CORREIO DO LEITOR
Crime Ambiental
Sou residente na freguesia de Ermesinde e estou preocupado com as ações da atual presidência da Junta de Freguesia, que estão a destruir os jardins públicos à frente da minha residência (cruzamento da Rua João Domingos Bontempo com a Rua Presas de Sá, próximo do Mercadona de Ermesinde), prejudicando o ambiente e a qualidade de vida local.
Os jardins que se encontram verdes e auto-sustentáveis (não necessitam de ser regados e apenas precisam de ser limpos duas vezes por ano) encontram-se a ser destruídos e árvores a ser cortadas com a intenção de plantar relva. Por um lado, de um ponto de vista ambiental, está-se a destruir um jardim muito verde, saudável, com muita pouca manutenção necessária e onde até os pássaros fazem ninhos nas árvores, servindo estas ainda de isolamento sonoro e visual para os carros que passam nas ruas supra-indicadas. Importante ainda será dizer que além da quantidade de verdes diminuir com a destruição da vegetação atual, será preciso gastar uma quantidade brutal de água todos os anos para sustentar a relva, algo que o jardim atual não necessita. Por outro lado, de uma perspetiva financeira, serão gastos recursos humanos a fazer esta transição, é preciso comprar e montar sistemas de regas e claro, será um jardim que precisará de mais manutenção e de ser regado artificialmente durante o ano, levando a muitos mais custos de manutenção.
A administração do condomínio já apresentou estes e outros argumentos (como o risco de o jardim vir a servir de casa de banho pública para os animais) mas o presidente da Junta, Miguel de Oliveira, demonstrou não estar aberto para discussão com o argumento que será bom para os jovens jogarem à bola e brincarem, mesmo estando aqueles jardins rodeado de edifícios e carros, onde estas atividades podem causar danos materiais. Relembro que a 300 metros se encontram as piscinas municipais de Ermesinde, com um skate parque e um campo de futebol e no final da Rua João Domingos Bontempo encontra-se o “Jardim da Palmilheira”, com espaços dedicados para estas atividades.
Em suma, esta mudança terá um impacto ambiental e financeiro completamente escusado, pois o atual jardim agrada aos residentes da zona.
Alexandre Pinto
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