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Edição de 30-04-2024
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    Arquivo: Edição de 30-09-2006

    SECÇÃO: Destaque


    O olhar dos profissionais do sector sobre o “Táxi Seguro”...

    Quando falamos em profissões de alto risco uma das que nos surge de imediato no pensamento é a de motorista de táxi. E porquê é assim? Porque trabalham sozinhos, dia e noite, porque transportam todo o género de pessoas, honestas e/ou delinquentes, e sobretudo porque são para estes últimos um dos alvos mais fáceis de abater. No âmbito da apresentação do projecto “Táxi Seguro” no concelho de Valongo, “A Voz de Ermesinde” ouviu alguns dos profissionais de táxis da nossa cidade. Quisemos saber o que pensam do projecto, como analisam o actual estado de (in)segurança que o sector vive, bem como conhecer algumas histórias em que já tenham sido vítimas de assalto. De uma forma geral a opinião é de que o “Táxi Seguro” é bem vindo e que a sua aparição, por assim dizer, apenas peca por tardia, já que em questões de segurança os taxistas de “hoje” vivem tempos muito difíceis.

    Foto MANUEL VALDREZ
    Foto MANUEL VALDREZ
    Rui Santos é profissional de táxis há 12 anos, e foi um dos rostos que esteve presente na cerimónia de apresentação do “Táxi Seguro”. Na sua opinião este é um projecto bastante interessante que os taxistas podem ter à sua disposição para salvaguardar a sua segurança. Contudo, está ciente de que esta oferta de segurança não é 100% eficaz, ou seja, «este instrumento não nos deixa livres de ser assaltados ou de sofrer agressões corporais, mas pelo menos é um instrumento que podemos acionar sempre que necessário. Neste momento não vejo uma outra medida mais eficaz do que esta. Já se falou muito na instalação de vidros separadores nos táxis, mas os nossos carros não comportam esse tipo de estruturas, até que agora apareceu o “Táxi Seguro”, ao qual eu estou a pensar em aderir pois parece-me uma ideia interessante», referiu. Para Rui Santos a explicação para o clima de insegurança que os taxistas vivem actualmente é muito simples. «Hoje em dia há muita marginalidade, os jovens para além de não quererem trabalhar também estão cheios de vícios, sendo que a única maneira de arranjar dinheiro é fazer assaltos. E nós somos, de momento, o alvo mais fácil para eles atingirem os seus fins», explicou. Sobre este assunto da criminalidade o taxista relembrou uma experiência por si vivida há uns tempos atrás, quando foi violentamente assaltado por dois indivíduos armados com pistolas que o deixaram abandonado em pleno início de madrugada (01h00) algures na freguesia do Castêlo da Maia, após lhe terem furtado a viatura, a qual viria a ser encontrada horas mais tarde na cidade do Porto.

    Quem nunca sofreu na pele, até à data, situações idênticas a de Rui Santos foi Isidro Barroso, que há 16 anos desenvolve a actividade de taxista. Embora ainda não possua a informação completa relativa ao “Táxi Seguro”, acredita que este poderá ser um projecto com grandes benefícios em termos de segurança para os taxistas. No seu entender este instrumento parece ser bem mais interessante do que o vidro separador, um aparelho que torna demasiado distante a relação/comunicação entre taxista e cliente.

    “TÁXI SEGURO” JÁ VEM TARDE

    A exercer a actividade de taxista há já 20 anos António Vaz é peremptório em afirmar que o “Táxi Seguro” é um bom projecto, mas que «apenas peca por ter surgido demasiado tarde». Na sua visão o instrumento deveria ser complementado com a instalação de uma câmara de vigilância dentro da viatura. Sublinha que o “Táxi Seguro” precisa de ser colocado o mais rápido possível em prática, visto todos os dias o profissional de táxi correr riscos. Apesar de ao longo de 20 anos de serviço nunca ter “dado de caras” com o perigo da criminalidade, conta que o seu filho já foi vítima de uma situação dessas. «Foi em 1994, assaltaram-no e roubaram--lhe o carro, o qual seria mais tarde encontrado no Porto bastante danificado, pois os indivíduos haviam batido com ele contra um poste. Recordo que na altura tive de pagar pelo conserto do carro mais de 6 000 euros, dinheiro esse que ninguém me deu até hoje. Com isto quero dizer que o Estado deveria dar-nos mais apoio para cobrir este tipo de riscos”, frisou. Quanto à adesão a este projecto, criado conjuntamente pelo Ministério da Administração Interna, pela Junta Metropolitana do Porto e pela Fundação Vodafone de Portugal, António Vaz disse “sim”, um sinal de que o “Táxi Seguro” parece ter sido recebido em Ermesinde de “braços abertos”.

    Por: Miguel Barros

     

     

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