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    Arquivo: Edição de 17-01-2014

    SECÇÃO: Saúde


    Dor neuropática VS dor nociceptiva

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    Calcula-se que entre 1,5% a 7,7% da população sofra de dor neuropática, um tipo de dor crónica causada por uma lesão ou doença do sistema nervoso que, frequentemente, é descrita como uma sensação dolorosa tipo queimadura, formigueiro ou choque elétrico.

    A dor neuropática resulta de lesão das fibras nervosas, em que os impulsos dolorosos provêm das próprias estruturas neuronais e não das terminações nervosas estimuladas. Todavia, a dor é projetada para a região abrangida pelo referido nervo.

    A dor neuropática pode subdividir-se de acordo com a estrutura nervosa envolvida, por exemplo, um nervo periférico, raiz nervosa ou sistema nervoso central (espinal medula, cérebro). Não parece desempenhar qualquer função útil, sendo uma condição anómala, e é frequentemente difícil de diagnosticar e tratar.

    Existem vários tipos de dor crónica de origem neuropática, como a neuropatia diabética, a dor do membro fantasma, a nevralgia do trigémio ou a nevralgia pós-herpética. Uma percentagem significativa de doentes que sofre de lombalgia crónica ou dor oncológica apresenta, para além de uma componente nociceptiva, uma dor com uma componente neuropática.

    A dor causada pela presença de um estímulo doloroso em nociceptores denomina-se dor nociceptiva. A dor nociceptiva, na sua forma aguda, desempenha geralmente uma função biológica importante (preventiva), uma vez que alerta o organismo para o perigo iminente e informa-o da ocorrência da lesão ou dano tecidular.

    A dor somática subdivide-se em dor superficial (dor cutânea) que ocorre ao nível da pele ou membranas mucosas (por ex., pequenas feridas, queimaduras de primeiro grau) ou dor profunda, que tem origem ao nível dos músculos, ossos, articulações, ligamentos, tendões, vasos sanguíneos.

    A dor visceral provém das vísceras ou órgãos. Um exemplo deste tipo de dor é a dor abdominal ou torácica. Caracteriza-se por ser uma dor surda, difícil de localizar, que é frequentemente acompanhada de reações nervosas autonómicas. A dor visceral pode irradiar para as correspondentes regiões cutâneas de referência, sendo assim designada como “dor referida”.

    O tratamento atual da dor é em grande parte baseado na intensidade da dor. A fim de permitir uma abordagem mais orientada para a escolha do tratamento farmacológico, idealmente, os médicos deveriam identificar os mecanismos causais subjacentes aos sintomas específicos de cada paciente.

    No entanto, identificar esses mecanismos na prática é difícil, porque um mecanismo pode produzir sintomas diferentes e um sintoma pode ser produzido por diferentes mecanismos.

    Se sente uma dor persistente há mais de três meses, procure o seu médico de família ou especialista para o ajudar a controla-la. Se a dor não for adequadamente tratada pode afetar gravemente a sua qualidade de vida.

    Por: Jorge Brandão (*)

    (*) Médico de Medicina Geral e Familiar e membro do Conselho de Administração da Fundação Grünenthal

     

     

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