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Edição de 31-10-2024
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    Arquivo: Edição de 30-04-2023

    SECÇÃO: História


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    FACTOS DA NOSSA HISTÓRIA (4)

    O CECAT e a Quinta de Ermesinde

    Apesar de ter iniciado as suas atividades culturais no ano 1991, por iniciativa de um grupo de professores ligados à Escola Secundária de Ermesinde, oficialmente, o CECAT só nasceu no dia 22 de abril de 1998, fez agora 25 anos.

    O Centro Cultural Alberto Taborda (CECAT) surgiu no princípio da década de 1990, com a intenção de constituir em Ermesinde um Grupo com explícitos objetivos culturais (daí que grande parte dos seus associados estivesse ligada à Escola Secundária de Ermesinde, onde normalmente decorriam as suas reuniões), mas também pretendia evocar figuras relevantes do meio ermesindense o que explica que tenha escolhido como patrono, Alberto Dias Taborda (nascido em Vimioso, no dia 6 de abril de 1888, e falecido, em Ermesinde, no dia 5 de junho de 1975, com 87 anos), uma pessoa que se notabilizou na procura constante de significativos melhoramentos para Ermesinde.

    Foi no dia 22 de abril de 1998, que foi assinada a escritura da constituição do Centro Cultural Alberto Taborda, no Cartório Notarial de Valongo, perante a Notária, Dr.ª Maria de Fátima Esteves Gonçalves Cacho. Assinaram a escritura, os seguintes membros fundadores do CECAT: Álvaro Henriques da Mota, Manuel Augusto Dias, Arménio Neves Oliveira, José Adriano Martins e Maria do Céu Vasconcelos que assumiram a responsabilidade de Comissão Instaladora até à realização de eleições.

    Em resultado das primeiras eleições ficaram com a responsabilidade de gerir os destinos deste Centro Cultural, os seguintes associados: Assembleia Geral, Carlos Faria - Presidente; Mafalda Ribeiro e Lisete Pinheiro - Secretárias; Direção, Manuel Augusto Dias - Presidente, Arménio Oliveira - Secretário, Filomena Bacelo - Tesoureira; Álvaro Mota e Maria do Céu Vasconcelos - Vogais; Conselho Fiscal, Alberto Óscar Rocha - Presidente, Luísa Vaz Pinto - Secretária, e Ana Paula Costa - Relator.

    Com intensa atividade desenvolvida a nível da realização de visitas de estudo à região, ao país e ao estrangeiro, ou promovendo a realização de palestras e de encontros-convívio – o que esteve na base de uma publicação: “Centro Cultural Alberto Taborda (Ermesinde) / Onze anos de história…”, 2002 – a verdade é que nos últimos tempos, já neste século XXI, com a mudança eleitoral dos órgãos sociais a associação começou a esmorecer não se conhecendo atividade nos últimos anos.

    Casa da Quinta de Ermesinde, antes da demolição do telhado
    Casa da Quinta de Ermesinde, antes da demolição do telhado

    A QUINTA DE ERMESINDE

    A Quinta de Ermesinde, conforme o nome indica, situa-se no antigo lugar de Ermesinde, da freguesia que se denominou, até 1911, S. Lourenço de Asmes. Em memória do lugar deu-se o nome à Rua que hoje o atravessa – Rua de Ermesinde.

    A Quinta, cuja casa remontará ao século XVII, bem como a Capela de invocação a Nossa Senhora do Amparo nela integrada, era constituída também por bastante terreno de cultivo e por uma mata. A Capela de Nossa Senhora do Amparo chegou a estar aberta ao público que ali ia regularmente assistir à missa dominical.

    No Número Comemorativo da Fundação do Concelho de Valongo, de 1936, Serafim Ferreira dos Santos, ao falar de Ermesinde, e mais concretamente desta Capela, diz: «(...) e o serviço religioso do pequeno burgo de Ermezinde desse tempo, começou a fazer-se na Capela ainda hoje existente na Quinta de Ermezinde e pertença daquela ex.ma família. / A essa Capela, anexa à quinta, a pedido da sua proprietária de então (trisavó materna do seu dono actual e presidente da Câmara de Valongo Dr. António Corrêa da Costa e Almeida) e por influências do irmão dela, o Dom Abade do Mosteiro de Santo Tirso, foi concedida, por bula pontifícia, autorização para que nela se pudesse conservar o Santíssimo Sacramento no Sacrário. Esta bula preciosa e verdadeira relíquia ainda hoje existe na posse desta família». Aliás, em 1865, quando se levantou a possibilidade da sua demolição, o povo de Ermesinde e a sua Junta de Freguesia tomaram posição contrária. O Livro de Atas da Junta da Freguesia de Ermesinde, relativamente à sessão que teve lugar no dia 30 de abril de 1865 (fl. 14), regista a tomada de posição desse Corpo Administrativo, contra a demolição da Capela da Senhora do Amparo, na Quinta de Ermesinde, por sempre ter sido pública.

    Capa da publicação “Centro Cultural Alberto Taborda (Ermesinde)”
    Capa da publicação “Centro Cultural Alberto Taborda (Ermesinde)”
    O Centro Cultural Alberto Taborda, numa das suas primeiras atividades, visitou a Quinta de Ermesinde (no dia 19 de outubro de 1991), e ficou encantado com o que viu. Um espaço verde e amplo, com campos que outrora produziram milho e vinho em abundância e uma bonita mata de castanheiros e carvalhos seculares. Infelizmente, depois disso, a Quinta foi urbanizada e a mata deitada abaixo, enquanto a casa – uma das mais antigas de Ermesinde - foi destelhada e esventrada, pese embora os protestos do Centro Cultural Alberto Taborda e dos Vereadores da oposição em várias reuniões camarárias.

    Por causa desses protestos, a Câmara deu conhecimento ao Centro Cultural Alberto Taborda, do parecer subscrito por um Arquiteto, onde, a esse respeito, o mesmo escreve:

    «O edifício denominado CASA DE TABORDA, pode-se definir apenas como uma “casa rica de campo” com carácter semi urbano, na qual se denota a influência do lavrador abastado ou da burguesia.

    Não possui características arquitectónicas relevantes, quer na sua forma, quer no seu aparelho construtivo, tendo sofrido inclusive alguns adossamentos sobre a planta original, incaracterísticos, dos quais ressalta a escada de lanço que garantia o acesso ao andar.

    As argamassas de ligação nas alvenarias completam o fraco aparelho das pedras sobrepostas preenchidas com grande quantidade de juntouros (bugalhada) em alçamento que não garante perenidade ou estabilidade capaz.

    Não se enquadra em qualquer estilo português, nem se constitui em traça de barroco tardio, ou do neoclassicismo, antes situando-se na zona das construções tristes e soturnas dos asilos do princípio do século.

    A cobertura foi alterada por alçamento de um sobrado corrido, estruturalmente fraco.

    Inteiramente nada há digno de preservação, mercê das

    (...)

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    Por: Manuel Augusto Dias

     

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