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    Arquivo: Edição de 30-05-2011

    SECÇÃO: Música


    Fontes de informação sobre Música

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    Nestes dias em que chavões como "Tecnologia de Informação", "Plataformas de Comunicação" ou "Multicanais para o Conhecimento" são repetidos pelos jornais e televisões até à exaustão, importa saber se o facto de haver maior oferta significa, por um lado, melhor oferta e, por outro, se daí advém uma maior compreensão dos temas relacionados com a toda a informação que parece estar disponível num abrir e fechar de olhos.

    Mas quando vamos a verificar, com esta quase submersão em notícias e factos muitos deles irrelevantes para o aprofundamento dos nossos saberes e/ou interesses, sejam eles quais forem, ficamos com a sensação de sermos obrigados a tudo saber a todo o momento, para que não percamos o fio à meada dos acontecimentos. Este "tudo", no entanto", é aquilo que grupos de lobbies entenderem ser importante que saibamos. É o seu papel, contudo o espetador/leitor/ouvinte deve fazer a sua escolha.

    Temos a propensão a ouvir, ler, ver sempre a mesma coisa, daí advindo um conhecimento e análise muito superficial e generalista.

    Isto acontece, principalmente, com atividades relacionadas com entre outros, os desportos que não o futebol, a política que não a nacional ou a música que não a praticada por bandas que tenham cantores – sempre houve uma separação entre a música puramente instrumental e a que tenha partes cantadas.

    Nada contra, desde que exista espaço para o contraditório, para aquilo que manifestamente pela sua qualidade seja divulgado e apreciado, mesmo que não venda milhões ou não chame as massas para grande audiências ou grandes tiragens de jornal.

    É neste sentido que gostaria de partilhar com os leitores do “A Voz de Ermesinde” alguns exemplos que na minha opinião oferecem mais e melhor conhecimento sobre a Música Erudita Portuguesa e não só.

    Desde logo refiro a secção de Música da Biblioteca de Ermesinde, sito na Vila Beatriz, onde podemos encontrar, entre outros, livros dos compositores António Victorino D'Almeida e de Fernando Lopes-Graça, tendo sido este compositor aquele que juntamente com Michael Giacometti, fez uma das maiores recolhas das canções, melodias e polifonias a nível nacional, compondo um cancioneiro de grande qualidade, tanto pela sua diversidade como pela possibilidade de as podermos utilizar em coros através das harmonizações que ele próprio fez.

    Sobre o primeiro compositor, que é também pianista e escritor, entre outras atividades, está agora em exibição um programa na RTP2 – domingos às 19h30 – da sua autoria, sobre as suas memórias enquanto estudante e músico em Viena d'Áustria e as suas atividades em Portugal, principalmente em Lisboa e Caminha.

    A biblioteca tem também disponíveis números do jornal "As Artes entre as Letras", que conta sempre com notícias e crónicas sobre Música, tendo tido como cronista um excelente maestro e grande divulgador da nossa música, recentemente falecido, o compositor Manuel Ivo Cruz (filho).

    Outro quinzenário, que não sei se está disponível na Biblioteca, é o “Jornal de Letras, Artes e Ideias”, onde encontramos uma secção sobre Música, com artigos sobre edições discográficas e a divulgação de Música Portuguesa em muitos géneros.

    Mencionar a Rádio Antena 2 torna-se fundamental e obrigatório, pois é a única rádio totalmente dedicada a este género musical em Portugal. Bem ou mal, mais ou menos divulgadora da música portuguesa,com bons e menos bons locutores, existe e participa de forma ativa há anos suficientes para ser ouvida com atenção. Agora fala-se tanto – e com razão, pois é tempo de saber o que fazer nas próximas décadas – em opções para a comunicação social financiada pelo erário público. Sem querer fazer aqui qualquer defesa de qualquer ponto a favor ou contra, só gostaria de referir que há males que vêm por bem e que se calhar, algumas opções efetuadas pela rádio e televisão públicas terão agora de ser reformuladas para que se possa continuar a patrocinar atividades, programas que são boas ideias e com sucesso, como é a gravação de recitais em escolas de música de todo o país e manter o concurso Jovens Músicos totalmente livre de pagamento de inscrições, alojamentos e/ou transportes. Este concurso serviu e continua a servir para mostrar, valorizar e patrocinar jovens executantes, artistas de muitos instrumentos que se dão a conhecer tanto a nível solístico como em grupo.

    Na Internet aconselho o sítio http://naoutramargemeuropa.blogspot.com/ com podcast, um programa exclusivamente sobre música erudita em Portugal;

    O programa televisivo Câmara Clara com este sítio na internet: http://camaraclara.rtp.pt/ e o seu "diário", são excelentes meios de termos acesso a boas ideias culturais e, evidentemente, musicais.

    O canal pago por cabo francês Mezzo, referenciado por Gil Monteiro no seu artigo deste jornal, n.º 871, de 30 de março, tem recitais a solo, música de câmara e orquestras, sendo que, à noite, transmite Jazz e documentários.

    Espero que estas fontes lhes sejam úteis para uma melhor aproximação a esta bela arte que é a Música.

    Por: Filipe Cerqueira (*)

    (*) Licenciado em Piano na ESMAE

     

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