MEMÓRIAS DA NOSSA GENTE (16)
Medicina Popular (2.ª parte)
Com o país e o mundo ainda consternados com a pandemia Covid19, achámos interessante continuar a partilhar com os leitores algumas formas de “medicina popular” utilizadas em Ermesinde doutros tempos. Depois de aqui termos tratado, na última edição, de algumas infusões e chás com várias virtudes, vamos falar hoje de Fortificantes e de outras misturas miraculosas.
FORTIFICANTES
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UM CONJUNTO DE ERVAS DE VERRUGAS, COM AS SUAS FLORES AMARELAS, DESTINADAS AO TRATAMENTO DE IMPIGENS E CRAVOS |
Gemada de ovos - Várias gemas batidas, quase sempre misturadas com leite, serviam como fortificante, quando alguém se sentia mais fraco.
Misturas com mel - Este alimento natural, tomado simples, servia para tudo, desde o tratar constipações até à rouquidão. Tanto se misturava no chá de folha de laranjeira, como no de casca de cebola, ou até no leite e mesmo no café. Rara era a casa que não tinha na cozinha o seu frasco de mel.
Xaropada - Para vencer a rouquidão nada melhor do que uma xaropada, isto é, uma espécie de queimada de açúcar, com aguardente.
Sopas de vinho - Geralmente uma tigela de vinho tinto devidamente aquecido a que se misturava bocados de pão de trigo, ou mesmo de milho. Acrescentava-se açúcar, para tornar esta bebida mais agradável.
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UMA FIGUEIRA-DO-DIABO, COM ALGUNS ANOS DE EXISTÊNCIA |
OUTRAS MISTURAS «MIRACULOSAS»
Figueira-do-diabo (figueira da índia) - Planta da família dos cactos, existentes nalgumas casas e cujas folhas serviam, depois de abertas ao meio e tirados os picos, para colocar sobre as feridas resultantes sobretudo de queimadelas. Havia também quem as usasse para tratar a tosse convulsa, ou coqueluche. Cortava-se uma folha e punha-se a escorrer, durante algum tempo. Com esta seiva e açúcar mascavado fazia-se uma espécie de xarope.
Papas de linhaça - Muito utilizada para curar gripes, rouquidão e outras doenças do peito. A linhaça era fervida em água quente e aplicada envolta num pano, geralmente no peito, embora algumas vezes se utilizasse na barriga das pernas. Era quase sempre misturada ou polvilhada com mostarda. A partir de determinada altura, começou-se a vender nas farmácias uma cataplasma, obtida com esses dois produtos, que era fervida e que se destinava às mesmas mazelas. À falta de linhaça, havia quem utilizasse simples farinha quente, coberta por um pano, para tratar doenças de peito.
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Por:
Jacinto Soares
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