70.º ANIVERSÁRO DO CENTRO SOCIAL DE ERMESINDE
Centro Social de Ermesinde – 70 anos
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No dia 15 de Fevereiro deste ano de 2025, o Centro Social de Ermesinde perfez 70 anos de existência ao serviço da população da nossa cidade.
As datas redondas servem normalmente de pretexto para olhar para trás, a recordar o tempo que passou, dento da perspectiva de que, sem as lições do passado, o futuro será mais imperfeito e incerto.
É, pois, ocasião para lembrar aqueles homens-bons de Ermesinde, que, na já longínqua década de 50 do século passado, lançaram os caboucos do que é hoje esta Instituição Particular de Solidariedade Social e para verificarmos se temos sido fiéis ao cumprimento do seu legado fundador.
Digo-o por todos – associados, trabalhadores, dirigentes - os que, ao longo destes 70 anos, foram colaborando nesta missão de melhor servir as gentes de Ermesinde: temos procurado honrar a memória viva desta Instituição, mantendo os ideais que foram o seu sopro vital: o combate à pobreza e à exclusão social, a melhoria das condições de vida das pessoas da nossa comunidade, de acordo com a nossa missão, que é “tornar melhor a vida das pessoas” – especialmente das mais vulneráveis.
Cresceu muito ao longo destes anos a vida e o âmbito da acção do Centro Social de Ermesinde, desde a inicial “Sopa dos Pobres” e da creche até ao complexo de respostas e serviços que hoje preenchem as finalidades da Instituição: uma creche para 58 crianças, uma creche familiar para 48 crianças, um jardim de infância para 144 crianças, um centro de actividades dos tempos livres para 130 crianças e jovens, um serviço de apoio domiciliário para 115 pessoas mais velhas ou em situação de dependência, um lar para 56 pessoas mais velhas, um centro comunitário, uma escola de segunda oportunidade para jovens em situação de abandono escolar precoce, um centro de formação frequentado por centenas de beneficiários … não esquecendo que o Centro Social de Ermesinde mantém um jornal, este Jornal, “A Voz de Ermesinde”, arquivo e memória viva destas décadas passadas da nossa terra e que constitui penhor da ligação da Instituição à vida da comunidade ermesindense.
Toda esta panóplia de actividades e serviços são assegurados por cerca de 170 trabalhadores, muitos deles com mais de 30 anos ao serviço da Instituição.
Se há característica que define de forma singular a acção de Instituições como a nossa é a marca da proximidade entre a Instituição e os seus utentes ou beneficiários.
Aqui não há um contacto frio e burocrático com aqueles ao serviço de quem estamos – antes existe uma ligação, um vínculo pessoa-a-pessoa, marcado pelo toque, por uma mão amiga, pela presença solidária.
Trata-se de uma característica que distingue o modelo português de protecção social e que tem consagração na Constituição da República: o Estado confiar a Instituições privadas, assentes no voluntariado, sob o signo da solidariedade social, nascidas nas comunidades locais, amantes da liberdade e da democracia, a organização de um sistema de protecção dos mais vulneráveis, procurando assegurar a igualdade de oportunidades e de direitos para todos.
Penso que o Professor Sebastião Pereira, fundador da “Sopa dos Pobres”, e António da Silva Moreira, primeiro Presidente da Direcção do Centro de Assistência Social de Ermesinde, poderiam orgulhar-se da forma como germinou essa pequena semente que lançaram à terra e que hoje constitui referência incontornável da nossa comunidade.
O que se deve à participação, ao trabalho e à solidariedade de todos …
Henrique Rodrigues
(Presidente da Direção do Centro Social de Ermesinde)
Nota: O Dr. Henrique Rodrigues escreve segundo a ortografia anterior ao Acordo Ortográfico
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