Qual o valor económico do trabalho voluntário?
Com a diferença de 10 anos, respeitante a 2011, mas sempre atual, atualizável e mais valorizável, o estudo realizado por Joana Santos, gestora e mestre em Economia Social, e o Professor Américo Mendes, A Revista Análise Associativa – AA, publicada pela Confederação Portuguesa das Coletividades, a qual transmite sempre elementos de análise que nos possibilitam conhecer melhor o valor do movimento associativo organizado, utilizáveis para estudo individual ou coletivo a qualquer momento.
No n.º 2 da AA, datado de 2015, tendo como tema em destaque, O Associativismo e o Estado Social, inclui uma abordagem sobre “Qual o valor económico do trabalho Voluntário?” o caso das Coletividades de Cultura, Recreio e Desporto, lema que desde sempre provocou curiosidades diversas.
Porque se entende a necessidade de ciclicamente se revisitar esta temática, sem qualquer outra pretensão que não passe pela importância de transmissão destes dados, a quem não se tenha apercebido na devida altura, ou a muitos outros dirigentes entretanto chegados ao ato de dirigir em associação.
Atualização respetiva é necessária, mesmo que o seja por estimativas, ficará à opinião de cada um o melhoramento destes dados, dado que o fator tempo e sua distância, o estudo refere-se ao ano de 2011, os valores serão outros e superiores, com toda a certeza.
Número de horas de trabalho
O trabalho publicado então, está na base da observação de 189 coletividades, com os dados de prática mensal de 147.335 horas de trabalho voluntário, indicando em média, o exercício de 780 horas de voluntariado.
Existindo uma variedade e dispersão de valores no conjunto das organizações avaliadas, uma vez que existindo realidades diferentes, tanto pelas atividades desenvolvidas como pela dimensão de cada uma, dão para comparar o número médio de horas do trabalho realizado.
Cada voluntário dedica uma média de 32 horas por mês, numa avaliação de atividades exercidas a tempo inteiro, e outras que o fazem pontualmente ao longo do ano.
Valor de renumeração por função
Com aplicação da mesma metodologia, os autores deste trabalho identificaram o valor para o trabalho voluntário de acordo com a função desempenhada, nas coletividades observadas, onde os valores variam entre 3,19 euros e os 13,09 euros por hora. Sendo que o grupo de “órgãos executivos” pertence ao grupo de valores mais elevados.
Assinalam também os autores que, a metodologia não é isenta de limitações:
• Qualquer função tem o mesmo valor independentemente de quem a executa, não considerando o nível de habilitações, experiências ou dinâmicas do trabalhador.
• Considera-se que uma função tem o mesmo valor, independentemente das diferenças de execução ou de motivação do trabalhador remunerado ou do dirigente ou associado voluntário.
• Considera-se que a valorização do trabalho voluntário, corresponde ao mesmo valor, da mesma tarefa, se esta fosse executada por um trabalhador renumerado. Não sendo consideradas para o caso, as diferenças dos valores salariais entre organizações com ou sem fins lucrativos.
• Referem ainda os autores, que não tiveram em conta outros valores para além do económico, indicando por exemplo, os benefícios do trabalho voluntário para a sociedade e para o próprio voluntário.
Consideram a metodologia utilizada como uma forma simples e eficaz de encontrar uma estimativa do valor de trabalho voluntário como válida.
Valor económico do trabalho voluntário
Consideram assim que o trabalho de um voluntário nas coletividades de cultura, recreio e desporto observadas, tem o valor médio de 11Euros/hora, mesmo que o valor para as mulheres seja menor; 12,5 Euros/homens, 9,2 Euros mulheres. Exercendo cada voluntário uma média de 32 horas mensais valorizadas em 361 Euros mensais.
“No total das 189 coletividades observadas foram praticadas, em 2011, 147.335 horas de voluntariado cujo valor é estimado em 1.589.892 Euros. Apesar das diferentes realidades entre coletividades, em média cada uma, beneficia de 780 horas de trabalho voluntário, valorado em 8.412Euros”.
Resumindo, por esta amostra, algumas conclusões possíveis:
No ano de 2011, foram praticadas
(...)
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Adelino Soares*
* CPCCRD
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