Ermesinde recebeu com cor e alegria o seu “filho” João Ramboia para viver cinco dias de intensa folia carnavalesca
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FOTOS HÉLDER TEIXEIRA (JFE) |
Como manda a já longa traição, Ermesinde viveu intensamente a folia carnavalesca da Queima do João. À conta do nosso “conterrâneo” João Ramboia, a cidade brincou ao carnaval ao longo de cinco dias (entre 28 de fevereiro e 4 de março) com muita cor, movimento, diversão e acima de tudo alegria. Organizado mais uma vez pela Junta de Freguesia de Ermesinde (JFE), e com a Direção Artística a ficar a cargo de André Barros Pinto e de Mário Sá (do grupo de teatro Casca de Nós, valência da Associação Académica e Cultural de Ermesinde), os festejos carnavalescos na nossa terra tiveram um início em grande, naquele que terá sido, provavelmente um dos momentos altos da festa, com a chegada do João e a sua trupe circense à cidade para delírio de mais de 2000 crianças das escolas públicas e privadas da freguesia (a saber, as escolas básicas e jardins de infância do Agrupamento de Escolas de S. Lourenço e do Agrupamento de Ermesinde, o Externato Maria Droste, o Externato Santa Joana, o Colégio de Ermesinde, a Colégio Academia de Ensino Particular, e o Jardim de Infância do Centro Social de Ermesinde), que deram cor e vida a um cortejo (com mais de 2400 elementos, entre eles algumas figuras autárquicas, desde logo os presidentes da JFE e da Câmara Municipal de Valongo (CMV), respetivamente Miguel de Oliveira e José Manuel Ribeiro) que percorreu ao longo da manhã do dia 28 algumas das ruas centrais ermesindenses. O tema da edição de 2025 da Queima do João foi o “Brinquedo Tradicional Português”, sendo que nesse sentido o enredo carnavalesco prosseguiu no dia 1 com a dinamização da Oficina do Brinquedo do João, com workshops (construção de brinquedos tradicionais que ficou a cargo da Oficina de Artesanato César), animação, dança, jogos tradicionais e teatro, que tiveram lugar no Largo da Estação de Ermesinde. O domingo (dia 2) ficou marcado pela tragédia da morte do nosso amigo João Ramboia. Ao reencontrar antigos amigos e visitar locais da infância foi traído pela emoção e… sofreu um ataque cardíaco no largo da antiga feira. Nos dois dias seguintes cumpriu-se no armazém da JFE (próximo do parque da Socer) os habituais e restantes capítulos da festa, isto é, o velório, no dia 3, e no dia seguinte a leitura do testamento (cujas populares deixas foram da autoria de A Voz de Ermesinde) e a posterior queima (que teve lugar junto às margens do Rio Leça). Naturalmente, que o julgamento, devido às peculiares deixas (sendo que na caixa em anexo transcrevemos algumas delas) é sempre um capítulo com muita afluência popular, e este ano isso não fugiu à regra. Porém, algumas críticas foram apontadas pelos populares neste derradeiro capítulo da festa, desde logo porque o som da aparelhagem do armazém da Junta não era o melhor, dificultando e muito a audição do julgamento e do diálogo que sempre existe em volta deste e que provoca, por norma, a gargalhada dos populares. Outro senão foi a questão da fraca visibilidade para o palco onde decorreu o julgamento, com muitas pessoas de pé a dificultarem precisamente a visão de quem estava mais atrás. Todas estas condicionantes levaram à debandada de alguns populares, que não ficaram até ao final da festa, a qual teve mais uma vez a presença do presidente da JFE, de vários elementos do executivo da Junta, e ainda do vice-presidente da CMV, Paulo Esteves Ferreira. Interessante foi o momento da queima do João, que aconteceu numa pequena ilha do Rio Leça, numa zona entretanto requalificada, sendo que desta parte os populares mostraram o seu agrado.
ALGUMAS DEIXAS CRIADAS PELO NOSSO JORNAL SOBRE A VIDA DO JOÃO
JULGAR O NOSSO JOÃO,
É TAREFA COMPLICADA!
JÁ QUE ESTE MALANDRÃO
TEVE SEMPRE VIDA AGITADA!
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NASCEU PARA OS LADOS DA BELA,
LÁ FREQUENTOU A ESCOLA.
LOGO PROVOCOU CAUTELA
COM O QUE ESCONDIA NA SACOLA!
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(…)
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IRRITADO E SEM TINO,
ABANDONOU ESTA TERRA,
PROCUROU OUTRO DESTINO,
FOI PARAR À INGLATERRA!
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(…)
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NÃO FICOU LÁ MUITOS DIAS,
NÃO QUERENDO TERRA IBÉRICA,
DEPOIS DE MUITAS BALBÚRDIAS,
FOI APORTAR À AMÉRICA!
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ERA TRUMP O PRESIDENTE,
DEU-SE MAL COM A CONFUSÃO!
FALA DEMAIS, MENTE SEMPRE
ESPANTOU O NOSSO JOÃO!
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(…)
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DESESPERADO, SEM SAÍDA
DIZ QUE A RÚSSIA É SALVAÇÃO!
MAS AO FIM DE DURA VIDA,
NÃO PÔDE LÁ FICAR O JOÃO!
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(…)
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JOÃO VAGUEIA SEM DESTINO,
PELO MUNDO A PASSEAR,
BUSCA UM RUMO, UM NOVO HINO
SEM SABER ONDE FICAR!
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(…)
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JOÃO ANDOU PELO MUNDO FORA,
SEM SAUDADE OU DIREÇÃO,
VOLTOU A ERMESINDE AGORA,
COM EUROMILHÕES NA MÃO!
(…)
JOÃO, COM FAMA E PRAZENTEIRO,
FEZ RIGOROSO TESTAMENTO,
DISTRIBUIU O SEU DINHEIRO,
POR QUEM TINHA NO PENSAMENTO!
JOÃO DEIXOU, SEM HESITAR,
ÀS GAJAS BOAS, UM QUINHÃO!
POIS NÃO PASSAVA SEM PREMIAR
AS MAIS BONITAS DA NAÇÃO!
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(…)
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JOÃO VAI ARDER, SEM COMPAIXÃO,
VÃO AS CINZAS NO LEÇA REPOUSAR.
PROMESSAS AO VENTO, SÓ ILUSÃO,
NADA SOBROU PARA RECORDAR.
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JOÃO PARTES, VAIS VIAJAR!
DEIXAS SAUDADES? COM CERTEZA!
PARA O ANO VAIS VOLTAR,
CÁ JULGAREMOS SUA ALTEZA!
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