LER É O MELHOR REMÉDIO (10)
“Um Cão no Meio do Caminho”
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Voltamos ao universo dos autores de língua portuguesa, neste que é o décimo “Ler é o melhor remédio” que tenho ocasião de partilhar com os nossos leitores. Trata-se de uma obra da autora moçambicana Isabela Figueiredo, que se mudou para Portugal em 1975 e aqui estudou e trabalhou, nomeadamente como jornalista do “Diário de Notícias” e professora de português no ensino secundário. A autora tem também um blogue intitulado “Novo Mundo”, acessível através de uma simples pesquisa na internet e com textos interessantes, embora, pelo que me apercebi, com ausência de novos conteúdos desde 2022. Nem de propósito encontrei também a informação de que no dia 31 de agosto, pelas 16:30h, nos jardins do Palácio de Cristal, em frente à biblioteca municipal Almeida Garrett, teve lugar um encontro com a escritora precisamente a propósito deste livro. É sempre uma ocasião interessante e uma oportunidade para espicaçar a curiosidade pela obra, ou, no caso de já a terem lido, uma oportunidade para trocar opiniões sobre ela. Esta iniciativa é promovida pelo clube de leitura “Leia Mulheres”.
No entanto, no meu caso, a minha curiosidade pelo livro foi imediatamente suscitada pelo título. É sem dúvida um título invulgar, algo estranho até, mas, como quase sempre acontece, quando se avança na leitura revela-se o seu sentido literal e metafórico.
A personagem principal do romance é José Viriato, nascido no dia de Natal de 1964. Ele é um recolector que vive do lixo dos outros. Mora sozinho com os seus cães num bairro da margem sul de Lisboa e a sua rotina não conhece novidades, exceto as que vai ouvindo à mesa do café Colina. Até certo dia. Ao aproximar-se o Natal de 2018, José Viriato reflete: “o milagre do Natal talvez fosse conseguir que, um dia por ano, voltássemos a ser a criança sem cultura nem mancha que veio ao mundo”. No dia seguinte, ele conhece a sua vizinha Beatriz, antiga empregada de uma retrosaria e cuja trágica história de (des)amor conhecemos logo parcialmente no primeiro capítulo. Acabam por ser duas histórias de vida com bastante em comum, que encontram uma na outra a intérprete ideal para compreender e partilhar as mágoas, os medos, os fantasmas, os amores e deceções, reconhecendo a importância de ter alguém – um familiar, um amigo, um estranho às vezes – com quem falar. Enfim, uma voz humana, tal como citado na contracapa.
O livro é todo ele um diálogo, um abrir de portas para as vivências mais dolorosas e negras, que na exteriorização e escuta do outro encontram paz. Também nós nos envolvemos na história de vida dura das personagens, como a de
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Por:
Eduardo Tavares
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