Roupa e acessórios mais leves atenuam os sintomas da psoríase
O verão representa, erradamente, um problema para muitos doentes com psoríase, altura em que o vestuário é mais reduzido e a exposição do corpo é maior. Mas o sol é um aliado no alívio dos sintomas da doença. Uma exposição solar moderada ajuda a pele a cicatrizar, reduz a inflamação e desacelera a produção de células cutâneas, que originam a descamação da pele.
«A aplicação de protetor solar é obrigatória a quem frequente a praia ou piscinas, assim como evitar as horas de maior calor, mas os cuidados com o vestuário são igualmente importantes para a proteção da pele», alerta Paulo Ferreira, médico dermatologista.
No verão, altura em que se opta por peças de vestuário mais leves, é necessário ter atenção à escolha dos tecidos, para que não provoquem a irritação da pele. A roupa demasiado apertada tende a agravar os sintomas da doença e a provocar o aumento das lesões, assim como os tecidos compostos por fibras sintéticas. Os doentes devem optar sempre por fibras naturais como o algodão. O mesmo se aplica à roupa interior, que deve ser sempre confortável e livre de elásticos.
A lavagem da roupa também é importante. As peças devem ser lavadas com detergentes suaves e que não contenham perfume.
Os sapatos e as sandálias devem ser abertos e largos, feitos de materiais naturais, como o couro, que absorve a humidade e permite a respiração da pele. «O uso de palmilhas de espuma, cortiça ou de gel também é aconselhável, porque permitem aliviar a pressão da pele», acrescenta o dermatologista.
Proibido aos doentes de psoríase estão o uso de esponjas ou de outros utensílios para esfregar a pele, assim como a fricção da toalha na pele.
As meias e os collants devem ser trocados por saias e calções. O ideal é aproveitar os meses de Verão para a pele respirar livremente e emendar os erros cometidos durante o Inverno. Um chapéu e uns óculos escuros são bons aliados.
A psoríase é uma doença auto-imune que se manifesta no nosso maior órgão – a pele, não sendo contagiosa é crónica e pode surgir em qualquer idade. O seu aspeto, extensão, evolução e gravidade são variáveis, caracterizando-se pelo aparecimento de lesões vermelhas, espessas e descamativas, que afetam sobretudo os cotovelos, joelhos, região lombar, couro cabeludo e unhas. Cerca de 10 por cento dos doentes acabam por desenvolver artrite psoriática. Em Portugal esta doença afeta mais de 250 mil pessoas e cerca de 125 milhões em todo o mundo.
A PSOPortugal, entidade com oito anos de existência, constituída em 2005, tem vindo a defender, apoiar e dar voz aos doentes de psoríase. E também a alertar e sensibilizar a sociedade para a discriminação social e profissional de que são alvo os cerca de 250 mil portugueses que sofrem de psoríase.
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