BOMBEIROS VOLUNTÁRIOS DE ERMESINDE
Boas práticas da população são ressalva entre os números da atividade operacional dos bombeiros de Ermesinde nos últimos 30 dias
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Foto ARQUIVO |
Apesar da intempérie que assolou a nossa região nesta reta final de janeiro, e onde tivemos vários dias de alerta, os bombeiros de Ermesinde não tiveram grandes solicitações. Esta foi uma das notas a salientar na nossa habitual retrospetiva da atividade operacional dos bombeiros da nossa cidade ao longo dos últimos 30 dias, neste caso em concreto, no período temporal compreendido entre o dia 26 de dezembro e o dia 26 de janeiro. A justificação para que na nossa área não tivesse ocorrido “nada de especial” em face da intempérie verificada, poderá ter ficado a dever-se, na opinião do comandante dos Bombeiros Voluntários de Ermesinde (BVE), Emanuel Santos, às ações de sensibilização realizadas pelas autoridades nas redes sociais e nas mensagens enviadas pela Proteção Civil para os telemóveis de cada um de nós, alertando para os picos de chuvas e ventos fortes que iriam ocorrer. Ou seja, isso pode ter consciencializado os cidadãos a evitar comportamentos de risco, de acordo com a visão do comandante. Neste período, Emanuel Santos destaca ainda o facto de não terem ocorrido inundações na cidade, mesmo na via pública, salientando neste aspeto a Junta de Freguesia de Ermesinde ter recentemente promovido a limpeza das sargetas, e que pode ter sido «essa boa prática» a evitar danos.
Passando agora a olhar para os números que marcaram o serviço operacional dos bombeiros entre 26 de dezembro e 26 de janeiro, há a registar oito incêndios estruturais (ou seja, incêndios em habitações, equipamentos e indústria), três incêndios rodoviários (isto é, em veículos), dois incêndios de mato, um incêndio em detritos, 20 acidentes de viação, seis atropelamentos e um acidente aéreo. Nesta última ocorrência, o comandante dos BVE começaria por explicar que a corporação está numa segunda linha de intervenção, e sempre que há um alerta dado pelo Aeroporto Francisco Sá Carneiro, em que a previsão de quem ali faz a análise possa ultrapassar a capacidade de resposta do aeroporto, os bombeiros são alertados para estarem prontos a intervir. Mas neste caso em concreto não se registou qualquer acidente, já que apesar de alguns problemas no trem de aterragem, um avião – que estava sinalizado – conseguiu aterrar sem danos. Continuando a rever os números da operacionalidade dos BVE nestes últimos 30 dias, verificaram-se 150 serviços à população, nove aberturas de porta com socorro e 711 serviços de emergência pré-hospitalar, que continua de longe a ser o grosso do serviço dos bombeiros. Último número este que no período temporal a que fazemos referência, está um pouco acima do normal, facto que de acordo com o comandante se fica a dever ao pico de gripes que foi atingido nestas últimas semanas.
Os BVE prestaram um total de 1550 horas de serviço operacional e percorreram 26.161 quilómetros. Foram ainda dadas 2900 horas de serviço de piquete, sendo de realçar neste ponto que estas horas foram prestadas no recente período festivo, altura em que os bombeiros mantiveram na mesma uma capacidade de resposta, de acordo com o comandante.
A terminar esta retrospetiva do trabalho operacional dos bombeiros, Emanuel Santos deixou, ou neste caso reforçou, alguns conselhos à população. Desde logo, e tendo em conta o já atrás falado período de intempérie que se vive, há que continuar a ter alguns cuidados. Por exemplo, evitar ter objetos soltos na via pública e/ou nas varandas, quem tem painéis publicitários presos por cordas verificar se os mesmos estão bem presos, ou quem identificar árvores em risco de queda que alerte de imediato os bombeiros ou a Proteção Civil de forma a resolver o problema antes que aconteça algo de mais grave.
E porque as boas práticas têm de ser realçadas, na voz do comandante Emanuel Santos, este realçou que a colaboração que vem sendo feita entre o nosso jornal e os bombeiros tem produzido resultados positivos no que diz respeito a boas práticas de cidadania. «Eu penso que a nossa população de grosso modo tem tido boas atitudes, boas práticas e deve continuar assim, e que cada um ajude o outro. Notámos já que talvez fruto das nossas informações no jornal, sobre estarmos atentos aos nossos vizinhos, aos idosos que vivem sozinhos à nossa volta, estas chamadas de atenção estão a funcionar. Tivemos umas três ou quatro situações de alerta em que chegámos a casa da pessoa e esta estava a dormir e não tinha ouvido o vizinho a tocar à campainha. Acho muito bem que os vizinhos devam manter essas práticas, pois é sinal que “eu” me preocupo com o próximo. Devemos continuar a levar isso muito a sério», reforçou o comandante. Outro conselho repetido, mas que precisa continuar a ser limado no sentido de começarem a aparecer resultados positivos, prende-se com a necessidade de haver mais civismo na estrada. Na necessidade de respeitar quem circula na estrada, sejam peões, sejam veículos, de modo a evitarem-se acidentes. «Já falámos sobre isto noutras ocasiões, mas nota-se que não há ainda muita consciencialização. Não se notam boas práticas ainda neste ponto», sublinhou o comandante.
Por:
MB
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