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    Arquivo: Edição de 30-04-2008

    SECÇÃO: Cultura


    Giesta - Família Fabaceae (Cytisus striatus, Cytisus scoparius e Spartium junceum entre outras)

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    Por todo o lado rebentam as flores das giestas, as maias, que, nesta época do ano, dão um colorido e um cheiro muito característico ao nosso País. Cheias de encanto e utilidade, as giestas servem de cama aos animais e são alimento para os rebanhos. Nas Beiras semeiam-se giestas para o gado. São ricas em azoto e de fácil decomposição, pelo que são utilizadas para “temperar” as terras (a “malhada”, como é conhecida na Serra da Estrela).

    Aqui mesmo em Ermesinde faziam-se vassouras das giestas para varrer os cereais nas eiras.

    Muitas pessoas, mesmo na cidade, mantêm o hábito de colocar maias nas janelas, nas portas, e muitas vezes nas fechaduras. Pretende-se com isso afugentar os maus espíritos – o Maio, o Carrapato, o Burro.

    Entre as origens da tradição das maias encontramos várias explicações, desde a boneca da palha de centeio, em volta da qual se dançava na noite do Primeiro de Maio, ou então o trono revestido de flores onde se sentava uma menina vestida de branco, com uma coroa de flores, em torno da qual se cantava e dançava. Festas estas de origem pagã e que chegaram mesmo a ser proibidas por carta régia no ano de 1402.

    No Alto Minho existe mesmo uma ingénua lenda, de cariz cristão: Tendo Herodes conhecimento da fuga da Sagrada Família para o Egipto, e sabendo que esta iria pernoitar numa determinada terra, preparava-se para mandar matar todas as crianças locais. Porém Judas disse-lhe que não seria necessário tamanha carnificina. Ele próprio se encarregaria de assinalar a casa com um ramo de giestas. Assim se fez. Herodes mandou os soldados à procura da casa que tinha o ramo. Porém qual não foi o espanto dos soldados ao verificarem que todas as casas tinham giestas floridas nas suas portas.

    Independentemente das suas origens, e atendendo aos tempos que correm, o melhor é colocar giestas bem floridas nas nossas portas e janelas.

    Foto LUÍS LAGE
    Foto LUÍS LAGE

    Sete horas da tarde, regressava do hospital para um hotel de Paris. Em todas as estações do metro entravam pessoas com as delicadas flores de muguet. Também eu comprei um raminho. Sempre gostei do seu cheiro, e das lembranças das minhas leituras de criança. Finalmente feliz, eu e o meu raminho. À minha frente vejo duas mulheres com maias, fiquei curiosa e esforcei-me por me certificar das suas origens: eram portuguesas e era 30 de Abril. São marcas que mesmo em países com outras tradições, nos tocam. Levamos connosco as nossas tradições.

    Por: Fernanda Lage

     

     

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