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Edição de 31-03-2024
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    Arquivo: Edição de 30-03-2005

    SECÇÃO: Crónicas


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    O PS e a crise na Câmara de Valongo

    O PS venceu as eleições legislativas e o engenheiro José Sócrates é hoje o primeiro-ministro de Portugal. Há meses atrás, ninguém se atreveria a apostar numa derrota da coligação de direita e numa vitória do PS, por maioria absoluta. É certo que o estilo e a forma de governação de Pedro Santana Lopes deixava antever uma derrota dos partidos do poder; porém os resultados do PS e das forças partidárias à sua esquerda traduzem um resultado desastroso, que levou mesmo à queda dos líderes Santana Lopes e Paulo Portas.

    José Sócrates definiu uma estratégia, apresentou as suas propostas e lutou até ao final pela obtenção de uma maioria absoluta. Acreditou, lutou e venceu!

    Os líderes partidários, para vencerem, têm de ter valores, convicções, programas, mas é determinante a vontade de vencer. Sócrates é, na minha opinião, o primeiro-ministro que o país precisa, para ultrapassar a crise em que está mergulhado. Estou convencido de que vai ser um grande primeiro-ministro de Portugal.

    Os novos

    desafios do PS

    No próximo mês de Outubro, um novo acto eleitoral irá mobilizar os portugueses: as eleições autárquicas. É certo que no final do ano teremos eleições presidenciais, mas, por ora, detenhamo-nos apenas nas eleições locais. As autárquicas - eleições em que os protagonistas locais têm um peso significativo nos resultados finais - ocorrerão num quadro lisonjeiro para o Partido Socialista.

    Em primeiro lugar o Governo continuará a beneficiar de um estado de graça, por via da gestão das expectativas, que a maioria absoluta criou no povo português. A avaliar os comentários dos analistas políticos, o Governo parece ter entrado com o pé direito, nos primeiros tempos de governação. E como isso é importante, para quem tem de enfrentar múltiplos desafios... e como “mais vale cair em graça, do que ser engraçado”, o engenheiro José Sócrates parece ter caído no goto do povo português, desejoso de competência, autoridade, rigor e transparência na vida política.

    Em segundo lugar, os partidos da direita estão ainda à procura de uma liderança, a qual, escolhida, vai ter necessidade de tempo para se afirmar. E, como é desgastante enfrentar uma maioria absoluta, com bancadas parlamentares constituídas por deputados, escolhidos por lideranças que entretanto, sucumbiram...!

    Em terceiro lugar, sabe-se que são os resultados obtidos nos grandes centros urbanos - Áreas Metropolitanas de Lisboa e Porto - que permitirão aos partidos fazerem avaliações políticas das eleições autárquicas.

    A Área Metropolitana e a sua população reclama, hoje, um conjunto de iniciativas que alterem a actual situação de marasmo e de bloqueio em que se encontra. É preciso uma nova lei de competências, um novo projecto político e novos protagonistas que o operacionalizem.

    Ora, temos para nós que o estilo de governação já gasto, que os autarcas do PSD têm imprimido à frente destas câmaras, a somar às sondagens de opinião e aos resultados obtidos nas últimas eleições, permitem-nos pensar em ventos de mudança.

    O PS e a crise

    na Câmara

    de Valongo

    Chegados aqui, o leitor de “A Voz de Ermesinde”, poderá interrogar-se, o que é que tudo isto tem a ver com a Câmara de Valongo. Tem tudo a ver e será uma “dor de alma” se o PS e os seus dirigentes não souberem aproveitar um conjunto de circunstâncias que parecem convergir para uma mudança de cor partidária, no próximo mês de Outubro.

    Mudança de um poder que se esgotou e que hoje é apenas uma sombra do dinamismo empreendedor que pareceu dar sinais, nos primeiros tempos do seu já longo mandato (12 anos);

    Mudança de um estilo de presidência ultrapassada, que já não mobiliza a população, as suas hostes, nem a própria equipa de vereadores. Os tempos de hoje exigem disponibilidade, criatividade e inovação, atributos que não existem na actual gestão camarária. Hoje, os responsáveis camarários estão desejosos que o tempo passe e que o fim do mandato venha rápido, que venham outros substituí-los!

    Nunca a palavra mudança se aplicou tão bem à actual situação vivida no município de Valongo.

    Mudança de rumo, na estratégia a seguir: que valorize o concelho no contexto da Área Metropolitana, que melhore a qualidade de vida dos cidadãos, que se preocupe com o desenvolvimento sustentável do concelho, que descentralize competências para as Juntas de Freguesia, facilitando assim a vida dos cidadãos, que reforce os meios na componente social, educacional e cultural, enfim que dê condições ao tecido empresarial, para criar riqueza e postos de trabalho.

    É este diagnóstico, discutível por certo, que se nos apresenta. É também o desafio que se coloca àqueles que têm a tarefa de encontrar e acreditar nos protagonistas políticos que vão dar corpo ao (novo) projecto socialista, para o concelho e para a Área Metropolitana.

    PS: Há tempos, neste mesmo jornal, defendemos que em Valongo, o PS e as forças políticas à sua esquerda, deveriam unir esforços e apresentar um projecto comum às próximas eleições, já que é previsível, que o PSD e o CDS o façam. O líder do PS Porto Francisco Assis, lançou esse mesmo repto ao PCP e ao BE, alargado à Área Metropolitana. Estranhamente o BE parece ter recusado a proposta!

    Pode ser que a alteração à lei eleitoral para as autarquias, a aprovar na Assembleia da República, o faça mudar de ideias...

    Por: AFONSO LOBÃO

     

     

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