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Edição de 31-03-2024
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    Arquivo: Edição de 31-01-2023

    SECÇÃO: Local


    FÓRUM “EDUCAÇÃO, CIDADANIA E FUTURO”

    «Portugal gasta hoje menos em educação do que despendia há 20 anos»

    CARLOS MAGALHÃES ABRE O FÓRUM EDUCAÇÃO, CIDADANIA E FUTURO
    CARLOS MAGALHÃES ABRE O FÓRUM EDUCAÇÃO, CIDADANIA E FUTURO
    Na tarde do passado dia 14 de janeiro (sábado), realizou-se, como estava previsto e “A Voz de Ermesinde” oportunamente anunciou, o Fórum “Educação, Cidadania e Futuro”, no auditório do Fórum Jovem da Maia. Entre muitas afirmações sobre a situação da Educação em Portugal, surgiu, no último momento de debate, a afirmação que serve de título a este apontamento e que é deveras preocupante, porquanto é convicção geral que não pode haver desenvolvimento nem progresso de um país sem que a sua população seja instruída, bem formada e informada.

    O Fórum “Educação, Cidadania e Futuro” foi mais uma interessante e pertinente iniciativa do Movimento de Cidadania Democrática (MCD), que juntou, como comunicadores, uma dezena de pessoas ligadas à Educação, promovendo assim uma reflexão em torno deste candente problema que tanto diz à sociedade portuguesa, que não pode ficar indiferente à luta que a classe docente – o grupo mais diretamente ligado ao ensino – vem desenvolvendo nos últimos tempos.

    Foi o vice-presidente da Direção, Carlos Magalhães, também ele professor, embora já aposentado, que em nome do grupo organizador abriu os trabalhos, explicou os objetivos deste fórum e explicou como iriam decorrer os trabalhos: os palestrantes seriam divididos em dois painéis, com a moderação de Carla Oliveira.

    Mas antes, interveio a vice-presidente da Câmara da Maia, Emília Santos, que tem também o Pelouro da Educação e que elogiou a organização deste fórum, por parte do MCD, cuja existência comprova que a democracia não se esgota nos partidos. Pôs em destaque o papel das autarquias na mudança do paradigma da educação que tem de juntar todos os elementos vivos de uma comunidade. Com o decorrer da sessão, ficou-se com a ideia de que a Câmara da Maia é um exemplo no que toca às políticas facilitadoras da educação. Emília Santos referindo-se aos jovens alunos do nosso sistema de ensino afirmou que, como ensinou João Paulo II «os jovens precisam de seguir exemplos e não palavras».

    INTERVENÇÃO DA VICE-PRESIDENTE DA CÂMARA DA MAIA, EMÍLIA SANTOS
    INTERVENÇÃO DA VICE-PRESIDENTE DA CÂMARA DA MAIA, EMÍLIA SANTOS
    O 1.º painel permitiu ouvir Alberto Santos (do Conselho Local de Ação Social), Álvaro Bastos (diretor de um dos Agrupamentos do concelho da Maia), Armando Maia (professor de Geografia em Montemor-o-Velho), Celso Monteiro (aluno do curso de História da Universidade de Coimbra) e Cáudio Gonzaga (Federação das Associações de Pais e Encarregados de Educação do Concelho da Maia). Comunicações muito interessantes que não podemos aqui, por falta de espaço, destacar como mereciam. Surpreendeu a plateia, o jovem Celso Monteiro, que pôs o dedo na ferida, dizendo que os professores desmotivados também desmotivam os alunos e que o Governo tem desinvestido na educação. Os programas não têm a ver com a vida real e o que se aprende nas escolas e nas universidades não vai ao encontro do que os alunos querem nem do que o mercado de trabalho necessita. Relativamente ao que se espera da educação, terminou com uma frase de Pitágoras: «Educai as crianças para que não seja necessário punir os adultos».

    Depois de um pequeno, mas interessante momento de debate sobre aquilo que se tinha ouvido, seguiu-se o 2.º painel, tendo intervindo João Dias da Silva (Secretário Geral da FNE - Federação Nacional da Educação), Manuel Dias (diretor deste jornal e presidente da Direção da Agorárte/Universidade Sénior de Ermesinde), Márcia Passos (Deputada do PSD), Miguel Rodrigues (Deputado do PS) e Paula Veiga (professora de Educação Especial). O nível das comunicações do 2.º painel foi também muito apreciado pelos presentes. O Secretário Geral da FNE, João Dias da Silva, apresentou alguns dados sobre a Educação em Portugal que são perturbadores, como por exemplo a constatação de que, em 2021, havia ainda 200 mil portugueses analfabetos. Manuel Dias falou da alternativa à via de ensino, que é a formação profissional, cuja empregabilidade é o ponto mais forte e, como não podia deixar de ser, partindo do exemplo da Universidade Sénior de Ermesinde, elogiou a possibilidade que é dada à população sénior do país de ter um envelhecimento ativo, graças ao grande número deste tipo de universidades que surgiram um pouco por todo o país, nas duas últimas décadas. Os dois deputados tiveram intervenções que repuseram as posições dos seus partidos em matéria educativa e, Paula Veiga, trouxe ao fórum a importante questão da educação inclusiva, que o decreto-lei n.º 54/2018 regulamentou.

    Mais um curto, mas intenso, momento de debate a que se seguiu o encerramento por parte do presidente do MCD, Fernando Pereira, que teceu uma série de reflexões em torno do tema em discussão, que veio fazer jus ao elevado interesse deste fórum que só pecou por não ter havido muito público.

     

     

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