Subscrever RSS Subscrever RSS
Edição de 28-02-2025
Jornal Online

SECÇÃO: Crónicas


foto

“Dizem que foi para Lisboa, esse finório!!”

O ato de sintonizar um canal de notícias português é uma desilusão. Casos e mais casos, ligados à atividade política. Uns a encobrirem, outros a fim de caírem no esquecimento popular? Não sei. Se calhar a ilusão do pós-25, já se desvaneceu. Algo que na altura nos foi ensinado e transmitido pelos apolíticos, não o soubemos transmitir aos vindouros.

Lembro-me que naquele tempo foi criada uma disciplina curricular de seu nome “Introdução à Política”. Quase que quem a lecionava, era tão político como todos que o escutavam. Ficámos a saber o que significava fraternidade, igualdade e liberdade. Liberdade com respeito para com o próximo, em todos e quaisquer atos individuais. Hoje, o importante é o eu e depois eu e sempre primeiro, eu. Já lá vai o tempo em que eu, miúdo andava pelas ruas em horas noturnas com um balde com água, farinha desviada devidamente das dispensas das cozinhas das nossas mães, para se fazer cola artesanal para colarmos os panfletos com máximas políticas. A renumeração nem era um obrigado, andávamos ali pelo gosto e pela crença do mundo melhor. Lembro-me de um livro do George Orwell publicado pela primeira vez em 1945. O Triunfo dos Porcos. Uma fábula que narra uma história de traição e corrupção, em que todos os animais são iguais, mas alguns são mais do que os outros.

foto
Numa das minhas etapas a caminho de Piódão e Tourém, numa tarde escaldante fiquei sem água nos bidons. Ao ver a indicação do nome de uma aldeia, para lá desviei a bicicleta. A aldeia com uma única rua. Sem fontanários. Procurei o antigo tanque de lavar a roupa, que esse, quase de certeza teria água. Ali estava ele mas seco como as pedras da calçada. Uma cortina desviou-se da janela e desta apareceu o olhar medroso e inquiridor. A janela entreabriu-se e lá surgiu a pergunta – É da terra?. Neguei e transmiti ao que vinha. A bengala de amieiro transportou-o até mim. Sentou-se na parede do tanque onde eu já estava. – Então por aqui não há água?, inquiri. – Ô, se há, respondeu – Vou-lhe contar. Há uns anos esta aldeia não tinha nada e o certo era que não precisávamos de nada. Sorri. O filho do regedor, o Zé, chegou da cidade onde estava a estudar e convenceu-nos na tasca do Ilídio, a termos eletricidade. Todos acharam bem e lá andámos de enxadas e picaretas a abrir os buracos para os postes. Vieram os da câmara a fazer as ligações e lá lhes dávamos umas sopitas que os coitados nem traziam comida. Eu fui o único que não quis. Para quê? Tinha o candeeiro de “pitrol” para me deitar e de “note” para não me enganar no penico. Mas a mulher!! A mulher!! está a ver. Lá mandei pôr, convencido pelas falas mansas do Zé. Foi um gastar de dinheiro. Não gastava luz e ainda tinha que pagar um aparelho deles, todos os meses. – O contador? perguntei. – Isso, isso e mais o que não gastava. Um roubo, um roubo à

(...)

leia este artigo na íntegra na edição impressa.

Nota: Desde há algum tempo que o jornal "A Voz de Ermesinde" permite aos seus leitores a opção pela edição digital do jornal. Trata-se de uma opção bastante mais acessível, 6,50 euros por ano, o que dá direito a receber, pontualmente, via e-mail a edição completa (igual à edição impressa, página a página, e diferente do jornal online) em formato PDF. Se esta for a sua escolha, efetue o pagamento (de acordo com as mesmas orientações existentes na assinatura do jornal impresso) e envie para o nosso endereço eletrónico ([email protected]) o nome, o NIF e o seu endereço eletrónico para lhe serem enviadas ao longo do ano, por e-mail, as 12 edições do jornal em PDF.

Mas se preferir a edição em papel receba comodamente o Jornal em sua casa pelo período de 1 ano (12 números) pela quantia de 13,00 euros.

Em ambos os casos o NIB para a transferência é o seguinte: 0036 0090 99100069476 62

Posteriormente deverá enviar para o nosso endereço eletrónico ([email protected]) o comprovativo de pagamento, o seu nome, a sua morada e o NIF.

Por: Manuel Fernandes

 

 

este espaço pode ser seu Este espaço pode ser seu Este espaço pode ser seu
© 2005 A Voz de Ermesinde - Produzido por ardina.com, um produto da Dom Digital.
Comentários sobre o site: [email protected].