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    Arquivo: Edição de 31-10-2019

    SECÇÃO: Local


    CENFIM DE ERMESINDE COM “NOVO VISUAL”

    «Temos uma taxa de empregabilidade próxima dos 100%» - Dário Pinto

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    No contexto da adesão portuguesa à Comunidade Económica Europeia, a economia nacional sentiu necessidade de se modernizar para poder sobreviver, daí que o Ministério do Trabalho e Segurança Social começasse a produzir alguma legislação com o objetivo de alterar uma situação considerada preocupante pelo facto de se considerar «altamente excedentária a mão-de-obra não qualificada e se detetarem grandes défices de trabalhadores semiqualificados, qualificados e altamente qualificados».

    Assim nasceu a formação profissional (Decreto-Lei n.º 165/85) e o CENFIM (Portaria n.º 529/87), por acordo outorgado entre o Instituto do Emprego e Formação Profissional e a Associação dos Industriais Metalúrgicos e Metalomecânicos do Norte e do Sul.

    Conforme oportunamente “A Voz de Ermesinde” noticiou (edição de 30 de julho de 2018) o CENFIM - Centro de Formação da Indústria Metalúrgica e Metalomecânica (única escola de formação profissional de raiz existente na cidade de Ermesinde) teve novo diretor desde o dia 2 de julho de 2018, trata-se de Dário Pinto, que tem longos anos de ligação ao CENFIM, tendo começado por ser formando da instituição, e iniciado a sua atividade como funcionário em 1997, contando já com 22 anos de serviço.

    O CENFIM de Ermesinde foi criado em 1987. Nos últimos meses o CENFIM sofreu obras de beneficiação, tanto no interior, como no exterior, apresentando um novo visual.

    Para darmos a conhecer aos nossos leitores as obras entretanto levadas a cabo no CENFIM de Ermesinde e conhecermos o ponto da situação do novo ano letivo naquela prestigiada escola profissional da cidade, colocámos algumas questões ao seu diretor, Dário Pinto, de que damos conta abaixo, bem como das respostas obtidas.

    A Voz de Ermesinde (AVE) - Qual o objetivo das últimas obras feitas no Cenfim?

    Dário Pinto (DP) - O Núcleo de Ermesinde do CENFIM já há alguns anos que necessitava de uma intervenção mais profunda. Com as últimas obras pretendemos dar uma imagem mais atual e funcional, de acordo com a nova dinâmica inovadora que o Núcleo está a implementar e com um sector altamente tecnológico.

    Os espaços foram adaptados para um melhor serviço que vai ao encontro das necessidades das empresas, dos formandos e dos funcionários.

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    AVE - Em que consistiram concretamente essas obras?

    DP - Começámos por remodelar toda a área da entrada e reestruturar a secretaria para que logo que alguém entre no Centro seja acolhido de forma condigna e objetiva. Nesta área e na área da cantina, também colocámos piso antiderrapante dado que o anterior não oferecia condições de segurança. Colocámos uma plataforma elevatória e um WC para pessoas com mobilidade condicionada para que de facto sejamos uma entidade inclusiva e com condições para acolhermos a todos.

    Nos espaços de formação remodelámos toda a área da Soldadura, as salas de informática; para além de equipamentos novos, foram readaptadas para um novo layout muito mais funcional.

    Os espaços interiores e exteriores foram tratados para que os dois pavilhões que ocupamos se fundissem numa imagem única, moderna e atrativa. O nosso jardim interior, imagem de marca do Núcleo, não ficou esquecido. Ainda em fase de implementação, todas as salas serão intervencionadas para melhorar o conforto.

    AVE - Pode indicar-nos agora o atual número de formandos, cursos e turmas?

    DP - Em 2019, até ao fim de setembro, já realizámos 87 ações de formação que envolveram 1403 formandos e mais de 16500 horas de formação, na oferta formativa que está enquadrada nas seguintes áreas: Educação e Formação de Jovens (CEF – Tipo 2) – Nível 2 (equivalência ao 9.º ano); Técnico(a) de Eletromecânica; Sistema da Aprendizagem – Nível 4 (equivalência ao 12º ano); Maquinação e Programação CNC; Desenho e Projeto de Construções Mecânicas; Manutenção Industrial / Mecatrónica; Soldadura; CET - Cursos de Especialização Tecnológica – Nível 5 (Pós-secundário); Tecnologia Mecânica; Tecnologia Mecatrónica; Gestão da Produção; EFA - Cursos de Educação e Formação de Adultos, de dupla certificação e tecnológicos; Formação Contínua para Ativos; UFCD (Unidades de Formação de Curta Duração); e Prestação de Serviços – formação e serviços à medida do cliente

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    AVE - Em que é que esta escola difere das do ensino público (ao nível dos formandos, empregabilidade, apoios durante a formação, por exemplo)?

    DP - Somos muito diferentes. Os nossos cursos têm uma vertente prática muito forte onde os nossos formandos são formados com equipamentos industriais, como os que encontrarão nas empresas. Temos uma taxa de empregabilidade próxima dos 100%, mas como eu costumo dizer, “temos uma taxa de empregabilidade de 300%”, pois, normalmente iniciamos uma turma de cada área por ano, mas se iniciássemos 3 turmas de cada área… empregaríamos toda a gente. Todos os nossos formandos recebem subsídio de alimentação (neste caso, o almoço é na cantina), subsídio de transporte, equipamento de proteção individual, seguro desde que saem de casa até ao regresso à mesma, material escolar, formação em empresa e, em casos específicos, uma bolsa de formação.

    Este ano demos início a uma nova área, a área de Soldadura para os jovens do Sistema da Aprendizagem. Onde é que podemos encontrar noutro local jovens a estudar do 10.º até ao 12.º ano e aprender soldadura com equipamentos reais, durante 3 anos e inclusive com estágio nas empresas da área? Todos os nossos formandos passam por um processo de seleção. Escolhemos os melhores para que possamos formar os melhores de acordo com as necessidades das empresas.

    AVE - Têm algum tipo de reivindicações (relativamente aos acessos, iluminação, parqueamento) a fazer à Câmara Municipal de Valongo ou à Junta Freguesia de Ermesinde?

    DP - Não se trata de uma reivindicação mas sim de uma solicitação, dado o volume de formação e o número de formandos, sendo que as aulas decorrem tanto em horário laboral como em pós-laboral, as principais necessidades que sentimos são: Reforço da iluminação pública; Criação de espaços de parqueamento (existe um terreno descampado em frente); Criação de um passeio na rua, dado que está em terra batida; e Sinalética vertical com indicações para o CENFIM de Ermesinde;

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    AVE - Há algum tipo de colaboração entre o CENFIM e as Autarquias e empresas locais?

    DP - Estamos a construir uma excelente relação com as Autarquias, empresas e demais entidades locais. Prova disso são já os protocolos de cooperação com a LIPOR (CREW – Centro de recuperação de Equipamentos Elétricos e Eletrónicos), Ergovisão (descontos na sua gama de produtos), Casa da Juventude e CM de Valongo (disponibilidade do Pavilhão de Desporto). Quanto às empresas, são para nós também uma prioridade. Estamos a desenvolver um catálogo digital atrativo com a nossa oferta formativa, com uma imagem atual, que reflete o nosso sector e a sua importância na economia nacional. Não estamos à espera que as empresas cheguem até nós… vamos ao seu encontro e das suas necessidades.

    AVE - Outros assuntos que considere ser importante a comunidade ermesindense conhecer.

    DP - É importante que a comunidade tome consciência de que a formação no CENFIM é já a primeira opção para muitos jovens, que é altamente tecnológica (CNC 5 eixos, Scanners 3D, impressão 3D, software de modelação 3D… tudo áreas “state of the art”). Temos cerca de 2900 empresas na região que procuram por técnicos especializados. A procura é imensa, com ordenados muito interessantes para quem está, por exemplo, a finalizar o 12.º ano, sendo que a opção para o ensino superior fica sempre disponível.

    Temos uma nova abordagem para a formação, a OIF – Oficina Individual de Formação, mais especificamente pra a área do CNC, em que as empresas e particulares não necessitam de estar à espera que constituamos uma turma com 15 elementos. Cada indivíduo pode desenvolver a sua formação ao seu ritmo, de acordo com a sua disponibilidade, com autoestudo mas sempre acompanhados por um formador. Podemos assim ter vários formandos de uma mesma turma, em níveis de aprendizagem diferentes. Durante o próximo ano implementaremos a mesma metodologia para a área da Soldadura.

    Por: Manuel Augusto Dias

     

     

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