Subscrever RSS Subscrever RSS
Edição de 31-03-2024
  • Edição Actual
  • Jornal Online

    Arquivo: Edição de 31-01-2016

    SECÇÃO: Destaque


    ELEIÇÕES PARA A PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA 2016

    Marcelo venceu à primeira

    Foto AGÊNCIA LUSA
    Foto AGÊNCIA LUSA
    A vitória afigurava-se como inquestionável, sendo que a dúvida residia em saber se esse triunfo iria ser alcançado à primeira ou à segunda (volta). No dia 24 de janeiro a questão foi esclarecida: Marcelo Rebelo de Sousa vencia à primeira volta as eleições presidenciais, tornando-se assim no 20º presidente da República portuguesa. Nas urnas, o "professor" registou uma expressiva votação de 52 por cento - traduzidos em quase dois milhões e meio de votos -, o dobro da votação obtida pelo segundo classificado na corrida a Belém, Sampaio da Nóvoa. Marcelo venceu em todos os distritos do país uma eleição em que durante a campanha os "pesos-pesados" da direita (PSD e CDS-PP) foram pouco vistos - apesar de "recomendarem" o voto no professor - no apoio a um candidato que se assumia como a... esquerda da direita. Apesar de Marcelo Rebelo de Sousa ter afastado a imagem de estar colado aos dois partidos do arco da direita e de se ter feito à estrada a solo na campanha que antecedeu este ato eleitoral, não será descabido referir que este triunfo teve um sabor especial para a direita e um... tremendo amargo de boca para a esquerda. E a derrota só não teve contornos mais pesados porque o Bloco de Esquerda, e a sua candidata, Marisa Matias, em particular, fizeram um novo brilharete. Com 10,13 por cento dos votos a candidata do Bloco foi a terceira mais votada, comprovando que o êxito alcançado pelo seu partido nas Legislativas de outubro de 2015 não havia sido obra do acaso. Derrota estrondosa teve Maria de Belém. A ex-presidente do Partido Socialista (PS) não foi além de uns modestos 4,24 por cento - ficou a quase seis pontos percentuais de Marisa Matias. Mesmo não tendo assumido no papel o apoio a qualquer dos candidatos do arco da esquerda, o PS acaba por sair derrotado destas eleições, ao ser, de certa forma, penalizado por não ter dado o seu apoio a um dos dois candidatos mais bem posicionados na corrida a Belém, Sampaio da Nóvoa e Maria de Belém, acabando assim o partido por se dividir na hora de ir às urnas. O outro grande derrotado destas eleições foi o Partido Comunista Português (PCP), cujo candidato, Edgar Silva, quedou-se pelos 3,95 por cento, números que fazem com que este seja o pior resultado de sempre (!) obtido pelos comunistas em presidenciais.

    foto
    Como já foi referido, Sampaio da Nóvoa foi o segundo candidato mais votado, com um total de 22,89 por cento - expressos em mais de um milhão de votos - ficando muito perto de levar a decisão para uma segunda volta, como durante algum tempo se vaticinou. Não deixa de ser um resultado histórico para um candidato independente, sendo que a título de exemplo e em comparação com as eleições presidenciais de 2011 Nóvoa recebeu agora mais votos do que o então candidato apoiado pelo PS, Manuel Alegre!

    Passando agora para o campeonato dos outsiders, dos candidatos com menos visibilidade política, aquele que mais razões teve para sorrir foi sem margem para dúvidas Vitorino Silva, popularmente conhecido como Tino de Rans, cuja peculiar maneira de estar e de fazer política lhe valeu 3,28 por cento dos votos a nível nacional, mordendo desta forma os calcanhares ao candidato apoiado pelo PCP! A mais de um ponto percentual de distância de Tino de Rans ficou Paulo Morais, o candidato anti-corrupção. Abaixo da fasquia de 1 por cento ficaram os independentes Henrique Neto, Jorge Sequeira e Cândido Ferreira.

    Uma derradeira nota para a abstenção: voltou a ser elevada, como comprovam os 51,17 por cento registados, e que fazem destas as segundas presidenciais da história com a taxa de abstenção mais elevada, apenas superadas pelas eleições de 2011, onde se registou uma abstenção de 53,41 por cento.

    DISTRITO EM TUDO

    SEMELHANTE

    AO RESTO DO PAÍS

    foto

    Salvo raras exceções, nada de muito diferente da votação no Distrito do Porto em relação à votação do resto do país. Marcelo venceu no nosso distrito com uma percentagem ligeiramente mais baixa daquela obtida a nível nacional - 51,28 por cento contra 52 por cento. Na segunda posição ficou, também no Porto, Sampaio da Nóvoa, embora com sensivelmente menos um ponto percentual do que no resto resto do país. Também Marisa Matias obteve uma percentagem idêntica no distrito em relação à que foi conquistada no restante país - 10,22 por cento no distrito face aos 10,13 registados a nível nacional. A surpresa, essa, veio de Tino de Rans, que superou em mais de um ponto percentual Maria de Belém - 5,68 por cento contra 4,53 por cento -, números que fazem com que o candidato calceteiro de profissão fosse o quarto mais votado no distrito. Não foi só Maria de Belém a obter um resultado desastroso no distrito, já que Edgar Silva não foi além dos 2,49 por cento, ficando não só muito atrás de Vitorino Silva como também de Paulo Morais (!) que superou o candidato do PCP com 2,68 por cento. De destacar ainda o facto de a abstenção ter sido no distrito bem menor do que em relação ao resto do país - 46, 47 por cento contra 51,17 por cento.

    NO CONCELHO

    E NAS FREGUESIAS...

    foto

    Olhando, por fim, para os números registados nas freguesias do concelho de Valongo, algumas notas saltam à vista. Desde logo o facto de Marcelo ter vencido quer no concelho quer nas freguesias com uma percentagem bem inferior à que foi obtida a nível nacional. No concelho de Valongo o "professor" obteve 46, 75 por cento, ficando a mais de cinco pontos percentuais em relação à média nacional. Também na maior parte das freguesias, o novo Presidente da República ficou abaixo da fasquia dos 50 por cento, sendo a exceção Alfena, onde alcançou 50,38 por cento dos votos. Já Marisa Matias conseguiu no concelho um resultado superior à média nacional - 11,45 por cento contra 10,13 - sendo que é na freguesia de Valongo onde a candidata do Bloco obtém a sua melhor votação, 12,07 por cento. Também a nível concelhio Tino de Rans bateu de forma expressiva Maria de Belém. A nível concelhio o calceteiro obteve 7,24 por cento dos votos contra os 5,23 por cento da antiga presidente do PS, sendo que a nível de freguesias só em Ermesinde a candidata superou Tino, e por muito pouco - 4,88 por cento contra 4,84 por cento. De resto, foi na União de Freguesias de Campo e Sobrado que Vitorino Silva obteve a sua votação mais expressiva, 11,47 por cento, bem superior à média nacional, tendo nestas duas freguesias ficado no último lugar do pódio, à frente de Marisa Matias, a terceira mais votada no plano nacional. Por último, uma nota para Sampaio da Nóvoa, cuja votação - 22,21 por cento - a nível do concelho não andou muito longe da que foi obtida a nível nacional, sendo que na freguesia de Ermesinde o candidato independente obteve o seu resultado mais volumoso - 25, 08 por cento - em relação às médias nacional, distrital e concelhia.

    foto
    .

    foto
    .

    foto
    .

    foto
    .

    Por: MB

     

     

    este espaço pode ser seu Este espaço pode ser seu Este espaço pode ser seu
    © 2005 A Voz de Ermesinde - Produzido por ardina.com, um produto da Dom Digital.
    Comentários sobre o site: [email protected].