COMEMORAÇÕES DO 49.º ANIVERSÁRIO DO 25 DE ABRIL
Intervenção de Zita Cardoso*
Dobramos hoje os 49 anos de liberdade, aproximando-nos do meio século de democracia iniciada a 25 de abril de 1974.
Celebramos uma vez mais a Revolução dos Cravos, que de forma pacífica instaurou uma era democrática em Portugal, sucedendo a um período de 48 anos de obscurantismo da ditadura que oprimiu os portugueses e os quartou dos direitos básicos de uma sociedade livre, justa e plural.
Lembramos também o fim dos teatros de guerra que mantínhamos então nas antigas colónias em África, e que durante anos ceifou a vida ou mutilou centenas de jovens portugueses, que mesmo sem concordarem com a agressão armada eram obrigados a participar nela pela via militar.
Neste Portugal que este ano celebra 880 anos após a sua fundação em 1143, estão hoje mais sólidas as bases democráticas, assegurando a liberdade de expressão, a pluralidade e a participação democrática ativa do povo português na escolha dos seus governantes.
Porém, muito há para fazer e mudar, de modo que as instituições democráticas sejam geridas de forma séria e transparente, para que os portugueses se revejam nos políticos que elegeram e nos valores verdadeiramente democráticos que deles esperam. Os processos desviantes que muitas vezes assistimos podem levar ao crescimento do extremismo e ao completo descrédito do normal sistema democrático, colocando em perigo os 49 anos de vivência democrática.
Encontramo-nos numa autarquia onde os fregueses podem contar com os seus eleitos e onde a convivência democrática entre as diversas forças políticas, com os seus diferentes ideais, têm permitido o exercício político construtivo e positivo em prol de todos os ermesindenses. O exercício político acolhe ao nível das autarquias, maior expressão e sentido pela proximidade entre os autarcas e candidatos, e pela maior interação e responsabilização mútua, constituindo atualmente o garante e a esperança nas instituições e valores fundamentais da democracia.
Devemos por tudo isto comemorar, fazer lembrar e preservar no espírito coletivo, a herança e a responsabilidade que a Revolução dos Cravos nos deixou.
Viva o 25 de Abril, Viva a Liberdade, Viva Ermesinde, Viva Portugal.
*1.ª secretária da Mesa da Assembleia de Freguesia de Ermesinde, que por impossibilidade do presidente deste órgão, Josué Morais, estar presente leu o discurso preparado pelo dirigente máximo daquele órgão autárquico.
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