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Edição de 31-03-2024
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    Arquivo: Edição de 31-10-2020

    SECÇÃO: Crónicas


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    PASSEIOS DE BICICLETA À DESCOBERTA DO PORTUGAL REAL...

    «Do início da primavera ao outono faço 100 Km todos os dias»

    Os ventos mudaram. A temperatura diurna está mais amena, quase primaveril. A noturna, essa está bem mais agreste. Aos poucos, são retiradas dos baús as vestes outonais. As chuvas estão de volta, as árvores dos parques e dos bosques já se vestiram de tons amarelados, castanhos claros e até de vermelho escarlate.

    O meu tempo dedicado ao cicloturismo está esgotado. Este ano atípico, causado pela pandemia é finito. Ela voltou, acompanhada pelas intempéries invernais, em força.

    Haverá novo confinamento? Tudo dependerá do nosso comportamento. Lembrei-me de um encontro fortuito com um companheiro de estrada, com a bonita idade de setenta anos, que me disse: Sabes, do início da primavera ao outono faço 100 Km todos os dias. É a minha voltinha. Quando não a concretizo, por um motivo ou outro, fico doente, melhor fico aborrecido, ninguém me atura. Admirado sorri. Quase envergonhado. Com menos anos de vida, aquela quilometragem diária é quase impossível para as minhas pernas.

    IGREJA MATRIZ SANTA MARIA DE VÁLEGA
    IGREJA MATRIZ SANTA MARIA DE VÁLEGA
    Irei até ao Furadouro de despedida. Talvez o encontre a rodar na estrada. A manhã está fresca. Em Rio Tinto dispensei o corta-vento. A marginal do rio Douro, desde o Freixo à Afurada, refletia a luminosidade do nascer do dia. Em Lavadores entrei na Av.ª da Beira Mar, cruzando Valadares, Francelos e todas as localidades junto da orla costeira até Espinho. Nesta, procurei a EN 109. Era nela que percorreria a distância que faltava para atingir o meu objetivo. Se bem me lembro do ano anterior, agora estava mais armadilhada. As bermas da estrada mais precárias. Cortes profundos. Falta de asfalto. Ao mínimo desvio que efetuava para a esquerda, lá ouvia a apitadela dos automobilistas. Tenham paciência. Travem que têm melhores travões do que eu. Se meter a roda nestes cortes o mais certo é beijar o chão. Passado Esmoriz e Cortegaça, estou em Maceda e desta à rotunda para o Furadouro é um salto. Uma reta com alguma distância, ladeada com pavilhões de indústria. Parece pacífica mas não é. De repente entra um camião na via, sem grande cuidado, porque quem ali vem é uma bicicleta, ela que se cuide, enfim. Na rotunda paro. O amigo não foi visto, mas também recordei que não me cruzei com qualquer outro ciclista. Não virei para o Furadouro. Poderia ter ido a São Jacinto, mas não fui. Quando dei por mim estava a cruzar o desvio para Ovar. Segui em frente. Iria a Aveiro? É melhor não ir. Não tenho pernas para ir e voltar confortável. O gosto que temos em pedalar tira-nos a noção que temos que voltar ao ponto de partida. Estava em Válega. O nome assaltou-me a memória. Não conseguia saber o porquê. Talvez por já ter passado por aqui amiúdas vezes. Decidi aqui dar a volta de retorno, mas antes irei beber um café e comer um bolito.

    Localidade pequena. No seu centro, um pequeno jardim. Um pequeno largo. À sua volta, comércio e o inevitável café. Deste reparei na parte traseira da nave da Igreja. A parede lateral forrada de azulejos brancos e azuis. O típico azulejo português. Findo o descanso iniciei o regresso, terei novamente que entrar na EN 109. Por casualidade ao passar pela Igreja, olhei para trás para ver a fachada principal. Travei a fundo. Era isso. Tantas vezes passei por aqui e nunca saí da via principal.

    (...)

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    Por: Manuel Fernandes

     

     

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