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    Arquivo: Edição de 15-05-2009

    SECÇÃO: Cultura


    1º Encontro de Pedestrianismo do Terra Verde

    Fotos MANUEL VALDREZ
    Fotos MANUEL VALDREZ
    No passado dia 09 de Maio de 2009, o Grupo de Pedestrianismo de Ermesinde – Terra Verde realizou o 1º Encontro de Pedestrianismo na Serra de Santa Justa, em Valongo, percorrendo uma distância aproximada de nove quilómetros.

    Esta realização contou com o apoio e colaboração da Câmara Municipal de Valongo e de alguns funcionários, nomeadamente Raquel Viterbo e Marisa Moreira do Centro de Monitorização e Interpretação Ambiental (CMIA), bem como do Clube de Montanhismo Alto Relevo.

    A Junta de Freguesia de Ermesinde também apoiou esta iniciativa, tendo Américo Silva, tesoureiro da Autarquia, estado presente na concentração na Vila Beatriz, em substituição do Presidente, que se encontrava ausente da cidade.

    Registou-se a presença de elementos de outros grupos de pedestrianismo, com particular destaque para o amigo Lobo, dirigente dos Restauradores da Granja, com quem o Grupo Terra Verde tem estabelecido algumas parcerias e integrado algumas actividades organizadas por aquela prestigiada Associação de Fafe.

    Para esta iniciativa foram dirigidos convites às anunciadas e conhecidas candidaturas às eleições autárquicas para Câmara de Valongo, tendo estado presentes o candidato do Bloco de Esquerda, Eliseu Lopes, e o candidato independente Vitorino Silva. Além destes, estiveram presentes outros elementos do Bloco de Esquerda e do Partido Socialista. Outras candidaturas comunicaram a impossibilidade de estar presentes, por dificuldade de agenda.

    A concentração começou pelas 08h45 na Vila Beatriz, em Ermesinde, para inscrição dos cerca de 70 participantes e para a marcação do almoço. Pelas 09h15, Raquel Viterbo, do CMIA, que a caminhada, fez uma apresentação das serras de Santa Justa e Pias, realçando não só o traçado que se iria efectuar como também a riqueza paisagística e as espécies vegetais e animais daquelas serras. De seguida entrou-se nos autocarros da Câmara que levaram as presentes ao Parque da Cidade em Valongo, onde teve início a caminhada.

    Depois de abastecidos com água, partiu-se para a primeira parte do percurso, que foi feita pelo Corredor Ecológico, na sua vertente rural, parcialmente constituído por um passadiço construído com ripas de um compósito aglomerado de plástico reciclado, com aparência de madeira. Depois de se percorrerem os primeiros metros, ao chegar junto a uma travessia do Rio Simão, viu-se a primeira espécie rara na margem do rio: um pequeno lagarto de água! Lá estava, imóvel, de tom predominantemente verde, mas com a cabeça azulada o que, segundo a guia, indicava tratar-se de um macho.

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    Os caminhantes prosseguiram pelo corredor, ao longo do rio, apreciando a paisagem, a água límpida e sussurrante, verificando as estreitas leiras cultivadas nas suas margens até chegar ao primeiro fojo, a entrada para uma antiga mina romana de extracção de ouro (do século I ao III). Toda a gente foi ver o enorme buraco (protegido por uma grade) e tirar uma foto. Continuou-se pelas margens do Rio Simão até ao último campo cultivado, cujo dono tinha uma ninhada de cães que despertou a atenção de muitos caminhantes.

    Chegados à estrada que liga o Lugar da Azenha ao estradão de acesso a Couce, saiu-se do corredor ecológico e entrou-se num percurso pedestre de maior dificuldade (linha vermelha), começando a subir a escarpa íngreme da serra, até ao planalto chamado Fragas do Tecto, um autêntico mirante de onde se desfrutava uma paisagem deslumbrante: ao longe, à nossa esquerda, uma parte do casario do aglomerado urbano de Valongo e Campo; em frente a majestosa serra de Pias; aos nossos pés e prolongando-se para a direita o vale do Rio Ferreira e, ao longe, a cumeada da serra do Castiçal! Tudo era paisagem de beleza e encantamento, de sossego absoluto e ar puro! Ao nosso lado, a carqueja e o tojo, com a sua flor amarela, as urzes roxas, as maias, a esteva, os eucaliptos e os sobreiros. Era o desfrute pleno da natureza!

    Depois de um pouco de descanso e de espraiar a vista, tirarem-se mais umas fotografias e comer-se uma peça de fruta do farnel, começou a descida por um dos muitos caminhos florestais, cheios de cascalho e sulcos das águas pluviais. Chegou-se ao fundo, à povoação de Couce, hoje mais arranjada do que víramos há anos, com o estradão calcetado, um ecoponto moderno, um painel solar! Desceu-se mais um pouco e chegou-se à Ponte de Couce sobre o Rio Ferreira, onde se fez outra pausa. Mais um lagarto de água, um pouco maior que o anterior, descansava ao sol encoberto naquele dia de Primavera. Um rebanho de cabras atravessou a ponte para pastar no lameiro marginal, conduzido por um pastor acompanhado do seu fiel amigo, um cão meigo de raça pastor alemão, que foi alvo de festas por parte de alguns caminhantes.

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    No regresso, passou-se pelo centro da pequena povoação de Couce, observando as casas rústicas e os poucos moradores, onde se incluía uma pequerrucha sentada na soleira da porta a beber água por uma pequena caneca de esmalte. Mais adiante, seguindo pelo caminho primitivo de acesso ao povoado, observaram-se as pequenas plantas insectívoras como a orvalhinha, a pinguícola e os fetos minúsculos, que constituem espécies raras da flora nacional.

    Voltou-se ao estradão, subiu-se ao Lugar da Azenha, na freguesia de Campo, e retomou-se a camioneta de regresso a Ermesinde, terminando a jornada com um merecido almoço na sala panorâmica do restaurante do Parque Urbano de Ermesinde.

    No final do almoço, os participantes ainda se deslocaram ao Fórum Cultural de Ermesinde para ver e apreciar uma exposição de fotografias de anteriores caminhadas do Grupo Terra Verde, da autoria de Manuel Valdrez, grande impulsionador deste grupo, juntamente com Jorge Torres.

    Foi um dia de saudável convívio e confraternização que ficará na memória de todos os participantes!

    Por: LS

     

     

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