Subscrever RSS Subscrever RSS
Edição de 31-03-2024
  • Edição Actual
  • Jornal Online

    Arquivo: Edição de 31-01-2023

    SECÇÃO: Local


    NOTICIAS DA UNIVERSIDADE SÉNIOR DE ERMESINDE

    Visita a Couto Dornelas (Boticas)

    foto
    Esta visita dos alunos da Agorárte/Universidade Sénior de Ermesinde ao nordeste transmontano, em 20 de janeiro, realizou-se no âmbito da disciplina de Cantigas d’ Ouvido, lecionada pelo Prof. Manuel Friães.

    O objetivo foi reviver as tradições religiosas da população de Dornelas, freguesia do concelho de Boticas, composta por sete aldeias, onde esta festividade, em honra de S. Sebastião, patrono da guerra, da fome e da peste, venerado desde o século VII, se realiza anualmente na aldeia de Vila Grande, a 20 de Janeiro.

    Esta tradição tem a sua origem aquando das invasões francesas, mais concretamente da 2.ª invasão, em 1809, tendo os habitantes de Dornelas, feito a prece ao Santo, para que as tropas de Napoleão não se aproximassem da aldeia, tendo acontecido o “milagre” de um forte nevão, e as tropas Napoleónicas passado ao largo.

    Estes habitantes passam a ter enorme fé no Santo padroeiro, prestando-lhe tributo todos anos na celebração do seu dia, com o chamado Bodo ou Mesinha de S. Sebastião ou Festa das Papas, oferecendo a todos os participantes nesta festividade, pão, arroz e carne de porco cozidas em cerca de 20 potes de ferro à volta de enorme lareira, na “Casa do Santo” para que a aldeia fique protegida da guerra, fome e da peste. Esta refeição comunitária está a cargo dos mordomos, que a preparam com muita antecedência, recolhendo os donativos, e no dia da festa, na principal rua da aldeia de Dornelas, ao longo de centenas de metros, a mesa comunitária em madeira, será coberta com toalhas brancas de linho, onde será colocada a comida: broa e dois pratos de madeira, um com carne outro com arroz, previamente benzida pelo pároco, depois da Eucaristia e da procissão com o Santo transportado por um mordomo que o dá a beijar e recolhe as dádivas dos romeiros presentes.

    Depois deste “aperitivo”, cantando algumas canções populares na vinda para o autocarro, o grupo da USE, seguiu para Cabeceiras de Basto, onde teve lugar um bom almoço, num restaurante local, seguindo-se a visita ao Mosteiro de S. Miguel de Refojos de Basto, da Ordem Beneditina, referência ao período da fundação de Portugal, época de D. Afonso Henriques, 1º Rei de Portugal que, no ano de 1131, que concedeu carta de couto ao mosteiro.

    Edifício de estilo Barroco, composto por igreja e dependências dos monges, contém na fachada dos dois lados, as estátuas em tamanho natural do fundador da Ordem de S. Bento. Existe a imagem de S. Miguel Arcanjo (data: 1767/1770) na igreja interior.

    A visita decorreu com guia municipal, que descreveu os espaços do Mosteiro, relacionando a vivência e os rituais da tradição beneditina neste Mosteiro, considerado como “A Joia do Barroco Português em Terras de Basto”.

    No regresso a casa depois de um passeio agradável, não podia deixar de se ouvir boas Cantigas d’Ouvido.

    Joaquim Almeida

     

     

    este espaço pode ser seu Este espaço pode ser seu Este espaço pode ser seu
    © 2005 A Voz de Ermesinde - Produzido por ardina.com, um produto da Dom Digital.
    Comentários sobre o site: [email protected].