NOTÍCIAS DO CENTRO SOCIAL DE ERMESINDE
Investir na formação compensa…
Quando comecei o nível secundário, no processo de RVCC, no Centro Social de Ermesinde, a empresa em que trabalhava, a Qimonda (fabricante de componentes eletrónicos, como chips de memória), encerrou. Neste período, o incentivo da equipa do Centro Novas Oportunidades foi a âncora necessária, com o meu sacrifício e empenhamento, para chegar a bom porto no processo de certificação do 12º Ano de escolaridade, no final de 2010, com 47 anos.
Entretanto, resolvi emigrar para França. E acreditem, não é fácil! Comecei a trabalhar numa empresa de limpezas, mas não era isso que pretendia. Fiz então o meu curriculum vitae em Francês e enviei-o para várias empresas do meu ramo de atividade (fabrico de semicondutores). Todas as empresas exigiam o mesmo grau de escolaridade, o 12º Ano. Fui chamada a várias entrevistas e, quatro meses depois de estar em França, voila, comecei a trabalhar numa empresa de semicondutores. E o primeiro pensamento que me ocorreu foi: ainda bem que concluí o 12º Ano; pois se não o tivesse feito, nem sequer teriam considerada a minha candidatura.
Apesar dos comentários menos agradáveis, essencialmente de desvalorização do processo de RVCC, acreditei que valia a pena aproveitar a oportunidade. Hoje não estou arrependida, sinto que tomei a decisão certa, consegui este emprego por essa aposta.
Sei que há muito desemprego e pessoas qualificadas sem uma oportunidade, mas não podemos, nem devemos baixar os braços. O meu relato é um testemunho, acredito que o investimento na melhoria das nossas habilitações literárias pode “abrir portas” a uma nova carreira profissional, a uma mudança, que de outra maneira não seria possível.
Por: Elvira Martins (*)
(*) Ex-formanda do processo de RVCC de nível secundário.
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