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    Arquivo: Edição de 30-04-2019

    SECÇÃO: História


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    ACONTECEU HÁ UM SÉCULO (3)

    Ermesinde em 1919

    P´ÁGINA 273 DA "ILUSTRAÇÃO PORTUGUESA" DE 7 DE ABRL DE 1919
    P´ÁGINA 273 DA "ILUSTRAÇÃO PORTUGUESA" DE 7 DE ABRL DE 1919
    Na rubrica “Portugal Pitoresco”, e pela pena de Humberto Beça, a “Ilustração Portuguesa” de há um século, mais concretamente do dia 7 de abril de 1919, nas páginas 273 e 274, traz um interessante texto sobre Ermesinde onde se fala das belas paisagens ribeirinhas e das bonitas mulheres, ilustrado com fotos, tudo da autoria de Humberto Beça, que foi professor no Colégio de Ermesinde e primeiro monógrafo desta terra. Pela importância deste registo, aqui fica a sua transcrição, que penso ser inédita.

    A sete ou oito quilómetros ao norte do Porto, na estrada que d’esta cidade conduz a Braga e Guimarães, encontra-se, graciosamente estendida pelas duas margens do Leça, a povoação de Ermezinde, sem duvida um dos mais formosos arrabaldes da capital do norte e um dos mais pitorescos sítios da região d’entre Minho e Douro. A povoação que hoje se estende mais para o sul, arrastada pelo movimento do caminho de ferro que ali bifurca para o Minho e para o Douro, é de origem relativamente recente, ignorando-se todavia d’onde lhe provem o nome de Ermezinde, que atualmente tem, ou o de S. Lourenço d’ Asmes que tinha até á implantação da Republica. O lugar propriamente chamado de Ermezinde fica apenas a uns dois quilómetros ao norte de Rio Tinto, onde existiu um convento de beneditinas. Seriam essas propriedades conhecidas pela designação de Terras de D. Ermezenda», do nome da sua proprietária, e, d’aí, o nome do logar? O livro das lnquisições [sic], de D. Afonso III, fála de um individuo de Ermejenda, que prestou esclarecimentos sobre os baldios do concelho de Valongo, e este facto parece na verdade confirmar a anterior hipótese.

    Dos diversos lugares da povoação, os mais pitorescos são: o da Travagem, Cancela e Asmes que se encostam ao Leça, povoando-lhe aqui e ali as margens frondosas de pequeninos casais, que espalham por entre o arvoredo dos pinhaes ou pelos recantos do vale, as aspiraes brancas do fumo, á hora triste do crepúsculo, quando os bois, mugindo, recolhem aos estabulos e o lavrador ao tugurio, onde o espera o fogo da lareira e a apetitosa ceia, fervendo ao lado do borralho. E desde Ardegães até Alfena, que riqueza de paizagem, que surpreendentes efeitos os da fita prateada do Leça, colando vagarosamente no vale florido que, ora se aperta entre os aterros da ponte da Travagem, ora se espraia na planície d’Entre Campos, para se estrangular a seguir, espumante e bravio, por entre as penedias de Ardegães, onde se precipita como um pequeno Niagára... Dizer que o Leça é o mais belo dos rios portuguezes seria uma arrojada afirmação, que ninguém ousaria fazer.

    Se são tão lindos os rios de Portugal! Mas é tão mimosa, tão suave, tão florida a terra banhada pelo poetico riosinho, que há até quem pretenda que o famoso Lethis, da lenda, o rio do esquecimento, onde as hostes romanas perderam a lembrança da pátria, no encantamento da maravilhosa beleza da região, é o Leça e o Lima.

    (...)

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    Por: Manuel Augusto Dias

     

     

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