Reiseiros: Uma Oportunidade Perdida
|
OS REISEIROS DOS ANOS 70, NUM MOMENTO DE ATUAÇÃO NA ENTRADA DA IGREJA MATRIZ |
Os reiseiros (nota: tema que nesta edição fazemos eco na rubrica de História “Memórias da Nossa Gente”) sempre foram uma das tradições de carácter cultural mais enraizadas na história e memória dos ermesindenses.
Certas casas de lavoura, em determinados lugares, pela sua especificidade arquitectónica, tornavam-se ao domingo e feriados o coração dessas práticas, onde se misturava, em representação cénica, o sagrado com o profano. Situavam-se esses auditórios improvisados, em que se transformavam certas casas da eira, na Cancela, Palmilheira e Vilar.
Por isso, sempre houve a intenção, sobretudo a partir dos anos setenta que, por razões diversas, marca o seu declínio, de recomeçar com essa prática que, como se sabe, era extensiva às Terras da Maia, onde Ermesinde se integrava.
Fizeram-se contactos e descobriu-se que havia vários interessados na reativação do «Nascimento do Menino Deus», alguns deles com trabalho de recolha já feito.
Há cerca de quatro anos, contactou-se o pelouro da cultura da Câmara Municipal da Maia que se prontificou a dar-nos todo o apoio, tendo-se. nessa altura, já avançado com parcerias entre os dois concelhos e grupos de trabalho, saídos de cada um. Assim, a Escola Secundária de Ermesinde trabalharia com a Secundária da Maia, a Universidade Sénior da Maia com a sua congénere de Ermesinde e a Associação Académica e Cultural de Ermesinde, conjuntamente com um grupo de jovens ligados à nossa Igreja, tendo como parceiros o grupo de Teatro de Milheirós.
A partir daqui, marcou-se uma reunião na Maia, com o Presidente da Junta de Ermesinde da altura e o respectivo vereador do concelho vizinho, facto esse que, ao que sabemos, não se realizou por falta de comparência do primeiro. Paralelamente, realizou-se no «Fórum» uma reunião para dar andamento ao processo, no que a nós dizia respeito, onde marcaram presença representantes da cultura da Câmara Municipal de Valongo, da Associação Académica e Cultural de Ermesinde, conjuntamente com o grupo de jovens atrás referidos e outros interessados.
Infelizmente, a reunião foi infrutífera uma vez que a representante da Câmara Municipal de Valongo não poderia dar apoio devido a compromissos da autarquia com outras actividades que se iriam realizar proximamente.
Depois, como sempre, surge a inoperância e com ela o esquecimento.
Jacinto Soares
|