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Edição de 31-03-2024
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    Arquivo: Edição de 21-03-2014

    SECÇÃO: Saúde


    DPOC: novo aliado terapêutico melhora a função respiratória durante 24 horas com uma toma única diária

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    O Observatório Nacional das Doenças Respiratórias apresentou recentemente um relatório que revelou dados preocupantes sobre a incidência destas doenças na população portuguesa. De acordo com o documento, cerca de 50 pessoas morrem por dia em Portugal devido a doenças do foro respiratório, números que contribuíram para um aumento em mais de 16% da mortalidade associada a estas doenças.

    Entre as doenças mais prevalecentes encontra-se a Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC), uma condição que afeta 14,2 por cento da população com mais de 40 anos e que ainda assim continua a ser desconhecida para a maioria das pessoas. Trata-se de uma doença crónica caracterizada por uma limitação progressiva do fluxo aéreo, causada pela inalação de partículas ou gases nocivos, nomeadamente do fumo do tabaco. Para a sua identificação, é fundamental a realização de um exame da função respiratória, designado Espirometria. Um teste extremamente simples e indolor, de interpretação imediata, que constitui a forma mais objetiva da deteção precoce de uma doença que, se não tratada, pode ser fatal.

    Contudo, apesar da facilidade e simplicidade do exame, a DPOC encontra-se ainda subdiagnosticada. Para tal contribui o facto de os sintomas serem muitas vezes encarados pelos doentes como estando relacionados com o envelhecimento ou com os seus hábitos tabágicos, desvalorizando as suas queixas. A DPOC é assim diagnosticada, na maioria das vezes, quando está já numa fase avançada, altura em que os sintomas têm um impacto voraz sobre a qualidade de vida dos doentes, impedindo-os de realizar tarefas rotineiras como por exemplo tomar banho, subir umas escadas ou guiar.

    Assim, se é fumador, se tem tosse com expetoração, principalmente durante a manhã, se se constipa durante o inverno cada vez mais e durante mais tempo, se se cansa com facilidade a subir escadas, não desvalorize esses sintomas. Lembre-se, pode ser DPOC!

    É que, apesar de não ter cura, a doença pode ser controlada, e quanto mais cedo o diagnóstico, melhor. Os objetivos prioritários do tratamento da DPOC consistem em reduzir os sintomas e prevenir a sua progressão, o que é possível através de terapêutica inalatória que permite melhorar a função respiratória. Felizmente que, recentemente têm vindo a registar-se a introdução de terapêuticas inovadoras que melhoram em muito a qualidade de vida dos doentes. É o caso de um recente broncodilatador anticolinérgico de nova geração que, através de uma toma única diária, permite manter e aumentar por 24 horas a capacidade respiratória dos doentes. Com esta terapêutica, de rápido início de ação, o doente consegue controlar a inalação graças ao mecanismo que lhe permite ouvir um som, sentir um sabor característico e controlar visualmente a administração do medicamento devido à transparência das cápsulas. Este facto contribui para a adesão à terapêutica dos doentes, um fator essencial controlar os sintomas e progressão da doença.

    Este novo fármaco, acrescenta mais-valias inquestionáveis no tratamento da DPOC, constituindo mais um passo para a melhoria da qualidade de vida destes doentes. Trata-se de um fármaco seguro, nomeadamente em doentes com outras comorbilidades.

    A DPOC afeta milhões de pessoas a nível mundial. Em Portugal mais de 14 por cento da população com mais de 40 anos sofre desta doença, que é responsável por 8 mil internamentos e 3 mil mortes, anualmente. Só o diagnóstico precoce, a cessação tabágica e o tratamento adequado da doença podem inverter estes números. Está nas nossas mãos.

    Por: Sandra André (*)

    (*) Médica pneumologista no Centro Hospitalar Lisboa Ocidental/Hospital Egas Moniz.

     

     

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