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Assinado protocolo entre a Junta de Ermesinde e a ANCANP

Foto MIGUEL BARROS

A cerimónia protocolar decorreu na sede da JFE, e contou com a presença de algumas figuras de vulto do andebol português, desde logo o presidente da ANCANP, o professor José Magalhães, e o andebolista Victor Iturriza, este último recentemente nomeado como o melhor pivô da última edição do Campeonato do Mundo. Curiosamente, duas figuras com fortes ligações à nossa cidade, uma vez que aqui residem há largos anos.

Diga-se em jeito de explicação que a ANCANP desempenha um papel crucial no fortalecimento e promoção do andebol em Portugal, especialmente entre as camadas não profissionais. A associação, de direito privado e sem fins lucrativos, dedica-se a criar condições para o desenvolvimento do desporto, através da organização de competições, formação de jovens atletas e capacitação de treinadores.

Na sua alocução, o presidente da JFE, Miguel de Oliveira, começou por destacar o trabalho notável que o professor José Magalhães tem tido nas últimas décadas no que concerne ao desenvolvimento de uma modalidade que, nas suas palavras, atingiu, nos dias de hoje, níveis de profissionalismo muito elevados como não existem em muitas modalidades. Neste aspeto, realçou também o trabalho dos clubes, e que a eles se deve igualmente o facto de recentemente a seleção nacional ter alcançado um inédito quarto lugar no Mundial da modalidade. No entanto, e nas suas palavras, lembrou que apesar deste êxito desportivo, o país não tem mais do que quatro ou cinco pavilhões a sério, de acordo com o que havia lido recentemente na imprensa nacional. E sobre o último ponto, o autarca ermesindense sublinhou que esta mão cheia de pavilhões é manifestamente insuficiente. «Os clubes debatem-se todos os dias com dificuldades naquilo que é o planeamento na marcação dos seus treinos e dos seus jogos por insuficiência de pavilhões no nosso país. Também em Ermesinde temos essa dificuldade, essa insuficiência, de pavilhões e que temos de colmatar», disse Miguel de Oliveira, acrescentando que era uma pena que no que toca à “Bazuca Europeia”, no âmbito do programa Portugal 2030, o país ainda não tenha tido fundos comunitários para investir em infraestruturas desportivas e que nesse sentido estava na hora de voltar a olhar para esta necessidade em construir/melhorar esse tipo de infraestruturas.

Mais adiante, frisou que este protocolo é uma oportunidade única, pois Ermesinde foi durante muito tempo um «viveiro incrível» de jovens praticantes desta modalidade, mostrando-se convicto de que vai voltar a sê-lo. «Estamos muito interessados em voltar a ter aqui em Ermesinde clubes, associações desportivas, que promovam esta modalidade tão nobre, esta modalidade que nos permite a todos crescer», destacou o autarca, dando ainda nota de que também ele treinou andebol durante alguns anos no passado. «O andebol é um desporto espetacular. Sou suspeito de falar, mas é sem dúvida o desporto mais completo em termos de ponto de vista coletivo, onde temos de aliar a componente física à inteligência, e a intelectual à emocional, e eu guardo muitas e boas recordações dos tempos em que o pratiquei», recordou o presidente da JFE, que a concluir a sua intervenção prometeu que enquanto estiver à frente dos destinos da cidade a ANCANP pode contar com o apoio da autarquia em tudo o que esteja ao alcance desta. Miguel de Oliveira lembrou de igual modo que este protocolo de cedência das instalações da sede da Junta à ANCANP não só reforça o compromisso desta autarquia com o desporto local, mas também demonstra a importância de parcerias entre instituições públicas e associações privadas para o crescimento do andebol e o incentivo à prática desportiva na comunidade.

Por seu turno, o presidente da direção da ANCANP agradeceu a Miguel de Oliveira e ao restante executivo da JFE a possibilidade que a autarquia proporcionou à associação de criar a sua sede em Ermesinde. «Uma cidade que me acolheu com quatro anos de idade, e por isso fico muito feliz por celebrar este acordo nesta cidade», começou por destacar o professor José Magalhães. Ele que mais à frente no seu discurso expressou a disponibilidade da ANCANP em ser um baluarte dos clubes em prol do desporto nacional, e do andebol em concreto, agradecendo ainda as palavras de Miguel de Oliveira quando este havia dito que ele é um dos responsáveis pelo sucesso desportivo que o andebol tem tido a nível nacional, contrariando essa ideia ao mencionar que «não, os responsáveis somos todos, muita gente que colabora e faz as coisas acontecerem».

Por: MB