50 ANOS DO 25 DE ABRIL
Intervenção de Pedro Santos*
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Foto MANUEL VALDREZ |
Hoje, os mais jovens exigem ser esclarecidos de forma verdadeira sobre o 25 de Abril e a geração que o viveu tem essa responsabilidade.
Quando se fala em 25 de Abril temos de começar por esclarecer se nos referimos ao golpe militar daquele dia, ou ao período imediato que se lhe seguiu.
O golpe de estado visava lutar por melhores condições dos militares e pôr fim à guerra no ultramar, embora tenha, em boa hora, derrubado o regime político autoritário.
Esse regime político nunca entendeu que um regime autoritário, não se combate com autoritarismo, mas sim com pluralismo político e ideológico, sem censura e sem perseguição.
Mas se pensarmos no 25 de Abril numa perspetiva mais ampla, como o conjunto de acontecimentos posteriores àquele dia e que acabaram por levar a uma democracia de tipo ocidental, facilmente compreendemos que ele comportou em si mesmo um sentimento de esperança para Portugal: - Que o país se viesse a alinhar pelos mais altos padrões de vida e voltasse a ser reconhecido como uma nação de vanguarda.
Mas a realidade é muito diferente e Portugal tem vindo a cair posições no Índice de Desenvolvimento Humano da ONU, passando de 23.º em 1975 para 42.º em 2023.
Mas não foi apenas na esperança de vida, na escolaridade e no rendimento, que Portugal se atrasou face ao resto do mundo.
O 25 de Abril prometeu-nos a liberdade política e de opinião, mas aqueles que nos acenam com o multipartidarismo, são os mesmos que se acham no direito de definir linhas VERMELHAS em relação a quem contraria o pensamento e as intenções das elites globalistas.
Ainda neste mês de abril, um partido político em Portugal, com mais de um milhão de votos, teve a sua página oficial de Facebook bloqueada, por delito de opinião.
O 25 de Abril prometeu-nos uma justiça igual para todos, mas ao que assistimos é a impunidade completa dos poderosos que pagam pelo seu permanente adiamento.
O 25 de Abril prometeu-nos uma escola orientada para o conhecimento e para a formação, aberta ao pensamento, no entanto fizeram dela instrumento de doutrinação para a ideologia de género e para o ataque à família natural.
O 25 de Abril prometeu-nos uma comunicação social livre e isenta, mas ela transformou-se num quarto poder, que muitas vezes é o primeiro, onde poucos querem decidir por muitos.
E muitas mais promessas haveria a destacar, que ainda não foram cumpridas.
Para que não surjam dúvidas:
- Saudamos o golpe militar de 25 de Abril.
- Saudamos a esperança que o processo revolucionário posterior nos deu.
Mas não podemos festejar a substituição de um totalitarismo repressivo por um totalitarismo ideológico que hoje estamos sujeitos.
Cinquenta anos, pode e deve ser o momento em que os jovens, tomem em suas mãos o rumo do país e façam cumprir Portugal.
Felizmente cada vez somos mais, aqueles que estamos dispostos a acompanhá-los nessa tarefa.
Viva o que deveria ter sido o 25 de Abril, Viva a Democracia, Viva a Liberdade e viva Portugal.
* Eleito pelo Partido Chega
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