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    Arquivo: Edição de 30-04-2019

    SECÇÃO: Crónicas


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    PASSEIOS DE BICICLETA À DESCOBERTA DO PORTUGAL REAL...

    “Vai uma corrida??? Ri. Ri a bom rir!”

    Depois de ter descansado um dia em Castelo Branco sinto-me revigorado. Os músculos das pernas não me ardem, tenho o desconforto de me transmitirem a sensação dos músculos doloridos. Parto cedo. Rumo? Rumo para sul qual ave migradora. Ando perdido pelas vias de circunvalação da cidade. Lá encontro a EN 3. Agora era seguir por ela até entroncar na EN 18, devorar os quilómetros até Vila Velha de Ródão. A poucos kms desta parei. Parei pela imponência dos edifícios da Celulose do Tejo. Sim essa mesma firma das descargas poluentes para o Tejo. Logo ali decido demorar pouco tempo.Vila com belas paisagens à beira Tejo, com uma bela Igreja Matriz da Ordem dos Templários e com um bonito pelourinho Manuelino. Visito e contemplo as fantásticas “Portas do Rodão”. A praia ribeirinha interdita, por causa dos detritos de limpeza das margens e do leito.

    Atravesso a ponte em direção a Nisa. Ao cimo da serra, no meio de eucaliptos queimados sobrevive uma placa com a informação, “ Aqui começa o Alentejo”. Logo me vem à ideia as planícies. Puro engano. Por esta zona interior temos muitas serras. Chego a Nisa por volta do final da manhã. Visito o Castelo e o museu do Bordado e do Barro. Provo os doces locais. Preciso de compensar o açúcar perdido, e armazenar algum para queimar. Nem é pequeno almoço nem almoço. Sigo para Alpalhão. Sinto-me bem. Não paro. A estrada EN 18 com bom piso a isso me convida. Aqui deixo a EN 18 e passo a percorrer a EN 246, rumo a Castelo de Vide. Por aqui faço um lanche-almoçarado. Temos o Castelo, as ruas medievais com vasos floridos a embelezá-las. A antiga Judiaria e a sua Sinagoga. Era aqui que previa ficar, mas olhando para o relógio decido seguir para o Marvão. Pela estrada vejo que por aqui os castanheiros morreram deitados, com as suas raízes apontadas para os céus. Não foi o fogo. A doença da “Tinta” e das geadas tardias contribuíram para a morte massiva dos soutos. Subi a Marvão. Do castelo temos uma vista deslumbrante de toda aquela área Alentejana.

    O TEJO EM PORTAS DO RÓDÃO - VILA VELHA RODÃO
    O TEJO EM PORTAS DO RÓDÃO - VILA VELHA RODÃO
    Desço a serra e pretendo ainda visitar a Cidade Romana de Ammaia. Povoação fundada nos finais do século I a.C. no tempo de Augusto. Chego às 15 h, com tempo para a visitar. As instalações de apoio fechadas. Olho para o horário. “Encerra às 19 h”. Volto a consultar o relógio. Sim estou dentro da hora. Aguardo, pensando que se teriam ausentado até ao café ou numa visita guiada. Continuo a aguardar. Lembrei-me que estava neste “Jardim à beira mar plantado”. A um popular que passava perguntei se costumava estar encerrada. Não me sabe responder, mas diz-me “por ali, junto do muro, ao fundo, pode entrar no recinto”. Agradeci e por lá me encaminhei empurrando a bike. Parei admirado. Admirado e com algum espanto. No terreno estavam rolos de palha enfardada. Palha, que pelo corte que se via no terreno tinha sido efetuado há pouco tempo. Segui pela indicação da placa “Banhos do Fórum”. Pelo carreiro as silvas mordiam-me as pernas, pelos raios das rodas emaranhavam-se ervas e galhos. A indicação levava a atravessar a estrada nacional??!!??. Fiquei na estrada, a pensar se valeria a pena ir ao Fórum. Se este estivesse tão bem conservado como o que acabava de ver, nem pensar. Bolas, mais uma desilusão. Parti. Parti zangado.

    De tão zangado que estava quase não parei em Portalegre. Entro na EN 246 rumo a Arronches. Desci das serras e tenho um bom percurso em planície. Um Alentejano conduzindo um “Mata Velhos”(carro sem necessidade de ter carta de condução para o conduzir), grita-me. Vai uma corrida??? Ri. Ri a bom rir, pela situação. Ele abranda. Okei. Vamos lá divertir-nos um pouco. Ora ultrapasso eu, ora ultrapassa ele. Assim foram percorridos alguns kms. Passo por Arronches e não paro. Aquele descanso estava a dar-me um ótimo dia de percorrer estas estradas e de admirar as suas paisagens. Antes de entrar em Santa Eulália e com a dúvida de terminar esta etapa em Elvas, resolvo deixar a EN 246 e ir pela EN 243-1. Esta não passa por Elvas. Essa cidade ficaria para outro dia, ou para outra altura. Como o fim do dia estava a chegar ao fim, decido acelerar um pouco.

    A próxima localidade era Barbacena. Do querer e poder, já tinha passado a hora. Sim a vontade já era maior do que as pernas podiam. Estas deviam ter-se apercebido do aproximar do por do sol e tinham desligado. Por fim lá me vi às portas de Barbacena. Barbacena, localidade que se terá desenvolvido sobre um castro pré-Romano e conquistada aos Mouros no reinado de D. Sancho II (1223-1248). A Igreja Matriz foi construída em 1273 e o Pelourinho é do séc. XVI, e o seu Castelo remonta a meados do séc. XIII. Depois da visita decidi ir jantar. O estômago já ralhava. Findo o repasto procurei alojamento pela internet. Nem quis acreditar. Que erro primário. Vim andando e agora …. Sim não havia alojamento para pernoitar.

    (...)

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    Por: Manuel Fernandes

     

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