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    Arquivo: Edição de 30-11-2018

    SECÇÃO: Destaque


    NO MUSEU MUNICIPAL DE VALONGO:

    Manuel Augusto Dias apresentou o seu último livro

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    Tudo começou com um desafio. No ano em que se celebram os 100 anos do Armistício e na sequência dos trabalhos de investigação que tem vindo a desenvolver, Manuel Augusto Dias – cuja especialização enquanto mestre em História é a I República – propôs à Câmara Municipal de Valongo, na pessoa do seu presidente, o patrocínio da edição de um livro que lembrasse e homenageasse os valonguenses que participaram no primeiro grande conflito mundial. O resultado dessa intenção dá pelo nome de “Valongo e a Primeira Guerra Mundial”, uma obra que foi apresentada oficialmente a 17 de novembro último no Museu Municipal de Valongo.

    O presidente da Câmara, disse-o no ato de apresentação, aceitou o repto, quer pela importância dos livros na preservação da memória coletiva, pela oportunidade de que este, em particular, se reveste (editado apenas seis dias após as comemorações do centenário do Armistício) e ainda pela confiança depositada em Manuel Augusto Dias, de cuja obra se mostrou conhecedor.

    Assim nasceu “Valongo e a Primeira Grande Guerra”. Uma edição muito bem cuidada, que deve deixar orgulhosos o autor, o editor e todos os que nela tiveram a oportunidade de participar.

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    José Manuel Ribeiro iniciou a sessão e depois de dar as boas vindas aos presentes, parabenizou o autor, tendo-se congratulado com a generosidade deste em propor este trabalho à Câmara. Confessou ser amante da leitura, sobretudo histórica, lembrando a propósito o investimento nas bibliotecas do concelho, que contam já com cerca de 10.000 leitores inscritos.Sobre o livro que ali iria ser apresentado, o autarca apelidou-o de uma «memória viva», de um acontecimento que marcou o Mundo há 100 anos atrás. «Não devemos esquecer a dimensão da memória. Hoje vivemos num Mundo em que tudo acontece de forma rápida e desaparece logo a seguir. E nós devemos fazer tudo para que não se perca a memória. Tempos sem memória são tempos de escuridão. Por isso, este livro é muito bem vindo», disse o edil.

    Seguidamente usaria da palavra o autor do livro, Manuel Augusto Dias, que referiu que este é o seu terceiro livro sobre a temática da Primeira Guerra Mundial. Um fascínio e interesse que vem dos tempos da sua infância, já que desde pequeno se habituou a ouvir histórias sobre o primeiro grande conflito mundial, pela voz do seu avô, um antigo combatente, em África (Moçambique) e na Flandres. Agradeceu, em seguida, as palavras elogiosas do presidente, posto o que iniciou a sua alocução, do modo muito apreciado pela plateia, sendo esta composta por alguns dos seus alunos de História Contemporânea da Universidade Sénior de Ermesinde. O autor esmiuçou posteriormente alguns factos retratados neste livro. Factos e histórias de um conflito bélico em que Portugal esteve presente, contrariamente ao que muita gente possa pensar. O país contribuiu com quase 160.000 homens para a Primeira Grande Guerra, tendo uns sido mobilizados para França (mais concretamente 56.400 militares), outros para África (onde combateram em Angola e Moçambique aproximadamente 50.000 homens), outros para as ilhas, Índia e Timor (sendo destacados 13.000 homens), ao passo que 40.000 ficaram em solo nacional a defender o território.

    E se a mobilização para França se prendeu com uma questão de diplomacia, ou política, fruto da aliança entre Portugal e Inglaterra, para a África a questão foi mais séria, já que a Alemanha atacava as colónias portuguesas naquele continente.

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    E, quanto ao nosso concelho, no fundo o tema de capa, por assim dizer, desta obra, Manuel Augusto Dias lançou alguns números e factos para uma plateia que durante aproximadamente uma hora escutou atentamente esta interessante aula de História.

    Para a Flandres, ao serviço do Corpo Expedicionário Português (CEP), foram mobilizados do Concelho de Valongo pouco mais de meia centena de homens - 56 para sermos mais precisos. Para África terão sido muitos mais, segundo o autor, não havendo contudo certezas de um número exato de homens mobilizados para defender as colónias.

    Por freguesias, Ermesinde e Valongo foram aquelas que mais homens viram ser integrados no CEP para a Flandres, 14 homens cada uma das freguesias. Seguem-se Alfena e Campo, cada uma com 12 militares mobilizados, e por fim Sobrado, com quatro soldados mobilizados.

    Para os alunos de História Contemporânea de Manuel Augusto Dias mais atentos, muitos factos aqui relatados não são estranhos, porém, como seria frisado nesta alocução, este livro não é um romance, é um livro de história, organizado (excelentemente, em nossa opinião) para poder ser consultado, quando a dúvida subsistir.

    Com cerca de 270 páginas, é dividido (se assim se pode dizer) em cinco capítulos, a saber:

    1 –O DEFLAGRAR DO GRANDE CONFLITO

    2 – A POSIÇÃO DO GOVERNO PORTUGUÊS

    3 – A ENTRADA DE PORTUGAL NA GUERRA, NA FRENTE OCIDENTAL

    4 – O CEP NA FRENTE OCIDENTAL

    5 – OS EXPEDICIONÁRIOS DE VALONGO

    Com três páginas de abreviaturas, que ajudam a compreensão da leitura, profusamente ilustrado (a cores), o livro termina com uma conclusão e uma cronologia, que constituem, só por si, uma interessantíssima aula de História.

    Por: Alfredo Silva (comissão de alunos da USE)*

    *com MB

     

     

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