Valongo e Alfena), e finalmente, a questão da saúde, pretendendo encontrar soluções para obviar à situação actual de milhares de utentes sem médico de saúde.
AS INTERVENÇÕES
DE EUGÉNIO REIS
E SOFIA DE FREITAS
Falou de seguida Sofia de Freitas, que manifestou a sua disponibilidade para o embate que se avizinha e abordou alguns aspectos de natureza mais civilizacional ou de projecto, como a questão da educação («as crianças estão mal sentadas» - uma das questões que abordou), do ambiente («há falta de zonas verdes») e da mobilização dos militantes e apoiantes da CDU, a quem apelou que se juntassem num esforço maior de intervenção para trazer mais força à candidatura.
O representante do Comité Central do PCP, Eugénio Reis, interveio no final, ressaltando a importância do poder local, um palco no qual, apesar das dificuldades, «foi possível resistir às forças do capital». O dirigente comunista pronunciou-se contra a proposta de executivos monocolores que tem vindo a ganhar a adesão de socialistas e social-democratas, considerando que aprovada, ela daria rédea solta a todos os abusos. Eugénio Reis recordou que, mesmo assim, o exercício da fiscalização não tinha impedido o surgimento de burlas.
Referiu depois a linha orientadora das candidaturas, conforme definida pelo PCP: a defesa das populações e dos trabalhadores.
Por fim, adiantou que «a situação sócio-económica tarda a clarificar-se», mas apesar de tudo, terminou com um grito de esperança, ao recordar palavras de José Carlos Ari dos Santos: «Isto vai, camaradas! Isto vai!».
Por:
LC
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