NOTÍCIAS DA UNIVERSIDADE SÉNIOR DE ERMESINDE
Jantar de Natal da Ágorarte/USE
Não há Grupo, Instituição, Associação que se preze, que imbuído no “espírito natalício”, não aproveite esta época de festejos, para juntar as suas hostes. Cedência aos apelos da sociedade de consumo? Penitência dos erros e dos males cometidos para com os que nos são próximos, ao longo do ano? Fortalecimentos dos laços de amizade e solidariedade? De tudo, um pouco, talvez. Assim também na Ágorarte/USE.
Cerca de oitenta convivas, entre alunos, professores e familiares, encontraram-se no dia 14 de dezembro, para celebrar a (por muitos considerada) FESTA DA FAMÍLIA. E, como se convencionou que não há festa sem pôr os pés debaixo da mesa, foi por aí que se começou.
Já com os estômagos reconfortados e quando o grupo de teatro da professora Benvinda se aprestava para mostrar o trabalho preparado para esta noite, a sala onde o convívio decorria, foi “invadida” pelo Rancho Folclórico de Fânzeres, que para surpresa e agrado de todos, interpretou três temas alusivos a esta quadra – A chamada, Oração e Os pastores.
Reposta a “normalidade”, mas lamentavelmente com um ruído ambiente que dificultou o esforço dos diseur e a audição dos presentes, foi a vez de Rosa Pinto, Fátima Vasconcelos, Emanuel e Fátima Gonçalves, dizerem, cada qual, uma estrofe do poema “Natal de cada um” da poetisa brasileira Mírian Warttusch. Seguiram-se a Benvinda e a Elisabete que leram “Natal Chique”, de Vitorino de Nemésio. Finalizaram a prestação do grupo a Conceição, a Etelvina e a Aurora, que disseram o poema “Se eu pudesse” de Maria da Piedade Simões Rocha de Matos. Também o Olindo não quis deixar os seus créditos por mãos alheias e disse, no seu jeito sentido, o poema de José Carlos Ary dos Santos “Quando um Homem quiser”:
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E tu que vês na montra a tua fome que eu não sei
fatias de tristeza em cada alegre bolo-rei
pões um sabor amargo em cada doce que eu comprei
és meu irmão, amigo, és meu irmão
Altura para o professor Carlos Faria, presidente da Ágorarte e Coordenador da USE, se dirigir aos presentes e numa breve alocução formular os votos de Boas Festas, posto o que lembrou o poema de Miguel Torga.
Ninguém o viu nascer.
Mas todos acreditam
Que nasceu.
É um menino e é Deus.
Na Páscoa vai morrer, já homem,
Porque entretanto cresceu
E recebeu
A missão singular
De carregar a cruz da nossa redenção.
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Fotos USE |
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Entretanto, ansiosos por fazer das suas, os Mestres Manuel Friães e Carlos Costa não souberam “de dor nem mágoa”, ultrapassaram as suas lesões e mau estar, para pôr toda a sala a cantar e a bailar. Como já é uma exigência de todos, a Professora Lídia Alves ofereceu a sua graciosa voz à animação e como que a lembrar o tempo lá fora, entoou “Esta noite há-de chover/uma chuva miudinha…”.
Enquanto isso, a Direção, aproveita a ocasião para, mesa a mesa, renovar os votos de Boas Festas e prendar os presentes, com um utilitário e bonito porta-chaves, com o símbolo da USE.
A pausa para a sobremesa, serviu para arrumar mesas e cadeiras, pois era preciso espaço para o grupo que se seguia, as Danças de Salão. Sob o comando da Professora Diana, foi vê-los entregar-se a cada tema, com dedicação e aprumo, alegres e plenos de energia, como quem acorda para a manhã de um novo dia. Como diria o Sérgio Godinho no seu Namoro, “E a malta gritou/Aí Benjamim…”.
A noite já ia adiantada, mas o duo Manuel e Carlos, não esmoreciam. Voltaram à carga, quando já alguns, a pedir passangas, saíam, trocando votos de Boas Festas com os que iam resistindo. Mais alguns temas, sempre entoados e acompanhados com muito entusiasmo e, eis que “Apita o Comboio…”. Com receio de perder a boleia, os folgazões saltam para dentro, uh!... uuuhhh!... Algumas voltas pela sala e a alegria e o comboio sempre a aumentar. Mas, Apita o comboio… a lembrar que está na hora de partir.
Não se sabe se é pelo caminho que leva a cumprir o preceito do Papa Francisco, ”O Natal como Festa do Encontro e anúncio de alegria para todos”.
Foi cumprida a tradição, isto sabe-se.
BOAS FESTAS!
Alfredo Silva
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